Simpósio na UCS debate os desafios para tratar doenças renais pelo SUS

Assessoria de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul - 04/11/2024 | Editado em 04/11/2024

Complicações e tratamentos da Doença Renal Crônica foram discutidos durante os três dias do evento

Profissionais da área da saúde e acadêmicos se reuniram durante os dias 30 e 31 de outubro e 1º de novembro, no Auditório do Bloco H do Campus-Sede da Universidade de Caxias do Sul, para o Simpósio Internacional de Nefrologia da UCS – 20 Anos de Desafios no Sistema Único de Saúde. Foram discutidas questões decorrentes da Doença Renal Crônica (DRC) em pacientes do SUS e alternativas de tratamento.

Atualmente, a DRC é considerada um dos problemas de saúde pública mais relevantes no Brasil, principalmente por não apresentar sintomas aparentes, o que dificulta um diagnóstico precoce. E, esse fenômeno, apontaram especialistas presentes no Simpósio, ocorre de forma preocupante em Caxias do Sul e região. No grupo de risco estão diabéticos, hipertensos, idosos, pessoas com doenças reumatológicas, usuários de anti-inflamatórios não esteroides sem prescrição médica, portadores de doenças cardiovasculares e pessoas que fazem uso concomitante de quatro medicamentos ou mais.

Nesse sentido, no evento foi reforçada a importância da prevenção urgente. Entretanto, no contexto do SUS há o agravante de limitações na infraestrutura e de recursos. “A realidade dos pacientes do sistema público de saúde reflete essas dificuldades, exigindo um investimento em recursos e estratégias de rastreamento precoce da DRC e dos fatores de risco associados”, explica o professor de medicina Jorge Alberto Menegasso Vieira, um dos organizadores do Simpósio.

A carência de estrutura para o diagnóstico precoce e o tratamento adequado também abrange a falta de recursos humanos e limitações para as terapias de alta complexidade, como é a hemodiálise. Na região Nordeste do Estado, a cobertura de vagas está bem abaixo do que recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS) – 500 vagas por milhão de habitantes. Atualmente, a região conta com 200 vagas/milhão.

Considerando a complexidade da temática, Menegasso destacou a importância da realização do Simpósio. “O evento proporcionou uma visão abrangente dos desafios e dos avanços na área de nefrologia, com foco na importância da prevenção e na necessidade de investimentos em tecnologia e infraestrutura”.

Além disso, a aula magna ministrada pelo médico francês Pierre Joseph Cochat, que recebeu título de Doutor Honoris Causa pela UCS no dia 30 de outubro, reforçou a importância da troca de experiências sobre a realidade da medicina em outros países e da possibilidade de o Brasil adaptar modelos educacionais e práticas clínicas eficazes à sua realidade.

Assista às palestras do Simpósio Internacional de Nefrologia da UCS no canal UCS Educacional.

Fotos: Graziane Silveira Dutra