Grupo de pesquisa da UCS elabora plano para fomentar a cultura de resiliência

Assessoria de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul - 23/05/2024 | Editado em 24/05/2024

As consequências dos eventos climáticos que atingiram o Estado gaúcho têm mobilizado diversas áreas da Universidade de Caxias do Sul dedicadas à assistência e à pesquisa. Mitigar os efeitos de tragédias como as ocasionadas pelas chuvas desde mês de maio e contribuir à prevenção de novas ocorrências estão entre os objetos de estudo do City Living Lab – grupo vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Administração. Os pesquisadores elaboraram, em 2023, o plano “Cidades Resilientes”, que objetiva capacitar os municípios para o desenvolvimento e fortalecimento da resiliência nas comunidades de maneira sustentável, a partir do enfrentamento dos fenômenos associados a desastres naturais e desafios urbanos.

O reitor da UCS, Gelson Leonardo Rech, explica que o trabalho com cada município parte da elaboração de um conjunto de perguntas pelo grupo de pesquisadores, a serem dirigidas aos gestores públicos e entidades. ”O resultado permite a produção de um diagnóstico das cidades, para que tenham competências para responder às intempéries do clima”, considerou. Os municípios que tiverem interesse nas capacitações devem fazer contato via UCSINova.

Uma cidade resiliente é capaz de se preparar, adaptar, resistir e se recuperar de adversidades da forma mais breve possível. Esse conceito abrange a capacidade de os municípios manterem a continuidade dos serviços essenciais, protegerem seus cidadãos, especialmente os mais vulneráveis, e promoverem um desenvolvimento sustentável e integrado, mesmo em momentos de crise.

De acordo com a coordenadora do City Living Lab, professora Ana Cristina Fachinelli, aderir ao plano será de grande relevância para a reconstrução das localidades atingidas, uma vez que as diretrizes para cidades resilientes consideram a preservação da vida e do patrimônio das pessoas. Ela explica que o projeto está fundamentado em dois eixos principais: o de pesquisa, que foca nos fatores de resiliência das cidades; e o de capacitação, que se concentra em casos, experiências e lições aprendidas a partir de outras cidades brasileiras e países. “É preciso ter um entendimento dos impactos de desastres para poder se preparar adequadamente, revisar e adaptar as políticas de desenvolvimento e de planejamento para torná-las sensíveis aos riscos, e garantir que a prevenção para desastres seja uma prioridade local. Esta capacitação representa um passo crucial para promover um desenvolvimento urbano robusto e resiliente, capaz de enfrentar os desafios do futuro com eficácia e inovação”, considera.

A estrutura do projeto inclui quatro módulos: fundamentos de resiliência urbana, introduzindo conceitos de resiliência, riscos urbanos e mudanças climáticas; implementação dos indicadores de resiliência e métodos de coleta e análise de dados para avaliação de resiliência; aplicação dos princípios de cidades resilientes e normativas brasileiras, apresentando estratégias práticas para implementação; e a utilização da metodologia Lego Serious Play para desenvolver e simular planos de resiliência, incentivando a criatividade e inovação na solução de problemas de resiliência.

Foto: Bruno Zulian