Campeonato Mundial de Handebol de Surdos: o exercício da hospitalidade e do respeito à diversidade.

Assessoria de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul - 19/07/2018 | Editado em 19/07/2018

Com o placar de 13 pontos a 12, a seleção feminina do Brasil venceu a Rússia nesta quarta-feira (18), no seu último jogo da fase classificatória do Campeonato Mundial de Handebol de Surdos, que pela primeira vez ocorre na Universidade de Caxias do Sul. Com a vitória, a seleção conquistou vaga na fase semifinal, nesta sexta-feira (20). Para Gabriel Citton, técnico da seleção feminina e coordenador técnico das equipes feminina e masculina, a vitória perante uma equipe forte como a da Rússia demonstra a qualidade das atletas do Brasil. “Apesar de termos jogado melhor contra a Turquia na terça-feira, o resultado contra a Rússia, que é campeã olímpica, mostra que estamos no nível de um país com tradição no handebol”, destaca.

 

O Mundial de Handebol, que começou no dia 12 de julho e se encerra neste sábado, dia 21, tem mobilizado a comunidade acadêmica na assistência diária às delegações de Brasil, Equador, Croácia, Dinamarca, Turquia, Rússia, Quênia e Camarões, na logística dos jogos e no auxílio aos visitantes e ao público que assiste às partidas. Voluntários de praticamente todas as áreas da Universidade, além de acadêmicos, atuam para garantir a organização e o êxito do campeonato.

Veja a tabela com horários dos jogos.

Recepção valorizada
Assim como outras seleções que participam do Mundial, a equipe da Dinamarca é estreante em competições oficiais fora de casa. SØren Brixen, treinador principal do time feminino, e a esposa, Helle, também treinadora e CEO da delegação, vivem a estreia com emoção extra: duas filhas fazem parte do time, uma como jogadora e a outra como preparadora física. “É a primeira vez que o Brasil, através da Universidade, recebe a uma competição internacional como essa, e, como todo processo inicial, sempre aceita melhorias. Mas, no geral, a infraestrutura para os jogos está muito boa”, considera Hellen. O casal não economiza elogios à equipe de voluntários. “Eles estão sendo maravilhosos conosco. Todos muito atenciosos e gentis. Constatamos que os brasileiros são muito legais” afirma o casal.

Os elogios aos anfitriões também podem ser dirigidos à própria delegação dinamarquesa, que nesta quarta-feira demonstrou fairplay em partida contra o Equador. Com duas atletas machucadas, o time equatoriano não tinha condições de jogo. A Dinamarca, então, cedeu duas de suas atletas para que o adversário pudesse entrar em quadra. A competição foi transformada em amistoso, ressaltando o verdadeiro significado do esporte.

Vivência internacional também para os acadêmicos
O trabalho intenso mistura-se com a alegria da experiência. Murilo Delfino, 26 anos, está entre as dezenas de estudantes da UCS que auxiliam no dia a dia do Centro Poliesportivo. Acadêmico de Comércio Internacional, ele se inscreveu como voluntário para obter as horas complementares necessárias ao currículo da graduação. Em pouco tempo, a satisfação em fazer parte daquilo se tornou o foco. “Deixei de viajar para estar aqui e não me arrependo. Trabalhar no Mundial está sendo uma experiência que vou levar para a minha vida. Fico feliz que a minha Universidade tenha abraçado o evento. Uma vivência internacional, onde se interage com pessoas de tantos países, é algo que todo acadêmico deveria ter”, acredita.

As pessoas que desejarem acompanhar o Mundial terão entrada gratuita para os jogos. No entanto, sugere-se a doação de alimentos não perecíveis, que serão destinados a entidades assistenciais da cidade. “É importante que toda a comunidade acolha bem os participantes brasileiros e estrangeiros, demonstrando senso de respeito e inclusão social”, reforça o professor Carlos Bonone, coordenador da Vila Poliesportiva da UCS.

Fotos: Claudia Velho e Josmari Pavan