Pesquisas sobre produção de grafeno são apresentadas em evento para cadeia automotiva nacional.
Por meio do Programa Rota 2030, Finep anunciou investimento de R$ 270 milhões para apoiar o desenvolvimento de soluções para a indústria automotiva baseadas no uso do material.
As pesquisas conduzidas na Universidade de Caxias do Sul para produção de grafeno de alta pureza foram apresentadas no Grafeno no Rota 2030: Soluções para a Indústria Automotiva, realizado na última semana, no Rio de Janeiro. Promovido pela Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep), agência pública vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação, o evento conectou representantes da cadeia automotiva com as principais Instituições de Ciência e Tecnologia, startups e empresas que trabalham com aplicações em grafeno no Brasil.
Por meio do Programa Rota 2030, a Finep anunciou apoio ao desenvolvimento de soluções baseadas em grafeno para a indústria automotiva. Como material mais forte, leve, fino e com maior condutividade térmica que existe, e grande condutor de eletricidade, o grafeno desponta como a melhor alternativa para a solução de problemas tecnológicos em diferentes áreas do conhecimento, entre elas, a indústria automobilística.
De acordo com o superintendente de Inovação 2 da Finep, Maurício Syrio, serão ofertados ao todo R$ 200 milhões do Rota 2030, e mais R$ 70 milhões em recursos próprios, ao longo de cinco anos, nas modalidades de recursos não-reembolsáveis a Instituições de Ciência e Tecnologia até investimentos em startups e Fundos de Investimentos e Participações. “O apoio se estenderá por toda a cadeira da inovação, desde a pesquisa básica e aplicada até o desenvolvimento tecnológico, de protótipos e, por fim, à introdução do produto no mercado”, afirmou.
TecnoUCS e Marcopolo – Dois painéis foram organizados para apresentação dos trabalhos de pesquisa e empreendimentos inovadores na área do grafeno. No primeiro, o coordenador das pesquisas sobre o grafeno na UCS, Diego Piazza, apresentou, em nome do Parque de Ciência, Tecnologia e Inovação – TecnoUCS, os trabalhos desenvolvido na Universidade para obtenção de grafeno de elevada qualidade e o projeto de implantação de uma planta de produção em escala industrial para transferência de tecnologia aos mercados nacional e internacional em 2020.
No segundo, Joel Vicente Ciapparini, coordenador de Engenharia e Desenvolvimento da empresa Marcopolo – empresa parceira da UCS nas pesquisas e projetos sobre grafeno, participou dos debates sobre os desafios e oportunidades do uso do material na indústria automotiva. “O peso é o nosso maior problema. Estamos acrescentando algo em torno de 1.500 kg para alguns modelos, de forma que buscamos materiais mais leves, que causem menos corrosão, como o alumínio e o grafeno”, informou Ciapparini, exemplificando as demandas e oportunidades do segmento.
Ao final do encontro, um meeting entre as instituições, empresas e startups com os representantes do mercado automotivo, do qual participaram também o coordenador-executivo do TecnoUCS, Enor Tonolli Jr, e o diretor de Relações com o Mercado da Fundação Universidade de Caxias do Sul, Celso Ferrarini, fez a aproximação entre desenvolvedores e potenciais clientes para o reconhecimento de demandas e a criação de soluções a partir do uso do grafeno.