O presente artigo analisa o programa de televisão SharkTank Brasil sob duas perspectivas: o capital venture (CV), forma de investimento de risco onde o investidor vai receber parte do lucro da empresa (PINTO, 1997); e o marxismo, onde o trabalho - no caso deste artigo, a ideia ou empreendimento - é uma mercadoria, cujo valor de uso possui a especificidade de conduzir, durante sua utilização real, a criação de valor (SOARES, 2018). Este trabalho tem o objetivo de analisar o quanto esse tipo de investimento, normalmente visto como vantajoso, pode trazer desvantagens ao empreendedor. O Shark Tank Brasil promove um encontro entre capital e trabalho, no qual os segundos apresentam aos primeiros seu empreendimento, na tentativa de vender uma porcentagem do negócio e obter aquilo que lhes falta para desenvolver a atividade de forma competitiva: o investimento financeiro (JETTER; STOCKLEY, 2021). Se por um lado essa se mostra uma oportunidade para os pequenos empreendedores viabilizarem seus projetos, por outro observamos uma desproporção de forças e ganhos, uma vez que realizado o investimento, o grande empresário passa a auferir lucro do trabalho do pequeno, tirando vantagem de seu labor e de suas ideias.