Pesquisa realizada pelo IMHC registra a história do município de Protásio Alves

Assessoria de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul - 04/09/2020 | Editado em 15/01/2024

Instituto Memória Histórica e Cultural da UCS entregou à Prefeitura Municipal estudo que retrata as origens da localidade e seu processo de emancipação política. A partir de entrevistas, a voz dos moradores evidenciou memórias sobre ocupações indígena e portuguesa, escravos, imigração italiana, conhecimentos populares, religiosidade e a vida local.

O Instituto Memória Histórica e Cultural (IMHC) da UCS realizou uma pesquisa sobre o município de Protásio Alves, disponibilizada no dia 1º de setembro à Prefeitura Municipal da cidade gaúcha, localizada a 86 Km de Caxias do Sul. Sob o título Um Olhar para as Origens: História do Município de Protásio Alves, o projeto será editado e impresso no formato de livro pelo órgão municipal, com lançamento previsto para os próximos meses.

Olga da Silva Mota, entrevistada no ano de seu centenário.

O estudo registra as origens da localidade, seu processo de emancipação política, concretizada em 1988, e a voz dos moradores, com depoimentos que evidenciam memórias sobre as ocupações indígena e portuguesa, a presença de escravos, a imigração italiana, infância, trabalho, escola e lazer, conhecimentos populares e religiosidade. Ainda são contemplados capelas, capitéis, cemitérios e os principais patrimônios e símbolos municipais.

O desenvolvimento levou 11 meses, incluindo entrevistas orais com moradores, consulta ao acervo histórico municipal e ao livro tombo da igreja. “Foram entrevistadas 38 pessoas, todas em 2019, totalizando mais de 14 horas de gravações em áudio”, quantifica o diretor do IMHC, professor Anthony Beux Tessari, que assina a pesquisa com a docente do curso de graduação em História e do Programa de Pós-Graduação em História (PPGHis) da UCS Eliana Gasparini Xerri.

Com média de idade de 80 anos, a lista de entrevistados incluiu uma pessoa centenária à época da coleta dos depoimentos, que eternizaram memórias dos participantes (três deles hoje são falecidos). Também foram produzidas fotografias para complementar a narrativa textual e evidenciar aspectos da cultura e história do município, que tem uma estimativa populacional de 1.938 habitantes e integra o roteiro turístico das Termas e Longevidade da Serra.

Entrega da produção pelos autores, com a presença do prefeito José Maximino Spanhol, da secretária de Educação Rochele Thomé Dallacort, e dos membros da Comissão Municipal para a Produção do Livro Histórico, composta pelos professores Agustinho Costa, Elisabete Amália Ferreira Prigol, Ivani Balzan Bolzan, Vania Maria Dall’Agnol Spanhol, e o pároco local, padre Luciano Cansan.

No ato da entrega do trabalho concluído ao município, os autores, professores Anthony e Eliana, reforçaram a gratidão aos que colaboraram para a realização, especialmente os membros da comissão municipal instituída para a produção do livro. “Pela confiança na UCS, que cumpre a sua missão de produzir, sistematizar e socializar o conhecimento com qualidade e relevância para o desenvolvimento sustentável, bem como, reforça o princípio de buscar inserção no plano regional”. Os docentes também lembraram da contribuição das colegas, professora Rosecler Maschio Gilioli, diretora do Campus Universitário da UCS de Nova Prata, cidade a 20 km de Protásio Alves, e analista Lauana Silva Cardoso Blanco. Conforme denotaram os docentes, o momento torna-se ainda mais especial pela conexão com o fato de que, no mês de agosto, a profissão de historiador passou a ser regulamentada por lei, neste mesmo ano em que o curso de História da UCS celebra 60 anos de existência.

Na ocasião, o prefeito municipal José Maximino Spanhol destacou o reconhecimento e agradecimento pelo livro que “traduz o respeito que o município tem para com sua gente”, considerando que o trabalho capta com precisão os sentimentos dos entrevistados.

Fotos: Anthony Tessari/IMHC-UCS e Sonia Reginato