FUCS recebe doações de sensores para fabricação de ventiladores pulmonares.
Fundação Universidade de Caxias do Sul tem buscado parcerias com empresas e entidades para viabilizar a produção e a doação do aparelho à rede de Saúde, visando ao enfrentamento da Covid-19
Dos quatro itens críticos importados para a produção do ventilador pulmonar Frank 5010, um chegou às mãos dos desenvolvedores, um grupo de engenheiros e seis empresas locais com orientação técnica do Hospital Geral e coordenação do Parque de Ciência, Tecnologia e Inovação da Universidade de Caxias do Sul – TecnoUCS. Na manhã desta quinta, dia 30 de abril, o CEO das Empresas Randon, Daniel Randon, o COO da companhia, Sergio Carvalho, e o diretor de Inovação e Tecnologia, Cesar Augusto Ferreira, entregaram ao TecnoUCS 200 unidades de um transdutor de pressão, sensor utilizado nos mecanismos de controle do equipamento. Outras 100 unidades da mesma peça foram adquiridas pela Viezzer Engenharia, totalizando o abastecimento para a meta inicial de 300 respiradores mecânicos a serem distribuídos para o sistema de Saúde da região para o atendimento de urgência e emergência de pacientes da Covid-19.
A Fundação Universidade de Caxias do Sul (FUCS) já encaminhou a compra, com recursos próprios, dos outros três componentes necessários para a montagem em série do respirador mecânico. Com todas as peças em mãos, a linha de montagem terá capacidade de produção de até 150 unidades por dia. Para isso ocorrer, no entanto, é necessária aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – que também exige a fabricação por empresa acreditada – e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), vinculada ao Ministério da Saúde.
Na quinta passada, dia 23, o projeto foi apresentado em videoconferência a gestores da Anvisa e dos ministérios da Saúde e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Nessa semana, o grupo de trabalho caxiense está providenciando a documentação requerida para ser anexada ao pedido de registro. Ao mesmo tempo, segue a busca de doação de recursos junto ao empresariado e entidades para viabilizar a produção em massa. Cada unidade do ventilador pulmonar tem custo estimado em R$ 20 mil – o valor não inclui as horas de trabalho para desenvolvimento nem de mão de obra. Por se tratar de doação, o produto não terá margem de lucro.
Know-how para o Instituto Politécnico de Leiria, Portugal
Embora ainda não tenha ido à linha de produção onde foi criado, o projeto do ventilador pulmonar desenvolvido em Caxias do Sul já serve de inspiração para o desenvolvimento de um modelo semelhante em Portugal.
O projeto do Frank 5010 foi cedido gratuitamente o Instituto Politécnico de Leiria, Portugal, onde o Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentado de Produto projeta incrementos. “Em Portugal, a equipe já trabalha em melhoramentos com sensorização e software”, conta o coordenador do UCSTec, Evandro Aguiar da Rosa, que juntamente com diretor da Zextec Consultoria Industrial, Hugo Souza, que coordena o grupo de engenheiros desenvolvedores do projeto em Caxias do Sul, faz a interface da UCS com o instituto europeu.
A UCS lançou na quarta, dia 29, um hotsite específico sobre o projeto do Frank 5010 com a apresentação do equipamento, especificações técnicas, fotos, vídeos e um acervo de notícias acerca do projeto, bem como um formulário a ser preenchido e enviado por pessoas jurídicas ou físicas interessadas em colaborar com a produção.
Saiba mais sobre o equipamento
– O ventilador pulmonar Frank5010 funciona com pressão controlada, sendo indicado a pacientes que tenham indicação de entubação, sem condições de controlar a respiração.
– O equipamento passou por teste de engenharia no HG e por avaliações no complexo de Laboratórios Especializados em Eletroeletrônica (Labelo), da PUC-RS, em Porto Alegre, certificado pelo Inmetro.
– Conta com baterias de oito horas de duração, sistema de controle de pressão e da frequência do ciclo respiratório, válvula POP-OFF contra barotrauma e alarmes visual e sonoro.
– Ao todo, a etapa de desenvolvimento supera 2,5 mil horas de trabalho de 12 profissionais envolvidos diretamente com o projeto, das áreas de engenharia mecânica, eletrônica, pneumática e mecatrônica, da metalurgia, usinagem de alta precisão e tecnologia da informação.
– As empresas envolvidas diretamente no projeto e desenvolvimento são: Comlink – Equipamentos Eletrônicos; Dober – Máquinas Especiais; Longhi – Engenharia e Automação; PrimaSerra – Automação e Inovação; Bettoni – Sistemas para Plásticos e Zextec – Consultoria Industrial
– As empresas e pessoas físicas que apoiam o projeto com acessórios, serviços e suporte técnico são: Acrilys, Akeo Industrial, Continental Ferramentas, Domo House, D’Zainer, Eberle Motores, Empresas Randon, Fadanelli Atelier, Ícone Projetos Design, Grendene, Mantova, Marcopolo, New Tech Company, SEI Informática, Sildre, Indústria Schumacher, Sulmax, Upaccess, Viezzer Engenharia, VSI Systems, Frion Ltda, Turmina Serviços, Mecânica Cecconi, Eng. Marcio Cattani, Eng. Ricardo Pastore, Refrigeração Gregolon, Gerry A. Schmitd, Felipe Luis Malvestido, Ceccilia Callai, Claudio Zardo, Leonardo Bortoluz, Tiago Boreli, Padre Diego Bettoni e JAK Fotogravuras.
Foto: Wagner Pinto Dias/Empresas Randon