UCS apresenta na CIC-Caxias potencialidades do TecnoUCS a serviço da inovação produtiva.
Gestores do Parque de Ciência, Tecnologia e Inovação da Universidade de Caxias do Sul apresentaram o funcionamento, a estrutura e os serviços capacitados a promover a modernização do empreendedorismo regional através do desenvolvimento tecnológico.
Estar conectado aos ambientes de inovação, capacitando-se a responder prontamente às contínuas transformações do mundo e do mercado proporcionadas pelos avanços tecnológicos. Esta foi a mensagem central deixada pelo vice-reitor e pró-reitor de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Caxias do Sul, Odacir Graciolli, e pelo coordenador-executivo do Parque de Ciência, Tecnologia e Inovação – TecnoUCS, Enor Tonolli Jr., ao empresariado regional na palestra “Ambientes de Inovação e Conexões com o Futuro”, proferida na reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul nesta segunda, 12 de junho.
Na abertura do encontro, o presidente da CIC, Nelson Sbabbo, manifestou insatisfação com a crise política e institucional do país, responsabilizando-a pela contenção de investimentos nos setores produtivos. “Precisamos voltar a crescer, gerar empregos e criar condições para a inovação”, defendeu, introduzindo à abordagem dos gestores da UCS.
E ela se iniciou com a problemática demonstrada por Tonolli na explanação sobre ‘futurismo’, que se refere ao estudo das perspectivas do universo empreendedor baseadas nas inovações tecnológicas e nas consequentes mudanças socioculturais. “O futuro já está acontecendo, mas distribuído de maneira diferente no mundo”, apontou o professor, situando a defasagem de tempo entre a aplicação de inovações em grandes centros mundiais e sua chegada a outros lugares, entre os quais o Brasil.
Com isso, mesmo que tardiamente percebidas, as disrupturas – em que o que era ficção científica passa a ser fato científico – provocadas pela velocidade exponencial das mudanças tecnológicas, passam de exceções a eventos regulares. O risco é ficar para trás. “O que deu certo nos últimos 50 anos não dará certo nos próximos 10. E talvez nem nos próximos cinco. Ser bom o suficiente não basta mais”, alertou Tonolli. Ilustrando a perspectiva, o professor citou diversos exemplos da 5ª Revolução Industrial, já em curso no mundo, caracterizada pelo avanço da Inteligência Artificial refletindo na extinção e criação de novas atividades e modelos de trabalho. “A única certeza é a incerteza sobre qual e como será esse novo mercado”, definiu.
Novas formas de pensar, gerir e fazer
A saída está na inovação – das formas de pensar, habilidades e ferramentas – em cujo contexto se insere o TecnoUCS. A boa notícia para as empresas locais, de acordo com o pró-reitor Odacir Graciolli, está na própria estrutura empreendedora caxiense, que forma base para uma adequação mais rápida. E um dos caminhos para efetuar essa adequação é o que a Universidade oferece: ambientes de inovação capazes de desenvolver, por meio da ciência, as tecnologias necessárias para a modernização produtiva.
De acordo com o pró-reitor, o potencial do TecnoUCS em responder às novas demandas mercadológicas está na sua característica de intermediário entre o conhecimento produzido na Universidade e as necessidades da sociedade. Do ponto de vista prático, o parque reúne grande parte do capital intelectual acadêmico em torno de uma ampla estrutura de Pesquisa Avançada, composta por uma rede de sete institutos e 120 laboratórios de ponta, conduzidos por pesquisadores altamente especializados. Atualmente, mais de 1,5 mil clientes regulares e outros 700 sazonais fazem uso de serviços de consultoria, ensaios e análises oferecidos por este conjunto.
Além da prestação de serviços, Graciolli destacou a gestão de projetos de desenvolvimento e inovação efetuada pelo TecnoUCS, o que significa a aplicação, no mercado, dos resultados das pesquisas acadêmicas. Atualmente, são geridos pela Universidade cerca de 200 projetos em parceria com a iniciativa privada, o poder público e entidades, somando R$ 50 milhões em investimentos. Por fim, o pró-reitor também informou sobre as modalidades de associação e instalação física no parque.
Conexão direta com redes de conhecimento
“Os diferentes modelos de adesão ao parque científico-tecnológico permitem aos parceiros, acima de tudo, estarem conectados diretamente à estrutura de geração de conhecimento que a Universidade possui, interligada também a pesquisadores, laboratórios e instituições nacionais e internacionais, o que nos capacita a desenvolver soluções estratégicas às demandas das diferentes áreas do mercado”, destacou Graciolli.
E sobre a resistência em modernizar-se inovadoramente, assentada na esperança de que os modelos que impulsionaram Caxias e região à posição de destaque industrial possam manter o nível de resultado, o pró-reitor finalizou destacando que todo este movimento de adaptação transcende às esferas produtivas, sendo, sobretudo, sociocultural. “Estar em conexão com ambientes de inovação, ficar imerso, dá trabalho, consome tempo, gera resistências, exige uma mudança cultural grande. Mas as transformações do mercado não vão esperar, são um caminho sem volta. Se adaptar é a decisão de quem quiser continuar, por um caminho que é totalmente novo”.
Fotos: Claudia Velho