Curso de Ciências Econômicas completa 65 anos com olhar para o futuro
Comemoração reuniu profissionais para homenagens e debates sobre perspectivas para a economia gaúcha e nacional
Presente, passado e futuro ganharam espaço nesta terça-feira, 10 de setembro, em evento que celebrou os 65 anos do curso de Ciências Econômicas da Universidade de Caxias do Sul. No UCS Teatro, estudantes, professores e egressos reuniram-se para enaltecer a trajetória do curso durante seis décadas e meia de atuação ininterrupta.
Coordenadora e docente do curso, Jacqueline Corá orientou um olhar para o passado a fim de explicar o significado do encontro: “os resultados de hoje são frutos de um trabalho duradouro feito por múltiplas mãos que ousaram sonhar e fazer da Faculdade de Economia uma realidade duradoura”. A contribuição do curso ao empreendedorismo e ao desenvolvimento sustentável da região também é resultado de seu alinhamento às demandas contemporâneas, e neste movimento a coordenadora anunciou uma nova estrutura curricular para a formação a partir de 2025. Serão ampliadas as disciplinas voltadas ao mercado financeiro e às finanças digitais, e contemplados ciências de dados e planejamento territorial. “Ao passo que inovamos, continuaremos zelosos para que o curso permaneça abrangente e plural. A economia é uma ciência social, portanto, antes dos números estão as pessoas”, concluiu.
O reitor da UCS, Gelson Leonardo Rech, celebrou “a história que deu certo” a partir da união entre empreendedorismo, formação integral dos estudantes e visão humanista que é preconizada pela Instituição. Entre as missões da Universidade, discorreu sobre a ciência, a importância da vivência prática, da postura ética e de um bom relacionamento. Agradecendo a todos que cumprem essa missão, o reitor sintetizou: “Estudantes, saibam ler a grandeza do que estamos vivendo, formem-se e transformem o mundo, tal qual o curso de Ciência Econômicas fez com a região”.
Perspectivas para a economia
O painel “Perspectivas para a Economia do RS e do Brasil” reuniu especialistas de diferentes segmentos que contribuem na formação econômica e em atenção às demandas do Estado, sobretudo após as recentes tragédias climáticas – a mediação foi da professora Maria Carolina Rosa Gullo. Economista-chefe da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado (Fecomércio-RS), Patrícia Palermo comentou sobre as perspectivas para a economia brasileira a partir de um recorte do cenário internacional. A profissional projetou uma desaceleração na economia neste segundo semestre, após um período de crescimento. Entre os motivos, lista a redução do impulso fiscal, o possível aumento de juros e a queda no ritmo de criação de vagas no mercado de trabalho. Patrícia também traçou um histórico do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, ressaltando o potencial de desenvolvimento do país em paralelo a muitos desafios.
O Economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Sistema Farsul), Antonio da Luz apresentou números e prognósticos sobre os impactos das enchentes e estiagens no agronegócio, no PIB e no emprego formal gaúcho. Os cenários econômicos de China e Estados Unidos – países com fortes relações comerciais e diplomáticas com o Brasil – também foram destacados. Luz enalteceu a pujança do setor agro e sua presença em uma economia circular, ou seja, relacionada à agricultura, indústria e aos serviços, gerando empregos nesses segmentos.
O cenário econômico e as perspectivas para a indústria do Estado foram contemplados na fala da economista-sênior da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), Caroline Puchale. Entre os fatores para o baixo crescimento do setor nos últimos 20 anos no Rio Grande do Sul, apontou a falta de mão de obra qualificada e o ciclo de vida das máquinas, além do agravante gerado pelos eventos climáticos. Para a profissional, o sistema tributário traz dificuldade ao crescimento das empresas e à capacidade da indústria de atrair e reter trabalhadores.
Os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul em comércio e serviços foram abordados pelo chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL-POA), Oscar Frank, que analisou a atividade econômica dos setores durante o 3º bimestre deste ano. Identificando os problemas oriundos das restrições de mobilidade e do poder de compra, Frank considerou a antecipação de benefícios e novos recursos fatores relevantes para a recomposição das perdas materiais no momento de crise.
Docentes são homenageados
Diretores e ex-diretores com notável contribuição ao curso de Ciências Econômicas a partir da década de 1980 foram homenageados pela Universidade por sua dedicação à comunidade acadêmica:
– Enestor José Dallegrave, coordenador do colegiado e chefe de departamento do curso de Ciências Econômicas entre 1982 e 1988
– Maria Gorete do Amaral e Silva, coordenadora do curso de Ciências Econômicas de 1999 a 2001
– Maria Carolina Rosa Gullo, coordenadora do curso de Ciências Econômicas de 2005 a 2009 e docente até hoje
– Jacqueline Maria Corá, coordenadora do curso de Ciências Econômicas de 2009 até hoje
– Lodonha Maria Portela Coimbra, coordenadora do colegiado e chefe de departamento do curso de Ciências Econômicas durante períodos nas décadas de 1980, 1990 e anos 2000, atuando na graduação até hoje
– Miguel Antônio Câmara Canto, coordenador do colegiado e chefe de departamento do curso de Ciências Econômicas de 1986 a 1988
Os professores do Campus da Região dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, Nicanor Matielo, coordenador do curso de 1999 a 2009, e Mônica Beatriz Mattia, coordenadora do curso de 2009 a 2013, que não puderam comparecer ao evento, também integram a lista de homenageados.
O evento também contou com a presença da vice-prefeita de Caxias do Sul, Paula Ioris; representante da Mitra Diocesana de Caxias do Sul, padre Eleandro Teles; do vice-reitor da UCS, Asdrubal Falavigna; da pró-reitora de Graduação, Terciane Ângela Luchese; do pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Everaldo Cescon; da pró-reitora de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico, Neide Pessin; e do diretor da Área do Conhecimento de Ciências Sociais, Marcell Bocchese.
Fotos: Roger Clots e Pedro Rosano