Sinopse
Do século II ao IV, o Cristianismo se tornou a religião de estado do Império Romano. Esse consórcio entre poder político e poder religioso se deu sobretudo no Império do Oriente, dentro do qual o Cristianismo se dividiu. Foram essas divisões que estimularam as disputas filosóficas entre os doutrinadores cristão e que forçaram uma certa facção a se organizar como poder. A fonte, porém, desses conflitos não era propriamente a fé, mas as preferências teóricas: o modo como cada um, grupo ou facção, servindo-se de Platão ou de Aristóteles, de teses epicuristas ou estoicas, sobretudo da Dialética e da Retórica, buscava explicitar a doutrina e dar ao seu credo ou gnose um status filosófico. Foi em decorrência dessas disputas e do conflito das preferências que se selou, de um lado, o destino histórico do Cristianismo, de outro, o da Filosofia e da Ciência.