Conferências UCS - Universidade de Caxias do Sul, III Mostra de Trabalhos Acadêmicos sobre Envelhecimento Humano da Universidade de Caxias do Sul

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O LUGAR DO CORPO DA PESSOA IDOSA
Ana Carolina do Nascimento Tonietto

Última alteração: 2024-09-11

Resumo


Em uma cultura que valoriza o corpo jovem como capital simbólico, as transformações corpóreas dos velhos, como o aparecimento de rugas, cabelo branco, o corpo frágil e a flacidez, são frequentemente vistas como sinais de decadência e perda de valor social. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo discutir o lugar do corpo da pessoa idosa na contemporaneidade. Para isso, realizou-se uma análise sistemática com um total de 12 artigos científicos disponíveis no banco de dados da CAPES, encontrados a partir dos descritores “corpo” e “velhice”. Incluíram-se publicações dos últimos 10 anos, em português, e disponíveis em sua versão completa. O corpo humano é concebido como uma construção social e cultural, moldada por normas, valores e crenças que variam ao longo do tempo. O padrão estético subscrito na contemporaneidade define-se por preservar a juventude. A velhice, portanto, não é vista de maneira positiva; há uma pressão para modificar a aparência e evitar os sinais do envelhecimento, criando um ambiente de negação do envelhecer. Transformar o corpo em algo mais próximo ao ideal social e duradouro é uma maneira de enfrentar e, de algum modo, negar a realidade da mortalidade. Conclui-se que o envelhecimento, negligenciado nas discussões sobre mudanças corporais, é carregado de estigmas em uma sociedade que valoriza a juventude. Esse contexto não apenas marginaliza as pessoas idosas, mas também reforça preconceitos que transformam a velhice em um período de perdas e declínios, obscurecendo a riqueza da experiência e da sabedoria acumuladas ao longo da vida.