Caravana da UNE, sediada pela Universidade, reforçou o debate em torno da importância do reconhecimento a essas instituições

“Precisamos de uma legislação que priorize as importantes atividades que as universidades comunitárias desenvolvem para a educação e para a sociedade. Portanto, a necessidade desta discussão, de defendermos e perpetuarmos as universidades comunitárias e levar nosso clamor às instâncias decisórias”.

Com essas palavras o reitor da Universidade de Caxias do Sul, Gelson Leonardo Rech, deu início ao debate promovido pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e pela União Estadual dos Estudantes (UEE) em torno da importância das universidades comunitárias no desenvolvimento da educação brasileira. O evento, realizado na noite de terça-feira, dia 26, no UCS Teatro, encerrou a passagem da Caravana da UNE no Rio Grande do Sul, após dois dias de atividades no Campus-Sede da UCS, instituição escolhida pela própria UNE para sediar o encontro no Estado.

A UCS, como maior universidade comunitária gaúcha, acolheu centenas de estudantes e gestores acadêmicos de instituições que integram o Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung). No debate de terça à noite, estiveram lado a lado, entre outras autoridades acadêmicas e estudantis, o reitor da Universidade de Santa Cruz e presidente do Comung, Rafael Frederico Henn, a secretária-geral da UNE, Júlia Koff, o presidente da UEE, Alejandro Guerrero, o presidente do Diretório Central de Estudantes (DCE) da UCS, Wallace Castro Tropaga, e a deputada federal Denise Pessôa. Diante deles estava uma plateia formada por alunos de diferentes faixas etárias, cursos e instituições, porém focados no mesmo propósito de uma reforma universitária que valorize o papel das instituições públicas e comunitárias.

“A primeira Caravana Universitária foi realizada pela UNE em 1968, e desde então pouco se avançou em termos de melhorias que vão desde a redução de valores nos restaurantes universitários até o acesso e a permanência no ensino superior para todas as classes sociais”, destacou a secretária-geral da UNE, Júlia Koff. O presidente do Comung, Rafael Frederico Henn, observou a necessidade de uma constante representatividade das universidades comunitárias junto a diferentes instâncias governamentais, a fim reivindicar recursos e, sobretudo, reconhecimento.

Tanto o Comung quanto a UNE e a UEE estabeleceram metas nesse sentido. O consórcio elabora carta de reivindicações que deve ser apresentada nos próximos dias ao governo do Estado, observando a necessidade do cumprimento do 0.5% da receita líquida de impostos próprios previsto na Constituição Estadual a ser revertido em bolsas de estudos para o Ensino Superior Comunitário, entre outros itens. As entidades estudantis, por sua vez, dão prosseguimento à Caravana da UNE, a partir de Caxias, por outras 12 cidades brasileiras para, ao fim do itinerário, elaborar um relatório sobre a realidade e as necessidades das universidades comunitárias a ser apresentado ao Ministério da Educação em agosto.

A passagem da Caravana da UCS em Caxias foi considerada pelo reitor Gelson Leonardo Rech como um fato histórico na Instituição, tanto pela qualidade dos debates quanto pela convergência de ideias quanto à importância de uma educação superior de qualidade e acessível a todos.

Fotos: Bruno Zulian