Na cena do desastre: simulação busca capacitar alunos da especialização em Urgência e Emergência da UCS

Assessoria de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul - 18/07/2021 | Editado em 18/07/2021

Objetivo é preparar os estudantes para prestar assistência a vítimas e lidar futuramente com situações reais

O curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Urgência e Emergência: Adulto e Pediátrico da Universidade de Caxias do Sul (UCS) realizou, neste sábado, 17 de julho,  simulações de acidente e cena de violência urbana, o objetivo da atividade foi aproximar os estudantes, enfermeiros e médicos, a prestarem assistência inicial e adequada às vítimas, tanto na área pré-hospitalar, caracterizado pela chegada no local do cena do trauma, quanto na área do intra-hospitalar — após a chegada da vítimas no hospital.

Profissionais do Corpo de Bombeiros, de forma voluntária, assim como EMERCOR e atores contratados para serem vítimas contribuíram para a realização da aula prática. A parte pré-hospitalar ocorreu no Bloco 57 da UCS, e a estrutura do Bloco S serviu para simular o atendimento intra-hospitalar.

Na etapa pré-hospitalar, os pós-graduandos se depararam com dois cenários de emergência. Em um deles, a simulação de um acidente de carro deixou uma vítima em óbito e três feridos. As três vítimas com sinais de vida receberam intervenções no local e foram socorridas. Além da avaliação emergencial dos pacientes, os estudantes tiveram que lidar com as dificuldades geográficas do ambiente, já que o veículo que as vítimas estavam havia caído numa ribanceira e as demais estavam em difícil acesso.

No segundo cenário, uma discussão levou à agressão, deixando uma vítima ferida por arma de fogo, que precisou ser removida à ambulância e ao hospital;  e outra, decorrente de uma crise de ansiedade desenvolveu uma parada cardiorespiratória (PCR), neste caso, foi utilizado um boneco (manequim) equipado com desfibrilador externo automático (DEA) para encenar os procedimentos de reanimação cardiopulmonar (PRC)  a serem adotados para restabelecer a frequência cardíaca. 

No bloco S, a atividade simulada continuou e foi trabalhada a emergência no ambiente hospitalar seguindo os protocolos e intervenções que são realizados nesta etapa do atendimento.  

A professora do curso de Enfermagem e coordenadora do curso de pós-graduação de Urgência e Emergência, Nanci da Silva Teixeira Junqueira, explica que, conforme o DataSUS e o Ministério da Saúde (2021), cerca de 20 a 50% dos óbitos poderiam ser evitados com um atendimento inicial adequado. “A ideia é que esta simulação possa preparar nossos alunos da pós-graduação para trabalharem  com situações reais e futuramente, qualificá-los como profissionais capacitados  para  salvar vidas”, aponta.

De acordo com ela, ao longo do curso, os alunos são estimulados a desenvolver nas várias disciplinas habilidades e competências que serão utilizadas práticas diárias.  Para esse momento, os atores são maquiados com elementos que buscam reproduzir situações reais, como ferimentos,  fraturas expostas, convulsões, PCR e eviscerações. 

Em paralelo à simulação, professores e profissionais com experiência em urgência e emergência acompanham os estudantes com dicas e sugestões em relação às intervenções. A pressão do ambiente de desastre também é contemplada: atores, por exemplo, demonstram ansiedade, medo, ou acabam reproduzindo um quadro realístico. Em outro aspecto, o estímulo e o desafio dos professores acaba problematizando a atuação dos estudantes, levando eles a pensarem com agilidade quais os procedimentos são possíveis durante essas práticas. 

“Esse é o diferencial da especialização, explorar ao máximo as aulas  teórico-práticas de acordo com os protocolos de urgências e emergências atualizados  e proporcionar  em um ambiente mais realístico possível para ajudar a aprendizagem”. A especialização traz entre seu programa, professores altamente qualificados da medicina e enfermagem,  disciplinas como Atendimento a grandes catástrofes, Atendimentos em APH (atendimento pré-hospitalar),  tático civil,  assistência a resgates aeromédicos, assistências clínicas em todo o ciclo vital”, destaca a coordenadora.

   

Participaram da simulação 18 estudantes da especialização, coordenados pela professora Nanci da Silva Teixeira Junqueira. A atividade contou com apoio do médico e professor Walter Porto, diretor da UPA Zona Norte, do professor e enfermeiro Alessandro Comandulli e da professora e enfermeira Idarley Bortot, que trabalham com atendimento pré-hospitalar, professor e enfermeiro Fernando Binotto, coordenador da EMERCOR, e a professora e médica Carolina Cunha Lima, que trabalha no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU.)

A Especialização, destinada a profissionais graduados em Medicina ou Enfermagem, já está na 11ª turma e busca qualificar e instrumentalizar médicos e enfermeiros que atuam em serviços de urgência e emergência a prestarem assistência a vítimas de acidentes e agravos à saúde na área pré-hospitalar e intra-hospitalar, visando à eliminação ou minimização dos riscos à vida.

Fotos: Vagner A. Espeiorin e Nanci da Silva Teixeira Junqueira