Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciência dos Materiais comemora resultados de 15 anos de atividades.
15 anos. 129 mestres e 24 doutores titulados. 45 pedidos de patentes. Cerca de 600 artigos publicados. 11 premiações. 2 Institutos criados por iniciativa de professores do Programa. 75% do corpo docente permanente com bolsa CNPq de Produtividade em Pesquisa. 17 estudantes de Mestrado e 26 de Doutorado.
A comemoração dos 15 anos de atividades do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciência dos Materiais pode ser traduzida em números. E, certamente, são números muito positivos e surpreendentes. No entanto, o que se viu na cerimônia desta quinta-feira (24) foi antes de tudo a celebração do trabalho colaborativo, da capacidade inventiva dos pesquisadores – estudantes e professores – na busca de resultados cada vez melhores. Resultados esses que, na fala do pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Juliano Rodrigues Gimenez, “se refletem no conceito 5 do Programa na última avaliação da CAPES e nos fazem caminhar para um merecido conceito 6 na próxima avaliação”. Nessa mesma linha, o reitor Evaldo Kuiava elogiou o empenho de alunos e professores no crescimento, qualificação e internacionalização do Programa, destacando a importância da parceria Universidade-Empresa que, desde o início, é uma característica marcante do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciência dos Materiais e tem colaborado para os “excelentes resultados apresentados hoje”.
Parceria com as empresas da região
Com a participação de estudantes, professores, ex-professores, egressos, funcionários e representantes de empresas que recebem profissionais formados pelo Programa e desenvolvem projetos em parceria, a cerimônia de comemoração foi um momento para honrar – expressão utilizada pelo gerente de Engenharia e Inovação da Fras-le, Alexandre Casaril – a todos aqueles que fazem parte da trajetória do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciência dos Materiais da UCS. Alexandre aproveitou para destacar a importância da atuação conjunta entre a Universidade e Fras-le na superação dos desafios pela busca da inovação e da competitividade em nível mundial. “Juntos podemos chegar lá”.
Ainda falando em nome do setor empresarial, o gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da VIPAL Borrachas, Rodemir Conte, destacou o avanço da empresa a partir da parceria com a Universidade. Egressos e estudantes do Programa atuam na empresa cujo desafio, segundo ele, é mostrar como se funciona melhor “quando se trabalha com quem tem conhecimento, com quem conhece a metodologia científica, com quem pensa melhor”.
A tradição de formar cientistas desde a base
O estudante de Doutorado, Leonardo Mathias Leidens, destaque de Iniciação Científica 2019 do CNPq, falando em nome dos estudantes, destacou a tradição do Programa em formar jovens cientistas desde a base. “Foi preciso criar e inserir uma tradição científica, mostrando todos os frutos gerados por esse tipo de investimento a curto, médio e longo prazo. Ainda temos muito pela frente. Nós somos como a universidade, geradores de conhecimento e não simples replicadores de conceitos e conteúdos. Atuamos na fronteira do conhecimento para promover avanço. (…) Nós que estamos no campo da ciência, precisamos viver como cientistas, dentro e fora do laboratório, seguindo o que o próprio método científico, em sua essência, propõe. Mais do que isso, precisamos mostrar como a ciência é importante para o desenvolvimento tecnológico, social e intelectual de um país. (…) Devemos continuar o trabalho árduo, mas gratificante, que é gerar desenvolvimento apesar das adversidades. Temos que buscar o apoio da sociedade, da academia e da indústria, como um todo, para ações de fomento e fortalecimento. Tornar-se um cientista não deveria ser um caminho de abnegações e dificuldades. Precisamos lutar pelo prestígio da carreira, não de maneira egocêntrica que esse termo possa sugerir, mas exigir respeito, apoio e condições de trabalho. Penso que só com união, respeito e muita ciência, amanhã será um dia melhor do que hoje”.
Felipe Cemin, atualmente fazendo pós-doutorado na Unicamp, enviou um vídeo, em que contava suas experiências e aprendizagens no Programa, que o levaram ao doutorado na École Doctorale Ondes et Matière, Université Paris-Sud 11, onde foi premiado com a Melhor Tese de 2018. O professor Cesar Aguzzoli – Prêmio Capes de Tese 2012 na área de Materiais – falou em nome dos docentes do Programa e, com bom humor, rememorou os 15 anos de muitas pesquisas e de muitos problemas, “afinal essa é a vida de um pesquisador: resolver problemas e criar novos problemas para serem resolvidos por outros pesquisadores. Aqui eu aprendi a estar constantemente aprendendo”. A professora Larissa Nardini Carli, atualmente coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Nanociências, Processos e Materiais Avançados da UFSC – Campus Blumenau, o empresário Stevan Scussel Toniello, sócio-diretor das empresas Plasmar Tecnologia e Fineza Indústria Criativa, e o gerente industrial da NTC Moldes e Plásticos, Daniel Teixeira – Prêmio Pesquisador na Indústria FAPERGS 2018, também contaram como a experiência no Programa os conduziu a um novo patamar profissional. Daniel contou que depois de 20 anos trabalhando na indústria, ingressou no Programa, onde “aprendi a aprender e consegui introduzir na minha atuação profissional a metodologia científica e graças a isso consegui crescer na empresa. Precisamos ter na indústria, pessoas que falem a linguagem da academia”.
