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Este trabalho apresenta o projeto de construção da Biblioteca Comunitária da ONG Misturaí, localizada na Vila Planetário, em Porto Alegre, em prol de ações de incentivo à leitura e inovação social.  A ONG surgiu em 2018 por meio de esforços de um coletivo de pessoas que visavam à construção de uma sociedade mais justa. Articula distintas redes e instituições dos setores público, privado, terceiro setor e sociedade civil com ações de integração social, de capacitação e de desenvolvimento sustentável para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Uma das coordenadoras da Misturaí e também idealizadora do Projeto Gurizadaí, que atende crianças e adolescentes com idades entre 06 e 15 anos, pretendia criar uma biblioteca voltada para este público. Assim, começou o recebimento de livros por doação. Projetos de incentivo à leitura já são uma realidade na ONG: a) o Gelotecaí, em parceria com o Banco de Livros do Rio Grande do Sul, é uma geladeira colocada em frente à sede da ONG que possibilita o empréstimo, a troca e a doação de livros e, nesta mesma linha, o b) Lê aí: fruto de uma parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e o Banco de Livros, cujo propósito é espalhar “estantes-casinhas” em locais estratégicos de Porto Alegre, que são o Parque da Redenção, e os bairros Cidade Baixa, Sarandi e Ilha do Pavão. Em razão da relevância social, cultural e econômica da ONG não apenas no âmbito da Vila Planetário como em outras comunidades de Porto Alegre, justifica-se a consolidação de uma biblioteca comunitária. O objetivo principal do projeto é a criação da Biblioteca Misturaí em parceria com a UFRGS. Os objetivos específicos são  desenvolver a coleção da Biblioteca; elaborar o catálogo online; realizar atividades de incentivo à leitura e promover a inovação social. Esta consiste em pensar e desenvolver ideias inovadoras para sanar problemas sociais identificados em determinada realidade a partir de um processo interativo que impulsiona a criação de valor conjunto, em um processo semelhante à cocriação, a partir de múltiplas parcerias. O primeiro passo foi a realização de reuniões com a coordenação da ONG para verificar as necessidades da comunidade, conhecer o espaço e os materiais informacionais. Traçou-se o perfil da Biblioteca, que será não apenas para o público infantojuvenil, mas para todas as idades, pois se constatou que o público adulto frequenta o espaço de leitura e têm necessidades de inserção no mundo de trabalho. Efetuou-se a elaboração das normas e diretrizes da Biblioteca. O processo de catalogação do acervo teve início em outubro de 2021 com a utilização do software Find desenvolvido pelos alunos do curso de Bacharelado em Biblioteconomia da UFRGS. No atual cenário globalizado, acredita-se que práticas de inovação social representam um passo importante em direção à sustentabilidade de comunidades e as bibliotecas comunitárias possuem forte potencial para isso, o que permitirá alcançar resultados positivos para as instituições envolvidas e a sociedade civil, que será a principal beneficiária.