UCS consolida projeto de criação de um Smart Campus
Objetivo é tornar os espaços acadêmicos mais inteligentes, sustentáveis e conectados, gerando mais conhecimento e qualidade de vida aos acadêmicos e à comunidade
O Campus-Sede da Universidade de Caxias do Sul também poderá ser denominado, em breve, Smart Campus. Projeto criado há alguns meses por um grupo multidisciplinar de professores e pesquisadores da UCS, e estimulado pela reitoria com base na visão de futuro de uma Universidade que visa o desenvolvimento regional baseado em conhecimento, o Smart Campus UCS avançou para mais uma importante desde a última sexta-feira, dia 15 de setembro. A partir dessa data até pelo menos os próximos 40 dias, alunos, professores e funcionários estão convidados a participar da construção do Projeto do Smart Campus a partir de uma pesquisa que servirá de diagnóstico para identificar demandas desses usuários em relação aos recursos e plataformas tecnológicas, bem como aos indicadores de tecnologia disponíveis atualmente no Campus-Sede.
“Com a pesquisa, vamos identificar o que realmente importa para o usuário do campus, reconhecer sua opinião sobre o que lhe satisfaz e o que está faltando em termos de tecnologia, saber como tornar mais eficientes os recursos já disponíveis e o que é preciso para avançar para a próxima etapa”, explica o arquiteto Marcelo Benetti Corrêa da Silva, doutor em Administração e professor dos cursos de Arquitetura e Engenharia, coordenador do MBA de Smart and Sustainable Cities e pesquisador do City Living Lab da UCS. Benetti integra a Comissão Smart Campus, instituída pela reitoria e composta ainda pelos professores Elisa Boff, Carine G. Webber, Mateus Panizzon, Ana Cristina Fachinelli Bertolini, Rafael Perini, César Panisson e a pró-reitora de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico, Neide Pessin.
A ideia de um “campus inteligente” está alinhada com a contemporaneidade. Trata-se de um ambiente inovador para criar, testar e analisar soluções para tornar os espaços acadêmicos mais inteligentes, bem como as cidades onde estão inseridos. São exploradas tecnologias que podem melhorar a qualidade de vida da comunidade universitária e seu entorno, tornando-os mais eficientes, sustentáveis e conectados. O Smart Campus é um Living Lab, um Laboratório Vivo para que prefeituras, startups e Programas de Pós-Graduação e Graduação possam testar e desenvolver soluções inovadoras para o Campus, como um espaço urbano, para que depois possam ser escaladas para as cidades, estimulando a criação de novas empresas no TecnoUCS, em especial conectadas ao Hub de Cidades Inteligentes. O Smart Campus da UCS se torna vetor para um futuro “Distrito do Conhecimento”, promovendo desenvolvimento urbano e atração de empresas. Atualmente, o Campus da UCS é a maior área de Caxias do Sul com cobertura wifi aberta e de alta velocidade, o que é um requisito essencial para a conectividade necessária em um Smart Campus, integrado ao Bairro Petrópolis.
A Comissão criada na UCS para esta finalidade tem trabalhado intensamente para que em seis meses os primeiros resultados da pesquisa – que pretende alcançar pelo menos 40% dos usuários do campus – já estejam relacionados com indicadores de infraestrutura e tecnologia das normas internacionais ISO 37120 e ISO 37122, que regem as Cidades Sustentáveis e Cidades Inteligentes, respectivamente. “A pesquisa vai nos mostrar uma fotografia do estágio em que estamos, para encaminharmos as demandas restantes”, comenta Benetti.
