EDUCS: obra “Ensinar e aprender na universidade: inovações pedagógicas, científicas e tecnológicas” inaugura selo Teses e Dissertações
Livro consiste na tese de doutorado da docente da Universidade de Caxias do Sul Andréia Morés. Lançamento ocorre no dia 24 de abril
A Editora da Universidade de Caxias do Sul – EDUCS lança no dia 24 de abril, segunda-feira, o livro Ensinar e aprender na universidade: inovações pedagógicas, científicas e tecnológicas. A obra consiste na tese de doutorado da professora Andréia Morés, que recebe o público a partir das 17h30, na UCS Livraria, e às 19h, no hall de entrada do UCS Teatro, no Campus-Sede.
É a primeira publicação da Editora com o selo “Teses e Dissertações”, que oportuniza aos autores ampla distribuição e difusão das pesquisas nos meios acadêmicos; possibilidade de indexação da obra pelo registro do ISBN (Padrão Internacional de Numeração de Livro); registro na biblioteca nacional; e altas pontuações de acordo com indicadores de avaliação dos livros e das produções científicas.
À EDUCS, o selo possibilita: publicação e difusão de conhecimento científico distinto, inédito e autoral; parcerias com Programas de Pós-Graduação e autores de outras universidades; e fortalecimento da marca no mercado editorial. “A opção pela publicação desse tipo de obra se orienta pelo entendimento de que o valor agregado não se mede financeiramente, por consistir em investimento no capital intelectual. O impacto é mensurado pelas reverberações e interlocuções entre pesquisadores e realidades diversas que contribuem para a disseminação e a evolução do conhecimento compartilhado com a comunidade acadêmica, bem como para a constituição da nossa identidade de Universidade Comunitária”, considera a coordenadora da EDUCS, professora Simone Côrte Real Barbieri.
Ensinar e Aprender na Universidade
O livro Ensinar e aprender na universidade: inovações pedagógicas, científicas e tecnológicas, como o título indica, contempla estudos e reflexões sobre as inovações e suas relações com os processos de ensino e aprendizagem. Sua publicação foi motivada pelas reverberações da investigação realizada sobre o tema e pelos diálogos que emergiram durante o período de pandemia e pós-pandemia, com estudantes, professores, gestores e pesquisadores da Educação Superior e da Educação Básica, frente aos desafios da inovação e suas relações com os processos de ensinar e aprender.
A autora, Andréia Morés, é doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mestra em Educação e licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Atualmente é docente da Área do Conhecimento de Humanidades da Universidade de Caxias do Sul – no Programa de Pós-Graduação em Educação, atua na linha de pesquisa Processos Educacionais, Linguagem, Tecnologia e Inclusão. Desenvolve pesquisas e orienta dissertações e teses relacionadas à Educação, com ênfase em Pedagogia Universitária e Formação de Professores. A partir de sua experiência na área educacional, a professora aponta elementos importantes da obra e algumas reflexões sobre o tema:
Quais os objetivos da publicação?
Há um sentimento de alegria, de pertencimento e de desafio com a publicação do livro que corrobora a socialização de conhecimentos e saberes mobilizados frente aos estudos que emergiram da presente pesquisa sobre a temática da inovação. Ao aprofundar os estudos sobre a Educação Superior e a inovação, permito-me o desafio de desbravar a escrita embasada em princípios e problematizações elencadas pelo professor e sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, que me remete a reflexões epistêmicas e paradigmáticas que contribuíram para referendar os estudos da Educação Superior e da Inovação, quando afirma: “não há conhecimentos puros, nem conhecimentos completos; há constelação de conhecimentos”, porque, complementa o autor, “não há um único caminho a ser percorrido; há uma pluralidade, uma ecologia de saberes ou uma ecologia de práticas de saberes”. Com esse viés, na presente obra propõem-se: estudos e reflexões que contemplem a Educação Superior e a função social da universidade; desafios dos novos tempos e espaços, adentrando na Educação a Distância (EaD); Inovação Educacional e Inovação Pedagógica, Científica e Tecnológica. Essa articulação teórica foi mobilizada com a imersão metodológica da pesquisa, embasada na abordagem qualitativa da pesquisa educacional. A pesquisa foi desenvolvida em duas universidades, uma federal e uma comunitária, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Universidade de Caxias do Sul (UCS), as quais, com larga experiência na formação presencial de professores, passaram a investir na formação docente em EaD, especialmente no curso de Pedagogia.
