IPES-UCS realiza pesquisa sobre os impactos da Covid-19 no ambiente de negócios.

Assessoria de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul - 15/06/2020 | Editado em 15/06/2020

Ainda aberto a respondentes, estudo já revela percepções do empresariado sobre temas como preparação para crise, medidas emergenciais, respostas à pandemia e seus impactos. Apesar dos efeitos mais severos vivenciados atualmente, dados evidenciam certo otimismo sobre a recuperação das atividades no longo prazo.

Gráfico que ilustra a expectativa de impactos no faturamento.

O Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais da Universidade de Caxias do Sul (IPES/UCS) realiza uma pesquisa sobre os Impactos da Covid-19 no Ambiente de Negócios. O estudo, que segue em andamento, teve início em 16 de abril e já contou com a participação de 103 empresas (68% caxienses) que responderam um questionário virtual de forma voluntária. Das consultadas, a maior parte foi de organizações com mais de 100 funcionários (43,14%), sendo que a maioria dos respondentes foi de proprietários/diretores (46,08%).

O trabalho, que já revela percepções sobre temas como preparação para crise, medidas emergenciais, respostas à pandemia e seus impactos, é coordenado pelos professores Roberto Birch Gonçalves, diretor do IPES/UCS, e Fábio Verruck, coordenador do curso de Comércio Internacional. “O objetivo é fornecer dados para as empresas planejarem e balizarem decisões nos negócios, considerando o cenário geral, visto que os dados são exibidos aos respondentes na conclusão do questionário” explicam os coordenadores.

A partir dos resultados, os docentes avaliam que, apesar dos efeitos imediatos da pandemia, de maneira geral, há certo otimismo dos empresários em relação à recuperação das atividades em longo prazo. “Todos acreditam nos efeitos negativos, mas a maioria crê que sua permanência será de curto prazo”.

Os resultados são dinâmicos, atualizados automaticamente conforme cada novo respondente. De acordo com os professores, os dados apurados até esta segunda-feira, 15 de junho, apontam uma resposta rápida no que se refere à preparação para a crise – 45.1% das empresas participantes criaram planos de continuidade comercial como resposta à pandemia, e 16.67% disseram já possuir planos de contingência antes mesmo da crise.

Dentre as medidas emergenciais, destacaram-se a adaptação dos padrões de trabalho (16.55%) e a redução da equipe para diminuir custos operacionais (12.71%). As principais respostas à pandemia foram no sentido de redução de custos (demissões e corte de despesas), continuidade do trabalho por meios remotos e aumento nos cuidados referentes à higiene.

Impactos
Os dados demonstram, de muitos dos respondentes, dificuldades na avaliação dos impactos da pandemia nos próximos seis meses (17,79%). A maioria se mostrou preocupada com a queda nas receitas e a menor demanda do consumidor (14.74%), enquanto 11,37% estão preocupados com as incertezas do ambiente e a falta de informações suficientes para tomar decisões de negócios.

Os participantes revelaram acreditar que os efeitos mais severos da pandemia acontecerão no curto prazo. Enquanto 46% relata que a receita geral diminuiu muito, apenas 7,84% denotam aumento no faturamento. Já em longo prazo, daqui a cinco anos, a maioria crê que não haverá mais efeitos econômicos da pandemia: o percentual é de 60.8% daqueles que acreditam que neste prazo sua demanda aumentará ou permanecerá igual ao período anterior à crise.

Comparação do momento atual com crise vivenciada entre 2008 e 2009, em diferentes âmbitos, como impacto econômico mundial, no país, na vida pessoal, nos clientes e na receita.

 

Trabalho remoto
Dentre os respondentes, também se identificou a percepção de que não estão prontos para atuar com trabalho remoto, apenas 29,41% do total, sendo que esta mudança é vista como permanente. A falta de uma política de trabalho remoto e de recursos tecnológicos para sua implementação também se mostraram fatores importantes para a limitação das medidas de combate ao coronavírus nas empresas (11.5% e 11.25%), fatores que são superados pelo motivo principal, a falta de recursos financeiros (13.25%).

Os pesquisadores pretendem refinar os dados, analisando o comportamento das empresas diante do cenário conforme seus segmentos de mercado.

Para ter acesso aos resultados, com mais informações referentes ao tema, é possível responder a pesquisa neste link.  Após preencher o formulário, o participante será redirecionado à página com os dados.