Adaptação e resiliência: 1º semestre de 2021 na UCS foi marcado por aprendizados

Assessoria de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul - 27/07/2021 | Editado em 27/07/2021

Alunos e professores relatam como foi vivenciar o terceiro ciclo da pandemia na maior Universidade da Serra Gaúcha.

Para a educação, é como se um terceiro ciclo da pandemia tivesse se encerrado neste julho de 2021. Assim como todas as instituições educacionais do mundo, a Universidade de Caxias do Sul (UCS) também precisou lidar com o contexto trazido pelo coronavírus. Desde março de 2020, quando a mobilização ocasionada pela doença se iniciou no Brasil, muitas mudanças ocorreram — algumas delas assertivas, outras nem tanto. Todavia, uma coisa é fato: equívocos trouxeram aprendizados. Com a maior Universidade da Serra Gaúcha, não foi diferente.

O professor Marcelo Faoro, coordenador do Centro de Operações de Emergência em Saúde para a Educação da UCS (COE-E Local), recorda como foi o 1º semestre de 2020. “Nós já tínhamos iniciado o ano com as aulas presenciais. Uma semana depois, foi preciso suspendê-las e iniciar todo um procedimento para dar conta das aulas on-line. Foi quase uma operação de guerra”, relata.

Suporte durante a pandemia

Na segunda semana de março de 2020, o Centro de Inovação e de Tecnologias Educacionais da UCS (CINTED) capacitou os professores e preparou os ambientes para as aulas síncronas. Depois, passou a acompanhar, monitorar e prestar todo auxílio necessário para que as aulas on-line acontecessem da melhor forma possível. Um plantão em linha telefônica foi estruturado para que professores e alunos pudessem ligar a qualquer momento a fim de esclarecer dúvidas e solucionar problemas técnicos.

Para os alunos que não possuíam internet em casa, foram disponibilizados gratuitamente chips 4G. Se não havia sinal de internet na localidade onde os estudantes residiam, salas individuais foram providenciadas para que cada aluno pudesse assistir às aulas on-line na Universidade. Se houvesse necessidade, materiais impressos também eram disponibilizados. O mesmo foi feito para os professores.

Retorno parcial

“Tínhamos esperança de voltar com as aulas presenciais ainda no primeiro ou segundo semestre de 2020, mas, conforme as pesquisas foram sendo reveladas, percebeu-se que esse formato continuaria por mais um tempo”, esclarece Marcelo Faoro. O professor explica que todas as aulas teóricas possíveis foram adiantadas para o formato síncrono, deixando as práticas para depois, na expectativa de que as aulas presenciais pudessem ser retomadas. Até que chegou o momento em que não havia mais como adiar ou fazer de forma on-line, porque algumas disciplinas de alguns cursos precisavam ser essencialmente práticas.

Foi assim que, ainda em 2020, um grupo de trabalho (GT) foi estruturado na UCS para avaliar a possibilidade de realizar essas aulas de modo presencial, seguindo todos os protocolos de segurança, da forma mais individualizada possível. Assim, algumas aulas voltaram a ser realizadas presencialmente, e outras ainda ficaram pendentes — tudo planejado de forma que nenhuma parte do conteúdo fosse perdida.

O segundo semestre de 2021 seguiu da mesma forma: aulas práticas que não poderiam ser realizadas de forma remota ocorriam presencialmente, porém, com escalonamento, número reduzido de alunos e protocolo rígido monitorado pelo Centro de Operações de Emergência em Saúde para a Educação (COE).

   

Percepção dos alunos

A aluna Michelle Pértile acaba de encerrar o 3º semestre da graduação em Jornalismo. Portanto, ingressou na UCS justamente quando iniciou a pandemia, em março de 2020. “Eu tive uma semana de experiência na Universidade e as aulas presenciais precisaram ser suspensas. Dá para contar nos dedos quantas vezes eu fui pra UCS”, relembra.

