Pesquisadora debate a sociedade contemporânea em congresso no México
Coordenadora do projeto Amorcomtur!, Maria Luiza Cardinale Baptista compartilhou dois trabalhos no painel “Reflexões Antropológicas Sobre a Identidade e a Memória”
A professora e pesquisadora Maria Luiza Cardinale Baptista, do Programa de Pós-Graduação em Turismo e Hospitalidade (PPGTURH) e dos cursos de Comunicação da UCS, participou recentemente, de forma on-line, do 9º Congreso Internacional de Antropología AIBR, realizado de 8 a 11 de agosto na Ciudad de México. Maria Luiza, que também é coordenadora do Amorcomtur! Grupo de Estudos em Comunicação, Turismo, Amorosidade e Autopoiese (CNPq/UCS), apresentou dois trabalhos dentro do painel Reflexões Antropológicas Sobre a Identidade e a Memória.
O primeiro trabalho apresentado pela docente foi Que Espécie de Ser Humano Somos e ‘Flores Seremos’? Reflexões Sobre a Deriva Histórica da Espécie Humana e Desafios do Antropoceno. Nele, a pesquisadora discute a complexidade e a emergência dos universos existenciais contemporâneos, em que estão implicadas grandes questões como os confrontos na geopolítica internacional, as crises climáticas, ambientais e sanitárias e as emergências diante de genocídios de grandes contingentes populacionais. “A fundamentação teórica é transdisciplinar holística, com ênfase na Biologia Amorosa, do Conhecimento e Cultural, de Humberto Maturana, na Ecosofia de Felix Guattari e Gilles Deleuze, e na necessidade de mudarmos de via, sinalizada por autores como Edgar Morin, James Lovelock, Ylia Prigogine, Deepak Chopra, Amit Goswami, Ailton Krenak, Roberto Crema, Kaká Wera e Boaventura Santos”, explica Maria Luiza. O ensaio apresenta reflexões decorrentes de pesquisas recentes do Amorcomtur!, produzidas e orientadas em grupos de pesquisas no Sul do Brasil, com vínculo e parcerias com pesquisadores em mais de 15 países, envolvendo a discussão da ética da relação e do cuidado.
O outro trabalho é Que Viagem é Esta? Reflexões Sobre Viagem como Metáfora Explicativa da Produção da Ciência. O texto, com caráter ensaístico reflexivo, tem como foco a abordagem da viagem como metáfora emblemática para a compreensão sobre os processos de produção da ciência. Pauta-se pela longa trajetória de desenvolvimento e aplicação de duas estratégias metodológicas próprias, denominadas Cartografia dos Saberes e Matrizes Rizomáticas, que estão alinhadas aos pressupostos epistemológicos da Ciência Contemporânea e colaboram para a compreensão da lógica processual, dinâmica, de brotações espontâneas dos caminhos e descaminhos da pesquisa, em uma lógica de entendimento da pesquisa como viagem investigativa, com a reflexão e prática de todas as implicações decorrentes da aplicação da metáfora reflexiva.
Maria Luiza participa do Congresso Internacional de Antropologia AIBR há vários anos, o que representa a consolidação da integração internacional do PPGTURH-UCS com pesquisadores do universo da Antropologia e suas transversalidades. “A AIBR é uma organização que possibilita muitas conexões, e o Amorcomtur ampliou suas parcerias com pesquisadores de vários países desde que passei a participar dos congressos”, comenta a pesquisadora. Neste ano, ela apresentou dois textos sobre grandes focos de interesse internacional e dos estudos Amorcomtur, que vem se destacando em discussões contemporâneas da ciência e das demandas de comprometimento ecoético e de responsabilidade. “São temas cruciais de compromisso da ciência para ajudar a construir o Mundo N’Ovo, como eu tenho chamado. O mundo que precisamos ajudar a nascer. Como diz a canção O Sal da Terra, de Beto Guedes, ‘Vamos precisar de todo mundo!”
Fotos: Acervo Pessoal