Grupo de pesquisa lança questionário para avaliar a saúde mental dos voluntários nas enchentes

Assessoria de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul - 29/05/2024 | Editado em 03/06/2024

Interessados têm até o dia 20 de junho para responder. Resultados vão motivar ações de prevenção para reduzir os danos psicossociais

Alunos do Cetec atuaram como voluntários na triagem de roupas doadas na UCS

Milhares de pessoas se mobilizaram nas ações de ajuda e socorro às vítimas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul no mês de maio. Parte desse público, que em menor ou maior escala teve contato com esse cenário, também teve sua saúde mental afetada. Buscar medir o nível da saúde mental dos voluntários é o objetivo do grupo de pesquisa sobre Fatores Psicossociais em Contextos do Trabalho, formado por professores e bolsistas de iniciação científica e integrado ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade de Caxias do Sul (PPGPSI).

O questionário levanta perguntas sobre o tipo de voluntariado realizado, local, quantidade de dias e horas a serviço, idade, gênero, ocupação e escolaridade, a fim de traçar um perfil médio do voluntário. Após, a pesquisa concentra-se nos aspectos comportamentais, como cada um dos respondentes enfrentou/está enfrentando a tragédia, sensações físicas e psicológicas e seus reflexos no dia a dia, nos relacionamentos, em casa e no ambiente de trabalho. Interessados têm até o dia 20 de junho para participar. O acesso se dá por meio deste link.

Coordenadora da pesquisa e do PPGPSI, a professora Silvana Marcon pontua que o dano à saúde mental pós-traumático no Brasil é subestimado e estudos são necessários para subsidiar o planejamento de intervenções. Ela explica que o estudo busca diagnosticar os fatores psicossociais no trabalho relacionados às situações extremas e minimizar os danos na saúde mental dos voluntários, a partir de informações, capacitações e prevenção.
“Mesmo que imprevisíveis, é necessário e possível a preparação e a prevenção a tragédias, bem como a promoção da saúde mental. Precisamos compreender o fenômeno atual que atinge nosso Estado e também estar atentos aos cuidados com essas pessoas que cuidam dos que estão mais fragilizados”, considera.

Foto: Bruno Zulian