As demandas restantes podem ser entendidas, por exemplo, como desenvolvimento de softwares e hardwares específicos para o Smart Campus UCS, ampliação de recursos e ferramentas do App UCS Oficial, instalação de telões, totens interativos, aparelhos de sensoriamento de fluxo, tráfego e ocupação dos espaços, câmeras, etc. “Temos hoje muitos serviços e ferramentas digitais na Universidade. Muitas informações já são coletadas tanto no aspecto de aprendizagem em sala de aula quanto da comunidade que vem prestigiar um evento, acessar a biblioteca ou passear no Campus. Mas há muito mais a usufruir dos recursos digitais para melhorar a experiência do aluno, do professor, dos funcionários e da comunidade. Essa percepção da qualidade dos serviços que a Universidade oferece é ampliada quando a gente pensa soluções que sejam mais personalizadas, mais voltadas para perfis de usuários”, analisa a professora doutora em Computação Elisa Boff, professora do corpo permanente do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática e da Área de Ciências Exatas e Engenharias. pesquisadora na área de Computação Aplicada à Educação. Ela adianta que o App UCS Oficial será uma das primeiras ferramentas melhoradas para a aplicação do Smart Campus. “Afinal, o smartphone é a plataforma digital mais utilizada. O aprimoramento dos recursos do aplicativo será muito importante para a conexão com as demais tecnologias que serão instaladas”, observa Elisa.
Direcionamento de soluções conforme o perfil do usuário
Carine Webber, doutora em Ciência da Computação e professora dos Programas de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática e Computação Aplicada, da Área de Ciências Exatas e Engenharias e dos cursos de Especialização em Ciência de Dados e Engenharia 4.0, reforça a importância do projeto do “campus inteligente”. “O conceito é tornar a Universidade mais eficiente por meio da coleta de dados dos usuários e da interpretação desses dados por meio de algoritmos de inteligência artificial. A partir de então, construir conhecimento que possa auxiliar os alunos nos processos de aprendizagem, tornar os projetos de pesquisa mais eficientes, conectar as pessoas com projetos, com empresas e melhorar esse rico ecossistema da UCS, alinhando-a às tendências internacionais do conceito smart”, ressalta Carine. “O Smart Campus vai suprir muito mais necessidades do que atualmente. A expectativa é que, a partir do momento em que toda essa nova infraestrutura operacional estiver disponível, o aluno perceba que o Campus faz parte da vida dele. Ele vai estudar, trabalhar, vai construir conhecimento. E isso repercute na cidade, na melhoria da qualidade de vida de todos”, exemplifica a pesquisadora.
– Smart Learning: uso de tecnologia para melhorar o ensino e a aprendizagem, como plataformas de aprendizagem on-line, ambientes de aprendizagem imersivos e análises de dados para personalizar as experiências de aprendizagem
– Smart Research: uso de análises de big data, inteligência artificial e outras tecnologias para facilitar a pesquisa e a inovação interdisciplinares, e promover colaborações em diferentes áreas
– Smart Community: envolver as comunidades locais e partes interessadas para promover a sustentabilidade, a responsabilidade social e o engajamento cívico, e fomentar a inovação e o empreendedorismo
– Sistemas de mobilidade inteligente que fornecem informações em tempo real sobre horários e rotas de transporte público, além de otimizar o fluxo de tráfego e reduzir o congestionamento
– Sistemas de sala de aula inteligentes que usam displays interativos, sensores e outras tecnologias para aprimorar a experiência de aprendizado e melhorar o envolvimento dos alunos
– Sistemas de iluminação inteligentes que se ajustam automaticamente aos níveis de luz natural e ocupação, reduzindo o consumo de energia
– Fontes de energia renovável, como painéis solares e turbinas eólicas, para complementar ou substituir a energia da rede elétrica
– Sistemas de reutilização que tratam água residual para usos não potáveis, como irrigação e descarga de banheiros
– Sistemas de gerenciamento de resíduos que separam e reciclam materiais, reduzindo o desperdício do que é enviado para aterros sanitários
– Sistemas de estacionamento inteligentes que ajudam os motoristas a encontrar vagas de estacionamento disponíveis, reduzindo o congestionamento e as emissões
– Sistemas de segurança inteligentes que usam câmeras, sensores e análise de dados para monitorar e prevenir crimes, além de melhorar os tempos de resposta em emergências
Contribua com o projeto respondendo à pesquisa nesse link
Fotos: Bruno Zulian