Estimular a consciência para a dimensão acústica significa, de fato, aumentar a aptidão para o reconhecimento, o respeito e a apreciação dos elementos da variedade sonora, que constituem um valor em si mesmos e que conotem, num sentido cultural mas também num sentido prático e informativo, uma parte do território.
Amphoux considera a paisagem sonora como resultado da fusão entre o ambiente natural e o ator social. Para Shafer a paisagem sonora é entrelaçada de sons e ruídos que falam de artefatos do passado, dos diferentes territórios. Dubois entende que as paisagens sonoras estão relacionadas com o tempo e o espaço, e podem ser vistas de um ponto de vista global ou local.
Segundo o conceito proposto por Lefebvre, a ritmanálise, as cidades são simultaneamente poli-rítmicas e arrítmicas, devido aos ritmos quotidianos - que chama "música da cidade", variando de acordo com o contexto espacial e temporal. Deste modo, Lefebvre (idem) coloca em evidência as características eminentemente sociais dos ritmos dos espaços e o modo como estes podem ser reveladores de normas e valores sociais.
Questões de pesquisa
a) Qual a atitude das pessoas em relação ao som? Em que medida esse é o centro de suas percepções de uma paisagem?
b) Quão eficaz é uma aplicação social para aumentar a conscientização da apreciação do som como um bem e influenciar as percepções das pessoas?
c) Qual é o potencial para o uso da paisagem para pessoas que são cegas ou deficientes visuais?
d) Em que medida a metodologia inovadora dos grupos focais itinerante (TFG) é efetiva e eficiente para a definição de mapeamento participativo (como produto) e para o desenvolvimento de processos colaborativos para a criação de novos conhecimentos?
e) Quanto a dimensão criativa (som e performances teatrais) contribuem para o desenvolvimento do conhecimento territorial, a mudança na sociedade e a consciência da dimensão acústica?