Entre os diferenciais está a oferta, pioneira no país, de uma disciplina especializada sobre o tema em Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu

A Universidade de Caxias do Sul tornou-se uma referência nacional em Turismo Científico devido às ações permanentes de pesquisa, ensino e divulgação desse segmento realizadas pelo curso de Turismo, por meio do Programa de Pós-Graduação em Turismo e Hospitalidade (PPGTURH) e do Núcleo de Inovação e Desenvolvimento Observação, Desenvolvimento e Inteligência Turística e Territorial da Universidade de Caxias do Sul (NID ODITT/UCS). No âmbito da pesquisa, o curso iniciou recentemente a execução do projeto Potencialidades e Condições para o Turismo Científico no Geoparque Mundial Unesco Caminho dos Cânions do Sul, aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) no Edital Universal de 2023.

Coordenado pelo professor Michel Bregolin, o trabalho conta com a participação de pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) e do Centro de Investigación en Ecosistemas de la Patagonia (CIEP)/Chile e vai iniciar com uma missão para a região chilena de Aysén, em novembro deste ano, para identificar boas práticas de turismo científico que possam ser implementadas no geoparque dos cânions. Posteriormente serão feitos levantamentos de campo, entrevistas, diagnósticos e um evento sobre o tema no território do geoparque, formado pelos municípios de Torres, Mampituba e Cambará do Sul, no Rio Grande do Sul, e Praia Grande, Jacinto Machado, Timbé do Sul e Morro Grande, em Santa Catarina. Essas etapas visam fomentar a discussão do tema com as comunidades envolvidas. A previsão é de que o projeto seja concluído no segundo semestre de 2026.

Outra ação relevante já em andamento é a produção de um dossiê especial sobre Turismo Científico para a Revista Rosa dos Ventos Turismo e Hospitalidade . Organizado por pesquisadores vinculados à International Scientific Tourism Network (ISTN), o dossiê tem por objetivo estabelecer um mapeamento de práticas e contextos de pesquisa e operação do Turismo Científico em todo o Continente Americano. Podem ser encaminhadas pesquisas em formato de artigos, ensaios, resenhas, relatos de caso, biografias, autobiografias e entrevistas que abordem o Turismo Científico em suas bases conceituais, dimensões, contextos e práticas associadas nas Américas do Norte, Central e Sul. Os textos poderão ser submetidos em português, espanhol, francês ou inglês até 1º de outubro de 2024 para este link.

“A atuação da UCS junto a este segmento também se destaca pela oferta, pioneira no Brasil, de uma disciplina especializada sobre Turismo Científico em Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu, que será oferecida entre os próximos meses de agosto e outubro. Com essas ações, a UCS reforça sua colaboração para o tema no Brasil, como já foi destacado pelos organizadores do Simpósio Internacional de Turismo Científico em 2024”, observa o professor Bregolin. Ele ressalta ainda o constante apoio da Universidade a eventos do segmento, como o 2º Seminário Técnico-Científico da Rede Trilhas, agendado para novembro, em São Paulo.

Definido pela International Scientific Tourism Network (ISTN) em 2019 como “uma atividade na qual visitantes participam da geração e difusão de conhecimentos científicos conduzidos por centros de pesquisa e de desenvolvimento”, o Turismo Científico configura-se como uma estratégia de desenvolvimento turístico baseada em conhecimentos que estabelecem novas e qualificadas relações entre cientistas, visitantes e comunidades anfitriãs.

“Entre os principais benefícios gerados pelo Turismo Científico destacam-se o incentivo à incorporação do patrimônio científico na percepção de patrimônio local pelas comunidades receptoras e a criação de conhecimento nos territórios, especialmente em localidades e regiões com interesse científico ligados a geodiversidade, biodiversidade, sociodiversidade e patrimônio cultural”, explica Bregolin.

É com base nessa compreensão e premissas que a UCS vem contribuindo para uma maior visibilidade e o desenvolvimento deste tema no Brasil. Essa trajetória iniciou com a participação da UCS no simpósio Turismo, Territorios y Sociedades: Desarrollo Sustentable Basado en la Investigación Científica y la Gestión Integrada”, realizado em 2011 na região de Aysén (Chile), considerada atualmente referência internacional de Destino de Turismo Científico. “A partir daquele momento celebramos diversos convênios com instituições estrangeiras que estudam o Turismo Científico, como o Centro de Investigação em Ecosistemas de La Patagônia (CIEP), a Universidad Austral de Chile (UACH) e a Université Grenoble Alpes (UGA), da França”. Em 2018, Bregolin fundou, em conjunto com pesquisadores dessas instituições e da Université do Quebec em Trois Rivières (UQTR), a Rede Internacional de Turismo Científico/International Scientific Tourism Network (ISTN), associação de pesquisadores da qual atualmente é o vice-presidente internacional e responsável pelas ações de divulgação desse setor no Brasil.

Fotos: Michel Bregolin