Michelle define esse início de 2020 em duas palavras: angústia e incerteza. Para a futura jornalista, moradora de Veranópolis, era desafiador não saber quando as aulas presenciais iriam retornar, ou até mesmo se iriam voltar. Todavia, foi resiliente perante o novo cenário.

“Como eu estava no início do curso, a minha adaptação às aulas on-line se deu ao mesmo tempo em que eu me adaptava à Universidade. No meio desse turbilhão de mudanças, nem deu tempo de pensar muito. Só parei para refletir quando fui fazer a matrícula para o 2º semestre de 2020 e escolher as disciplinas. Foi aí que me dei conta de que as aulas iriam continuar nesse formato síncrono”, recorda.

A estudante conta que ficou triste pela ausência da socialização com colegas e professores, mas conseguiu fazer amigos pelo digital e garante que o aprendizado não foi prejudicado. “Eu consegui cumprir com o que foi proposto. Percebi um esforço muito grande por parte dos professores para fazer com que o estudo fosse efetivo, afinal, tudo também era muito novo para eles. Precisaram se desafiar na profissão”, a aluna faz questão de destacar.

“Essa foi — e está sendo — a minha experiência. Cada um tem a sua realidade e as suas dificuldades, mas acredito que aprender sempre foi um desafio, não somente na pandemia. O esforço e dedicação contam muito nessas horas”, salienta Michele.

Formada em Medicina durante a pandemia

O terceiro ciclo da pandemia para Étila Dellai Campos foi diferente, afinal, foi seu último semestre como estudante de medicina para, enfim, se tornar médica. O início de tudo, entretanto, foi bem similar. “Pensei que ficaríamos em casa por 15 dias e tudo voltaria ao normal, como pequenas férias — esperança que acabou rápido. Não saber o que seria do resto da graduação era desesperador”, conta a formanda.

No caso do curso de Medicina, principalmente para os estudantes dos últimos semestres, as aulas práticas continuaram de modo presencial. Apenas as teóricas migraram para o formato on-line. Segundo Étila, não houve perdas em questão de aprendizado, mas a rotina mudou. Ela ressalta que era ótimo ter mais momentos em casa, mas que manter a produtividade foi um desafio.

“A vantagem e a desvantagem disso tudo eram similares: a maior flexibilidade de horários. Antes da pandemia, as aulas teóricas ocorriam presencialmente logo antes ou depois das práticas. No novo formato, com teóricas on-line e práticas presenciais, a rotina e a carga horária ficaram um pouco mais bagunçadas e exigiram muito mais organização para estudar”, define.

Contudo, do primeiro para o terceiro ciclo da pandemia, Étila notou uma adaptação e uma melhora significativa — por parte dela, dos colegas e dos professores. “O tabu e o receio em utilizar as tecnologias diminuiu muito e, hoje, vejo uma maior facilidade com o on-line por parte de todos, o que torna as aulas bem mais produtivas”, pontua.

A — quase — médica explica que o momento da formatura sempre foi muito esperado e desejado, e lamenta o fato de não poder celebrar como gostaria. “Mas estou focada em me formar o quanto antes para poder atuar na linha de frente, ajudando a combater a Covid-19”, completa.

O que esperar para o quarto ciclo da pandemia

Para o próximo semestre, os dois formatos serão adotados: os professores darão as aulas na universidade e também haverá transmissão on-line. As aulas presenciais serão retomadas considerando os protocolos de biossegurança necessários ao contexto. Saiba mais.

Conforme o professor Marcelo Faoro, muito do que foi aprendido durante a pandemia veio para ficar, como uma higienização mais completa e segura, e o processo de digitalização, que torna tudo mais ágil e sustentável. Conforme o coordenador do COE-E Local, não houve qualquer tipo de prejuízo na aprendizagem dos alunos.

“Estamos seguros de que a Universidade está cumprindo muito bem o seu papel e formando alunos com a mesma capacidade e padrão de qualidade de ensino que formaria antes ou depois da pandemia”, garante.

Fotos: Divulgação/acervo pessoal