Em perspectiva histórica, a crítica alcança processos já bem estruturados socialmente, através da política, da economia e da cultura. Como afirmou uma vez Marc Ferro, e temos nós próprios testemunhado, a liça em que se dá o embate político contemporâneo é aquela onde se disputa o controle do passado, instância principal da dominação do presente. Também há uma postura epistemológica e o compromisso com novas perspectivas, mais capazes hoje de impelir a se pensar diferente de como se pensava antes. As formas como atualmente se questionam o racismo, a ação disciplinadora da escola ou as inovações de fachada estão na agenda da pesquisa e do ensino da História da Educação como resultado de um reiterado trabalho de crítica dos pressupostos da análise, das perspectivas de interpretação e dos tipos de teorização presentes na área. Assim é que, atualmente, vê-se realizar em muitas salas de aula um fazer, uma prática que entrelaça vivências e memórias, livros e métodos de investigação voltados à desnaturalização da experiência educativa e social. Dessa perspectiva, tanto a aula possibilita compartilhar as realizações da pesquisa na área quanto o ensino faz da aprendizagem um exercício de crítica - das fontes, dos textos, das políticas e das práticas.