Palestras alusivas ao Dia Mundial do Meio Ambiente convergiram para a necessidade de combater o negacionismo climático como um passo importante para a tomada de decisões

“Não há explicação alternativa que fundamente-se diante da convergência de evidências científicas sobre a causa do aquecimento global, que é a intervenção humana”. A frase do professor Guilherme Brambatti Guzzo praticamente responde à pergunta Como Sabemos que o Aquecimento Global é Provocado pelas Atividades Humanas?, tema da primeira de uma série de palestras realizada no UCS Teatro na noite de quarta-feira, 5 de maio, em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente. O evento Sustentabilidade e Resiliência: Reflexões Interdisciplinares sobre o ‘Novo Normal’ Climático pautou todas as áreas do conhecimento da Universidade de Caxias do Sul para o debate e revelou a urgência de se combater o negacionismo climático.

Diferente de outros anos, as ações da UCS pelo Dia Mundial do Meio Ambiente foram centralizadas em um mesmo evento, em razão das dificuldades surgidas diante da maior tragédia climática que atingiu o Estado, recentemente. Essa concentração de esforços resultou em uma série de palestras abrangendo diferentes percepções acadêmicas sobre os impactos das mudanças climáticas e a necessidade da construção de uma nova consciência ambiental. As boas-vindas à plateia, formada em sua maioria por estudantes e professores da UCS, e aos palestrantes ficaram a cargo do reitor Gelson Leonardo Rech, que recomendou: “Temos que cuidar do nosso planeta, mais do que nunca. A Terra é minúscula diante da imensidão do universo, e é tudo o que temos”.

O professor Guilherme Brambatti Guzzo representou a Área do Conhecimento de Ciências da Vida. A seguir, em nome da Área do Conhecimento de Ciências Exatas e Engenharias, falou a professora Renata Cornelli, sobre Mudanças Climáticas e Eventos Extremos: Conceitos, Causas e Consequências. “Todos nós geramos impactos, mas também podemos trazer soluções. Engana-se quem pensa que o trabalho de prevenção é apenas da Engenharia Ambiental. Todas as Engenharias têm condições de contribuir, desde a Civil à Elétrica, dos edifícios sustentáveis aos carros elétricos”, observou.

O evento seguiu com as palestras Sob Qual Paradigma está a Ordenação do Espaço? Relação com a Natureza, as Necessidades, Possibilidades e Consequências da Ocupação do Espaço, com o professor André Melati, da Área do Conhecimento de Artes e Arquitetura, e Pensando os Possíveis Impactos Socioeconômicos, com o professor Roberto Birch Gonçalves, da Área do Conhecimento de Ciências Sociais. O tema Impactos sobre o Patrimônio Histórico e Cultural foi abordado pelo professor Anthony Beux Tessari, da Área do Conhecimento de Humanidades. Ele destacou como as mudanças climáticas ocasionam a degradação irreversível e a destruição de paisagens culturais, provocando êxodos, migrações forçadas e perdas de laços identitários, além de atingirem saberes tradicionais e a memória coletiva.

A palestra final, do professor Adir Ubaldo Rech, da Área do Conhecimento de Ciências Jurídicas, contemplou A Efetividade como Planejamento das Políticas Públicas Prescinde da Legalidade. Rech reforçou a necessidade de uma revisão na atual legislação ambiental em todos os âmbitos estatais para, a partir de então, adequá-la às demandas que hoje se fazem urgentes. Após as palestras, o debate sobre os temas apresentados foi conduzido pela ex-professora e ex-coordenadora do Instituto de Saneamento Ambiental da UCS, Vania Elisabete Schneider. Ao final, foram distribuídas mudas de árvores nativas aos participantes.

Confira a íntegra do evento acessando esse link.

Fotos: Bruno Zulian