Atleta da ACTKD/UCS, Maria Eduarda Stumpf disputa as Paralimpíadas de Paris
Taekwondista de 19 anos estreia na quinta-feira, 29 de agosto, primeiro dia oficial de competições
Atleta da Associação Caxiense de Taekwondo (ACTKD/UCS), Maria Eduarda Stumpf, 19 anos, foi convocada para disputar os Jogos Paralímpicos de Paris, na França, realizados entre 28 de agosto e 8 setembro. Natural de Itaqui-RS, a atleta treina na unidade da Associação, localizada na Vila Poliesportiva da Universidade de Caxias do Sul.
Maria Eduarda, que ocupa atualmente a terceira colocação do ranking mundial, vai para o tatame na quinta-feira, 29 de agosto, primeiro dia da competição, que terá disputas a partir das 5h, horário de Brasília. A adversária só será conhecida após pesagem, e na mesma data ocorrem a repescagem e as lutas de pódio.
A atleta é representante da classe K44 (categoria até 52kg) para atletas com amputação unilateral do cotovelo até a articulação da mão; dismelia unilateral; monoplegia; hemiplegia leve; ou diferença de tamanho nos membros inferiores. No caso da esportista, a deficiência se desenvolveu ao nascer, em razão de uma lesão no plexo-braquial, conjunto de nervos que faz a comunicação entre os braços e o cérebro, causando limitações nos movimentos dos braços.
Antes de viajar, a taekwondista ressaltou que a presença nos Jogos será um dos momentos mais importantes da sua vida. “É uma emoção muito grande poder representar o meu país e a minha cidade em um evento tão grandioso e simbólico”. Maria Eduarda também destaca o desejo de colocar em prática todo o seu aprendizado nos treinamentos, por si, pela sua família, pela equipe e por todos que se sentem representados no movimento paralímpico. Acerca da possibilidade de medalha, é categórica: “se vier, vai completar a nossa felicidade”.
Quem estará ao lado da paratleta durante as competições é o treinador Daniel Brisotto, que faz questão de destacar a trajetória da jovem. “A Maria é uma atleta que foi moldada para ser campeã, ela é uma ‘máquina de treinar’, e a convocação para os jogos é fruto dessa dedicação e trabalho. Ela merece tudo o que está conquistando, e com isso a gente espera obter o melhor resultado possível em Paris”. A ligação de Maria Eduarda com o esporte vem desde a infância. Em 2016, se encontrou no Taekwondo. De lá para cá, somou conquistas, entre as quais uma medalha de ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago; um bronze no Grand Prix de Taekwondo; e um ouro no Pan Am Series II no Brasil, em 2023.
O Brasil será representado em 20 das 22 modalidades nas Paralimpíadas de Paris. O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) convocou 280 atletas, sendo 255 esportistas,19 atletas-guia (18 do atletismo e 1 do triatlo), três calheiros da bocha, dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro do remo.
Parceria ACTKD/UCS
A Associação Caxiense de Taekwondo leva a marca da Universidade de Caxias do Sul a eventos no Brasil e no Exterior. No âmbito acadêmico, a parceria permite aos estudantes dos cursos da Área da Saúde a realização de estágios e pesquisas na modalidade e a vivência com atletas da base até o alto rendimento. Brisotto reforça a importância desse vínculo. “É uma parceria que dá muito certo, só temos a agradecer. Desejamos que este contato seja cada vez mais potencializado, para que possamos revelar ‘novas Marias’, e quem sabe ter um atleta em uma Olimpíada, também”.
UCS tem acadêmico e egresso convocados para os jogos
A Universidade de Caxias do Sul também estará representada nas Paralimpíadas pelo judoca Marcelo Casanova. Estudante da graduação em Direito, é o quarto colocado do ranking mundial na categoria meio-pesado (-90kg) na classe J2 – para atletas com definição de imagens. Casanova tem déficit visual em decorrência do albinismo. A partir do ingresso no Judô paralímpico, ele acumula conquistas como campeão Pan-Americano da modalidade, em 2022, e medalha de ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, no ano passado.
Nos Jogos Olímpicos de Paris, realizados entre 26 de julho e 11 de agosto, a Seleção Brasileira Masculina de Vôlei chegou até às quartas de final com a participação do levantador Fernando Gil Kreling, o Cachopa. Hoje com 28 anos, Cachopa é consagrado no vôlei internacional e tem história na UCS: ingressou na APAAVÔLEI – Associação dos Pais e Amigos dos Atletas de Voleibol de Caxias do Sul, mantida com o apoio da Universidade, aos 10 anos de idade.
Fotos: Ana Patrícia/CPB