Trabalho de acadêmicos de Medicina é destaque em evento internacional para jovens líderes

Assessoria de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul - 27/10/2020 | Editado em 27/10/2020

Matheus Rech e Germano Almeida integraram delegação brasileira no programa BRICS School, de educação e pesquisa, que oportuniza o desenvolvimento de habilidades técnicas e comportamentais. Atividades ocorreram no início deste mês, com acesso on-line aos participantes de diferentes países.

Palestra de Victoria Panova, diretora do Russian National Committee on BRICS Research, durante o BRICS School 2020. Foto: Iliya Pitalev / Photohost Agency

Alunos do sexto semestre do curso de Medicina, Matheus Rech e Germano Luciano Almeida tiveram um trabalho entre os destaques do BRICS International School for Young Leaders. Os acadêmicos integraram a delegação brasileira que participou do programa internacional de educação e pesquisa para jovens líderes. O evento oportuniza o estudo dos países do BRICS, bloco formado por cinco economias emergentes (Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul), nas esferas política, econômica e humanitária. Esta edição da realização anual ocorreu de forma on-line devido à pandemia, promovida pela Rússia, em Moscou, entre 5 e 10 de outubro.

O trabalho Uma Análise Bibliométrica dos Artigos Mais Citados em Pesquisas Relativas ao BRICS, submetido pela dupla da UCS na inscrição para o Concurso para Jovens Líderes BRICS, foi selecionado entre os melhores da categoria Towards a Brighter Future, recebendo um dos prêmios especiais, e será publicado no BRICS Journal of Economics. O artigo analisou quantitativamente variáveis de publicações científicas mais relevantes em assuntos referentes ao bloco econômico. “Nossos resultados chamaram a atenção por mostrarem que a maior proporção de produção científica de pesquisas relativas ao BRICS advém de países europeus e dos EUA, e não dos próprios países do bloco, mostrando a necessidade de aumentar o incentivo à pesquisa nos países membros. Na discussão, levantamos que esse incentivo vem a ser interessante pela percepção única que cada país tem de sua própria realidade”, contam os alunos.

“Os conhecimentos em métodos de análise e pesquisa científica utilizados em produções na área médica, ensinados em atividades como ligas acadêmicas, ajudaram a elaborar a metodologia do nosso artigo. Acho que essa multidisciplinaridade pode ser uma grande fonte de originalidade no meio científico e algo a ser incentivado na universidade. Por mais que sejamos estudantes da área da saúde, sabemos que os problemas dela são sistêmicos e os tópicos debatidos no curso nos ajudarão a impactar a área em nosso país”, afirmam, com orgulho e alegria pela oportunidade, lembrando de agradecer ao colega de curso Miguel Ramos, que apresentou a metodologia a eles na Liga Acadêmica Multidisciplinar de Neurologia e Neurocirurgia da UCS, coordenada pelo professor Asdrubal Falavigna.

Aprendizados

Durante o evento, que teve a participação de 80 jovens líderes, entre 18 e 35 anos, incluindo cientistas, pesquisadores, alunos de graduação e pós-graduandos, aspirantes a diplomatas, ativistas públicos, empreendedores e jornalistas, foi possível acompanhar palestras, mesas-redondas e debates com ministros de Estado, diplomatas, professores, pesquisadores e empresários, voltados ao desenvolvimento de habilidades técnicas e comportamentais dos futuros líderes. Conforme explicam Matheus e Germano, as temáticas versaram sobre questões econômicas, políticas públicas de saúde, ambientais, educacionais, e de cooperação entre os jovens. “Do Brasil, fomos a única Universidade particular com alunos selecionados para participar, ao lado de instituições públicas como USP, UFRJ e UFG”.

Entre os maiores aprendizados impulsionados pela vivência, os acadêmicos destacam, além das possibilidades de desenvolvimento de soft skills (habilidades comportamentais, que fogem das técnicas), atividades como aulas sobre negociação com diplomatas, networking, lideranças e mesas-redondas de debate sobre a organização de políticas públicas em saúde dos países membros no pós-pandemia e formas de se prepararem para eventos similares no futuro.