Uma trajetória de sucesso
Na coordenação desde 2014, quando substituiu o idealizador e primeiro coordenador do Programa, professor Israel J.R. Baumvol, a professora Janaina da Silva Crespo abriu a cerimônia afirmando que o Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciência dos Materiais da UCS figura, na área de Materiais, como um dos 6 melhores do Brasil e o primeiro no estado do Rio Grande do Sul, tendo recebido, em 2017, o conceito 5 da CAPES, o que caracteriza excelência nacional na área.
Em suas boas-vindas, ela destacou, entre os principais resultados dos 15 anos do Programa, a titulação de 24 doutores e 129 mestres, “dos quais 52% trabalham em empresas do setor privado, atuando no desenvolvimento de tecnologias e inovação nas áreas de metais, polímeros, cerâmicas e materiais compósitos; cerca de 26% são docentes universitários e têm contribuído para a formação de recursos humanos, e para a geração e a socialização do conhecimento; 12% continuam seus estudos de doutorado ou pós-doutorado; e 3% são empreendedores”.
A coordenadora agradeceu a todos pelos resultados que contribuem para que a Universidade reafirme o seu compromisso com a região e se destaque no cenário nacional e internacional, o que se comprova com a sua festejada colocação no ranking da Times Higher Education e no ranking universitário da Folha (RUF). “Entretanto, como algumas cerâmicas, somos frágeis. E, apesar de todas as dificuldades que se contrapõem nos tempos atuais, precisamos continuar ‘fortes, aguerridos e bravos’, porque é dessa maneira que a ciência progride e que conseguiremos fazer a diferença“.
Muito para comemorar
Implantado em 2004, com a abertura do curso de Mestrado e a missão de contribuir, através da pesquisa e da formação de recursos humanos qualificados, para o desenvolvimento e a inovação da indústria local e regional, especialmente no segmento de metais, polímeros, cerâmicas e materiais compósitos, o Programa manteve, ainda nos primeiros anos, um eficiente relacionamento com as empresas da região e uma avaliação muito positiva da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Esses elementos foram primordiais para a criação, em 2012, do curso de Doutorado, podendo assim avançar na produção de conhecimento na área de Processamento, Simulação e Caracterização de Materiais, com os seguintes resultados:
– a titulação de 129 mestres e 24 doutores e, sobretudo, o talento criativo e empreendedor de seus egressos, com atuação de destaque no mundo acadêmico e empresarial;
– a empregabilidade dos egressos do Programa: 52% trabalham em empresas do setor privado, atuando no desenvolvimento de tecnologias e inovação nas áreas de metais, polímeros, cerâmicas e materiais compósitos; cerca de 26% são docentes universitários e têm contribuído para a formação de recursos humanos, e para a geração e a socialização do conhecimento; 12% continuam seus estudos de doutorado ou pós-doutorado; e 3% são empreendedores.
– a premiação das Teses e Dissertações de seus egressos por organismos de fomento à pesquisa e à pós-graduação, no Brasil e no Exterior.
– a publicação de cerca de 600 artigos em periódicos científicos de alto fator de impacto, dos quais 25% têm participação internacional.
– O depósito no Instituto Nacional de Propriedade Industrial de registro de 45 pedidos de patentes;
– a criação de dois institutos de pesquisa por iniciativa de professores do Programa: o Instituto de Materiais Cerâmicos (IMC/UCS) e o Instituto Nacional de Engenharia de Superfícies, este último reunindo grupos de pesquisadores de 11 universidades brasileiras;
– a criação por professores e estudantes de patentes e empresas de base tecnológica, a partir de temáticas oriundas do Programa;
– a inserção da Universidade na rede de pesquisa e inovação na área de Materiais, no Brasil e no Exterior, com a possibilidade de outorga de duplo diploma de Mestrado com a École Européenne d’Ingénieurs en Génie des Matériaux (EEIGM), na França, e o duplo diploma de Doutorado com o Athlone Institute of Technology (AIT), na Irlanda.
PESSOAS, TRAJETÓRIAS E RESULTADOS
No material de divulgação preparado pela coordenação do Programa, encontra-se uma pequena síntese da atuação que colocou a Universidade de Caxias do Sul no cenário nacional e internacional da pesquisa na área de Materiais. (Clique na imagem para ampliar)
Fotos: Claudia Velho