Jogos digitais oportunizam socialização e desenvolvimento de habilidades cognitivas.
Nesse período de quarentena, em que o isolamento social é recomendado para a saúde e segurança de todos, também é tempo de buscar alternativas que auxiliem a passar o tempo em casa, com foco no bem-estar psicológico e, por que não, no desenvolvimento cognitivo. Os jogos digitais permitem vivenciar uma série de experiências diferentes do “mundo real”, em ambientes simulados e seguros.
Coordenador dos cursos de graduação em Jogos Digitais e Criação Digital da UCS, o professor Marcelo Fardo explica que durante essas práticas algumas habilidades cognitivas são treinadas, mesmo que de forma não intencional. “Entre tantas outras, estão a linguagem, o raciocínio lógico, a orientação espacial, o gerenciamento de recursos, a matemática, a acuidade visual e a destreza manual”, exemplifica.
Contribuindo ao convívio social, o docente lembra que muitos jogos consistem em “pontos de encontro” nas comunidades de jogadores, e impulsionam o cultivo de amizades e a reunião entre amigos e familiares. Ainda, se aliados ao conhecimento dos professores sobre o universo virtual e a conexão dos temas com o contexto social, podem ser utilizados como ferramentas no ambiente de ensino.
Há opções para todos os públicos e faixas etárias, e o docente indica aos pais que atentem à classificação etária do que seus filhos jogam, avaliação que é determinada por órgãos reguladores. Ele lembra que nem todos os jogos trarão aspectos positivos, mas que sempre têm algo a ensinar, nem que seja sobre suas próprias funcionalidades – e alerta sobre o excesso da prática, que pode acarretar efeitos negativos.
Desenvolvimento
Os designers de jogos são os responsáveis pela criação e desenvolvimento das opções que chegam até cada player. O processo de trabalho se inicia com a reflexão sobre a experiência a ser propiciada pela interação, a partir do que se orientam os demais elementos do game. “É muito trabalhoso e exige uma visão sistêmica dos elementos envolvidos no processo de criação, testagem e avaliação, o que é feito de forma cíclica, não linear”. Se o objetivo é um jogo educativo, o desafio está em conciliar os aspectos lúdicos com o aprendizado; se é voltado ao entretenimento, em criar uma experiência divertida. “Existem jogos digitais, os maiores, dos grandes estúdios, que levam anos a serem criados por equipes de centenas de profissionais”. Extremamente interdisciplinar, a área envolve trabalhadores de todos os segmentos, desde design, engenharia, computação, até artistas e profissionais de ciências humanas.
Estude na UCS
Para além de jogar, é possível fazer parte desse mercado. O curso de tecnologia em Jogos Digitais da UCS, com duração de dois anos e meio, é focado exclusivamente no ensino da criação de jogos. Já o bacharelado em Criação Digital, com duração de quatro anos, também abrange outras áreas da indústria criativa. “Em ambas as formações, o estudante vivencia projetos de criação e aprende a dar vida às suas ideias. Sempre crescendo, e não tendo sido afetada por crises mundiais, essa indústria consiste em uma possibilidade concreta de atuação profissional”.
Quer saber mais? Confira a entrevista que o professor concedeu ao UCSplay.
Foto: Claudia Velho