‘Caminhos da Mobilidade Elétrica’ é tema de evento promovido pela UCS
I Fórum BraCham – UCS iNOVA – MobiCaxias busca discutir e potencializar ações para mudar a matriz energética dos veículos com base na experiência de grandes empresas brasileiras no exterior.
A mudança da matriz energética dos veículos no mundo todo é mais necessária do que nunca. Tecnologias alternativas já são realidade em alguns países e podem ser aplicadas e desenvolvidas também pela indústria nacional. Para discutir e potencializar ações que tornem essas tecnologias realidade também no Brasil, a Universidade de Caxias do Sul promoveu nesta quarta-feira, 1º de setembro, o I Fórum BraCham – UCS iNOVA – MobiCaxias, com o tema ‘Caminhos da Mobilidade Elétrica’.
A Agência de Inovação da UCS – UCS iNOVA, a BraCham – Associação Brasileira de Indústria, Comércio e Inovação na China e o MobiCaxias – Associação Mobilização por Caxias do Sul são os articuladores do evento e os responsáveis por conduzir a discussão. A ideia é que, com base na experiência de grandes empresas brasileiras no exterior, a indústria nacional comece desde já a desenvolver projetos inovadores na área da mobilidade elétrica.
Experiência das empresas + Expertise da Universidade
A diretora de Inovação e Tecnologia na Indústria e Comércio da BraCham, a engenheira Lourdes Cristina Printes, conduziu o evento. A Associação, que tem como missão articular os interesses coletivos dos empreendimentos brasileiros, atuando como foro de congregação da comunidade brasileira na China, iniciou, com o Fórum, suas atividades em território nacional. Ela será mais uma entidade residente no Parque de Ciência, Tecnologia e Inovação da UCS (TecnoUCS).
Entre as mais de 130 empresas associadas à BraCham estão gigantes e líderes de segmentos, como Vale, Petrobras, Embraer, Embraco, Itaú, Simerx, Marcopolo, Fras-le, Shulz, Renner, Suzano, WEG, Hering, Embrapa, JBS, Bovespa e Invest SP. “A BraCham traz a rica experiência internacional de seus associados, e a UCS traz a estrutura e a expertise para a pesquisa e inovação. Assim, temos a tecnologia e a possibilidade de desenvolvê-la em território nacional, diminuindo os custos, facilitando os investimentos e valorizando o que é produzido no nosso próprio país”, ressaltou Lourdes.
Conforme a engenheira, o Brasil está atrasado em termos de mobilidade elétrica. “Alguns países da Europa já planejam suspender totalmente a circulação de veículos movidos a combustíveis fósseis nos próximos 5 anos. No Brasil, por enquanto, somente São Paulo tem investido nisso. Estamos atrasados e precisamos dessa parceria da BraCham com a UCS iNOVA e o MobiCaxias para acelerar o investimento em mobilidade elétrica em mais cidades brasileiras”, destacou.
Exemplos de São Paulo e da China
O secretário-executivo de Mudanças Climáticas de São Paulo, Dr. Antonio Fernando Pinheiro Pedro, explorou os impactos que a mudança de matriz energética dos veículos têm para o meio ambiente e para a sociedade. O município de São Paulo possui um Plano de Ação Climática 2020-2050 que busca, entre outras ações, zerar a emissão de gases de efeito estufa até 2050. Conforme o secretário, a frota de São Paulo, que representa 25% da frota nacional, é responsável, atualmente, por 68% das emissões. Pinheiro reforçou que, para concretizar o plano, é necessário todo o apoio dos órgãos públicos, associações e instituições de ensino. “Sabemos que nossas metas são ousadas, porém são mais do que necessárias”, enfatizou.
Também discursou no fórum o diretor técnico da empresa TES Technology Engineering Smart Solutions, da unidade de Shanghai, na China, engenheiro Everton dos Santos. Ele explicou que trabalha à frente de projetos de tecnologia aplicada ao desenvolvimento de veículos elétricos. Tanto o secretário-executivo de São Paulo quanto o diretor técnico da TES apresentaram e destacaram rotas tecnológicas alternativas e limpas, como o etanol, o gás natural, o biometano, o hidrogênio verde e a eletricidade.
O diretor executivo do MobiCaxias, Rogério Rodrigues, pontuou que, com os exemplos de São Paulo e da China, a ideia é que essas rotas também podem ser desenvolvidas e aplicadas em Caxias do Sul. Neste sentido, contribuíram profissionais de empresas da região: o coordenador de Engenharia da Marcopolo Brasil-China, Eng. Fabio Mascarenhas Moreira, o coordenador de Engenharia da Suspensys, Eng. Carlos Eduardo Michelin Beraldo, e o coordenador da UCSGRAPHENE, professor Diego Piazza, que apresentaram o que já vem sendo desenvolvido localmente em termos de tecnologia e mobilidade elétrica.
O diretor global de Engenharia da WEG, Eng. Rodrigo Fumo Fernandes, também compartilhou o que a empresa multinacional brasileira com sede em Santa Catarina desenvolve na área.
Solenidade
O reitor da UCS, Evaldo Antonio Kuiava, celebrou a parceria. “A missão das universidades é produzir pesquisa e conhecimento em todas as instâncias, mas somos apenas parte do sistema. Precisamos dessa união com órgãos, empresas e movimentos para materializar o conhecimento produzido”, pontua.
Para o presidente do MobiCaxias, Carlos Zignani, o fórum vai ao encontro do objetivo do Mobi, que é acompanhar e promover ações que ampliem o desenvolvimento econômico-social de Caxias do Sul. Também participaram do evento o cônsul-geral do Brasil em Xangai, Gilberto Moura, o presidente da BraCham, Henry Osvald, o vice-presidente da BraCham, Jessé Guimarães, e o engenheiro Vilson Neumann Machado.