Sinopse
Pensar as famílias é, assim e sobretudo, pensar a história e seu turbilhão. As transformações substanciais operadas na seara familiar nas últimas décadas, neste século e no que lhe
antecedeu, constituem um exemplo feliz de complexidades e metamorfoses sucedidas continuamente. Os desenvolvimentos aí ocorridos não poderiam, é claro, colher a indiferença
da reflexão. Nas palavras precisas de Axel Honneth, luminar da Teoria Crítica e arguto observador das muitas transformações operadas pela contemporaneidade no mundo social, as
famílias encontram-se atualmente, como nunca em seu notável percurso, a caminho de ?exercer e praticar, de maneira socializatória, formas de interação consentidas, democráticas
e cooperativas. Nos últimos cinquenta anos, graças a lutas sociais e à jurisprudência posteriores a elas, os membros dessa instituição [...] viram-se libertos de padrões de papeis
rígidos? (Honneth, 2015, p. 321). Sob completa metamorfose se comparadas à sua compleição de origem talhada pelos ?tempos modernos?, as famílias permanecem generosamente engajadas na recepção de mudanças e transformações sensíveis, profundas, definidoras.