Conte como foi o processo de produção da obra, algumas curiosidades e particularidades significativas ao resultado:
Sensibilizada e engajada com os processos de ensino e aprendizagem na Educação, na condição de professora e pesquisadora, desafiei-me a desbravar e investigar o cenário da Educação Superior e da inovação que tangenciou a produção da tese. O percurso teórico e metodológico e os resultados alcançados são fontes de incentivo para essa publicação. Desbravar o caso investigado, com imersão em ambas as universidades, permitiu-me conhecer a região de abrangência, a estrutura física da sede e dos polos EaD, a organização curricular dos cursos e a acolhida aos depoimentos e às reverberações dos participantes da pesquisa: estudantes, professores e tutores envolvidos com os cursos de Pedagogia EaD UCS e UFRGS. Compartilho conhecimentos e saberes advindos dos caminhos trilhados para elaborar essa obra, e na condição de pesquisadora foi necessário ir além do já conhecido e permitir o envolvimento com o desconhecido, com o vir a ser. Outro cenário desbravado, o qual destaco como um desafio, foi o de compreender que essa obra não é um fim em si mesma, mas uma significativa etapa mobilizada, construída e socializada com os pesquisadores envolvidos com a mesma temática, acrescida do desafio da análise e da corresponsabilidade do material construído e transformado em domínio da linguagem, com ética e responsabilidade. “As palavras talvez tenham sido incipientes para lapidar todas as análises feitas”, respaldadas nas tessituras de Leite e Cunha, e fizeram com que se compreendesse que o enfoque dado a esse estudo já representava uma inovação na forma de olhar para o ensino e a aprendizagem que ocorre na universidade, no sentido de que “antes de ser entendido como produto acabado, ele se constitua num incentivo e até num desafio à sua continuidade e/ou superação”.
Qual papel atribui à pesquisa e à escrita no desenvolvimento do país? E como avalia as oportunidades atuais relacionadas ao estudo e a pesquisa?
Considera-se relevante uma maior visibilidade à Educação em prol do compromisso com a ciência e a pesquisa para o desenvolvimento da emancipação humana a fim de uma sociedade mais justa e igualitária, superando-se a visão da reprodução e da transmissão de conteúdos e informações, para um processo reflexivo, investigativo e dialógico na construção social de conhecimentos e saberes ao se fortalecer e se aproximar da rede e de grupos em diálogo. Boaventura de Sousa Santos, em seus textos, nos lembra que o conhecimento deve traduzir-se em autoconhecimento, e o desenvolvimento tecnológico deve traduzir-se em sabedoria de vida, em defesa da vida planetária. A pesquisa com potencial reflexivo e investigativo permite questionar, problematizar algo já determinado e instituído, o que evoca a possibilidade de conhecer o novo, o porvir, o instituído. Esse movimento investigativo, sistematizado em processos teóricos e metodológicos, traduz-se na escrita como sistematização de conhecimentos, saberes e vivências, acolhe o diálogo, a liberdade de expressão de pensamento, de autonomia, de descoberta e de invenção. Com esse viés, destaca-se a potencialidade da pesquisa na tessitura de redes e conexões, na formação dos sujeitos em constante transformação e na formação humana e social como fio condutor no contexto educacional, nos processos de ensinar e aprender, bem como no caminho da autonomia e da emancipação.
Foto: Claudia Velho