Mundial de Handebol de Surdos: o pódio é de todas as seleções.
O comportamento exemplar das seleções deu o tom da cerimônia de encerramento dos jogos, que ocorreu na noite deste sábado (21) no Ginásio Poliesportivo III, espaço onde ocorreram todos os jogos do Mundial. Foi uma grande festa. Músicas coreografadas na hora, danças típicas de cada país participante, ligações por vídeo para familiares, selfies, troca de abraços entre os atletas. A celebração em seu significado autêntico se sobressaiu, de certa maneira, ao resultado dos jogos decisivos (veja tabela abaixo). O brilho do Mundial se mostrou também depois do apito final.
A festa dos povos. A frase é praticamente um clichê, mas nenhuma outra seria mais adequada para definir os últimos 10 dias do cotidiano da Universidade. O Campeonato Mundial de Handebol de Surdos, que pela primeira vez aconteceu no Brasil e foi sediado pela UCS, na Vila Poliesportiva, reuniu centenas de atletas de diversos países e promoveu cenas marcantes, na quadra e fora dela. Um desses momentos foi oportunizado pela equipe campeã masculina da Croácia, que demonstrou elegância ao presentear as seleções de Equador, Quênia e Camarões, que ficaram fora do pódio, com as bolas utilizadas nos jogos da fase final. A intenção foi incluir as equipes no seleto grupo dos campeões.
Atitudes como essa, protagonizadas pelas delegações, foram comuns durante os dias de Campeonato. Durante a semana, ainda na fase classificatória, a seleção feminina da Dinamarca cedeu duas de suas atletas à equipe do Equador, que estava desfalcado com duas atletas machucadas.
Confira galeria de imagens do encerramento.
Representando o reitor na cerimônia, o professor Carlos Bonone, coordenador da Vila Poliesportiva, em seu discurso, resumiu a emoção de muitos ao definir o Campeonato como espetacular. Afirmou que as delegações, no decorrer dos dias, deram verdadeiras aulas de humanidade e foram exemplos de integração através do esporte. “A UCS, a cidade de Caxias do Sul e todos nós fomos impactados positivamente por essa experiência. Sediar a competição foi uma oportunidade única. A própria Universidade e as pessoas que participaram da organização saem amadurecidas, pois realizar com êxito o Mundial foi um grande desafio”, destaca. Em agradecimento, Bonone também ressaltou o trabalho dos cerca de 40 voluntários, incluindo os intérpretes da Língua Brasileira de Sinais e da Gestuno, a Língua Gestual Internacional, que deram apoio às delegações durante o evento.
A festa de encerramento também teve a participação da Associação Capoeira Pé de Quilombola e Escola de Samba Grupo Samba Show, que interagiram com atletas de todas as seleções. A seleção brasileira feminina conquistou o terceiro lugar na Competição. Já a seleção masculina encerrou os jogos na quarta colocação geral.
Resultados
Masculino
1º lugar: Croácia – 2º lugar: Rússia – 3º lugar: Turquia
Feminino
1º lugar: Dinamarca – 2º lugar: Turquia – 3ºlugar: Brasil
Sobre o Campeonato
Entre os dias 12 e 21 de julho, o Campeonato Mundial de Handebol de Surdos mobilizou a comunidade acadêmica na assistência diária às delegações de Brasil, Equador, Croácia, Dinamarca, Turquia, Rússia, Quênia e Camarões, na logística dos jogos e no auxílio aos visitantes e ao público que assiste às partidas. Voluntários de praticamente todas as áreas da Universidade, além de acadêmicos, atuam para garantir a organização e o êxito do campeonato.
O Comitê Organizador do evento foi formado por membros da Confederação Brasileira de Desportos de Surdos e do Comitê Internacional de Esportes para Surdos e da Universidade de Caxias do Sul, com apoio da Prefeitura Municipal de Caxias do Sul. A arbitragem foi realizada pela Federação Gaúcha de Handebol. Dentre as autoridades presentes, estavam Paulo Eugênio Gedoz de Carvalho, secretário municipal do Esporte e Lazer, Josiane Maria Poleski, colaboradora da Gestão Administrativa da Confederação Brasileira de Desportos de Surdos, Jonny Gustavson, diretor técnico de Handebol do Comitê Internacional de Desportos de Surdos e Gustavo Perazzolo, presidente da Organização Pan-Americana de Desportos Surdos.
Foto: Claudia Velho.