Estudante do CETEC participa de projeto que simula a vida em Marte
A estação espacial analógica Habitat Marte é um dos projetos mais inovadores no estímulo ao desenvolvimento de competências na área aeroespacial no Hemisfério Sul.
A estudante Júlia Giordano Bianchi, da turma Y1, além de conhecer um pouco mais o planeta, participou da experiência única de pensar como um astronauta em uma missão que simula a vida em Marte. A caxiense foi uma entre os 24 brasileiros selecionados para fazer parte de pesquisas da Agência Espacial Brasileira (AEB), que simula experiências vividas em uma estação em solo marciano.
A estação espacial analógica Habitat Marte é um dos projetos mais inovadores no estímulo ao desenvolvimento de competências na área aeroespacial no Hemisfério Sul. Júlia conta que a inscrição se deu pela paixão por assuntos relacionados ao universo: “Desde o 8° ano eu tenho interesse em astronomia e eu estou sempre atrás de aulas, cursos e coisas do tipo para agregar ao meu currículo”, aponta a estudante.
O projeto Habitat Marte faz parte do Núcleo de Pesquisas em Engenharia, Ciência e Sustentabilidade da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e funciona desde 2017 no município de Caiçara do Rio do Vento (RN). A sede está em uma área impactada pela mudança climática, pela seca e escassez hídrica, localizada a 100 km de Natal, capital do Rio Grande do Norte.
Neste ano, a Estação Espacial Habitat Marte firmou parceria com a Agência Espacial Brasileira para uma missão virtual conjunta entre os dias 7 e 21 de junho. Chamada de Missão Espacial Análoga AEB/Habitat Marte, a iniciativa teve o objetivo de proporcionar a vivência de uma estação espacial em Marte sob a modalidade virtual.
Durante os 14 dias da missão, os participantes tiveram que buscar a autossustentabilidade pela geração da própria energia, reciclagem de resíduos e produção do próprio alimento. O desafio principal era desenvolver tecnologias que fossem aplicadas tanto no espaço, quanto em regiões áridas e semiáridas, ou outras regiões ameaçadas pela escassez hídrica e seca.
Nas missões do Habitat Marte, todos os participantes são considerados membros da tripulação e responsáveis por um módulo no habitat. Com base nessas considerações, cada astronauta deve preencher e enviar relatórios diários sobre as condições climáticas, atividades realizadas e algumas informações psicológicas, além de suas atribuições em cada módulo. Para Júlia, que trabalhou na tripulação responsável pela construção do Centro de Saúde em Marte, a experiência foi engrandecedora: “Foi uma experiência muito diferente, pois pude trabalhar com pessoas que já estão formadas na área e entendem muito sobre o assunto, além disso, tive a oportunidade de aprender mais sobre Marte, e sobre muitas outras áreas que foram trabalhadas na missão”, conta a estudante, que pretende seguir a carreira profissional na área da engenharia aeroespacial ou astrofísica.
Para Ana Cristina Possapp Cesa, diretora do CETEC, é muito importante o engajamento dos alunos em projetos inovadores: “Sempre fomentamos a pesquisa e a inovação por meio dos mais diversos projetos interdisciplinares da escola, como a Mostra Científica e Tecnológica. A participação da Júlia em uma experiência científica e, de certa forma, interplanetária, com certeza é motivo de alegria e inspiração para a escola e os demais colegas”, pontua a docente.
De acordo com o idealizador do projeto, professor Júlio Rezende, a missão espacial análoga pretende colaborar para o desenvolvimento de competências em variadas áreas do conhecimento (engenharia, biologia, sustentabilidade, gestão, psicologia, saneamento e energias). Rezende reforça que este tipo de desenvolvimento é importante para a exploração espacial e simula possíveis aplicações nas futuras estações espaciais em Marte e na Lua.