Grupo de pesquisa lança questionário para avaliar a saúde mental dos voluntários nas enchentes
Interessados têm até o dia 20 de junho para responder. Resultados vão motivar ações de prevenção para reduzir os danos psicossociais
Milhares de pessoas se mobilizaram nas ações de ajuda e socorro às vítimas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul no mês de maio. Parte desse público, que em menor ou maior escala teve contato com esse cenário, também teve sua saúde mental afetada. Buscar medir o nível da saúde mental dos voluntários é o objetivo do grupo de pesquisa sobre Fatores Psicossociais em Contextos do Trabalho, formado por professores e bolsistas de iniciação científica e integrado ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade de Caxias do Sul (PPGPSI).
O questionário levanta perguntas sobre o tipo de voluntariado realizado, local, quantidade de dias e horas a serviço, idade, gênero, ocupação e escolaridade, a fim de traçar um perfil médio do voluntário. Após, a pesquisa concentra-se nos aspectos comportamentais, como cada um dos respondentes enfrentou/está enfrentando a tragédia, sensações físicas e psicológicas e seus reflexos no dia a dia, nos relacionamentos, em casa e no ambiente de trabalho. Interessados têm até o dia 20 de junho para participar. O acesso se dá por meio deste link.
Coordenadora da pesquisa e do PPGPSI, a professora Silvana Marcon pontua que o dano à saúde mental pós-traumático no Brasil é subestimado e estudos são necessários para subsidiar o planejamento de intervenções. Ela explica que o estudo busca diagnosticar os fatores psicossociais no trabalho relacionados às situações extremas e minimizar os danos na saúde mental dos voluntários, a partir de informações, capacitações e prevenção.
“Mesmo que imprevisíveis, é necessário e possível a preparação e a prevenção a tragédias, bem como a promoção da saúde mental. Precisamos compreender o fenômeno atual que atinge nosso Estado e também estar atentos aos cuidados com essas pessoas que cuidam dos que estão mais fragilizados”, considera.
Foto: Bruno Zulian