A Geração Z na visão da Educação.

Publicado em 30/09/2019 | Editado em 30/09/2019

Competência digital passa pela utilização crítica e segura das tecnologias

Para a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da UCS, Carla Valentini, mestre em Psicologia do Desenvolvimento e doutora em Informática na Educação, uma distinção é primordial para a avaliação das transformações profissionais e sociais advindas do contexto em que se formou a Geração Z: a distância entre o acesso facilitado e o preparo para o uso das tecnologias digitais.

“É ingênuo pensar que, porque navegam facilmente em dispositivos móveis e estão confortáveis usando as mídias sociais, esses jovens sejam fluentes na era digital. Não é o acesso às tecnologias digitais que contribui para a inclusão digital, mas o desenvolvimento de uma concepção significativa e crítica de seu uso”, sustenta. “Além disso, precisamos considerar a importância de aprender a conviver socialmente não só através da tecnologia. E para visarmos inovação e desenvolvimento, necessitamos também pensar em inclusão e emancipação digital”, complementa.

“A importância da apropriação das tecnologias digitais traz o aprendiz e o cidadão para a posição de sujeito, de alguém capaz de criar sua própria história”.

Competência digital – Dessa maneira, defende Carla, “o uso consciente das tecnologias digitais deve ser ensinado e aprendido, como qualquer outra habilidade cognitiva, em uma proposta voltada à sua apropriação e à cooperação”. Nesse sentido educativo, isso significa: 1) o desenvolvimento das competências digitais, em suas cinco áreas: comunicação e colaboração; segurança; informação e alfabetização digital; solução de problemas; e criação de conteúdo digital; 2) a utilização crítica e segura das tecnologias para obter, avaliar, armazenar, produzir, apresentar e trocar informações, comunicar e participar de redes de cooperação.

“Devemos pensar, em todos os níveis de ensino, numa educação voltada para a alfabetização e o letramento digital, fundamentada em um duplo patamar, isto é, ao mesmo tempo que precisamos aprender a usar as tecnologias digitais de forma crítica, também é preciso ser criativo, de modo a criar programas e procedimentos com base nelas”, defende a professora. De tal forma, observa, estudantes e professores deixam de ser meros usuários e passam a produzir conhecimento. “A importância da apropriação das tecnologias digitais traz o aprendiz e o cidadão para a posição de sujeito, de alguém capaz de criar sua própria história”.

Assim, define Carla, enquanto a emancipação digital pode ser entendida como ter domínio de dispositivos digitais, ser digitalmente competente significa “usar as tecnologias digitais de forma confiante e segura, para trabalhar, aprender, conseguir emprego, comprar, entreter-se, obter informação, ser incluído e participar da sociedade”.

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Texto: Ariel Rossi Griffante – argriffante@ucs.br
Fotos: Claudia Velho – cvelho@ucs.br