UCS se despede do puma Zaki, maior felino do Zoológico, aos 19 anos

Assessoria de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul - 02/03/2023 | Editado em 23/08/2024

Animal que foi acolhido em 2003, entre os dois e três meses de vida, morreu nesta quarta-feira, 1º de março. Com idade avançada para a espécie – Puma concolor, também conhecida como onça-parda ou leão-baio – não resistiu a uma crise renal apesar dos cuidados intensivos

A Universidade de Caxias do Sul se despede do maior felino do Zoológico (JAZO), o Puma concolor acolhido pela Instituição em 2003 chamado Zaki. O animal, em idade avançada para a espécie, morreu aos 19 anos nesta quarta-feira, 1º de março, acometido por uma crise renal. A expectativa de vida do Puma concolor sob cuidados humanos é de 19 a 20 anos, enquanto na natureza varia entre 8 e 13 anos.

Diagnosticado com insuficiência renal crônica em setembro de 2022, em manejo preventivo realizado por profissionais e estagiários do JAZO, do Instituto Hospitalar Veterinário (IHVET) e acadêmicos do Grupo de Estudos de Animais Selvagens da UCS, o animal passava por tratamento.

O médico veterinário responsável técnico pelo JAZO, Gabriel Guerreiro Fiamenghi, explica que de imediato aos sinais clínicos da crise renal instituiu-se o protocolo para estabilização, com fluidoterapia intravenosa, exames de sangue bioquímicos – para verificar os marcadores de função renal – e adequação aos resultados.

O felino selvagem ainda apresentava condições geriátricas em tratamento, como artrose. Fiamenghi acrescenta que em função da senilidade, o ambiente em que o puma vivia passou por adaptações para melhor atender às suas necessidades, com reforços cognitivos a partir de enriquecimento ambiental. As medicações contínuas eram fornecidas por meio da alimentação, exclusiva à base de carne.

Carinho

A bióloga responsável técnica Cláudia Borges Machado abraçada ao puma Zaki – então com menos de 1 ano, dentro do JAZO.

Também conhecido como onça-parda ou leão-baio, Zaki era chamado carinhosamente pelos profissionais do zoo de gato/gatão. “Amado por todos aqui no Zoo, tem uma conexão muito forte principalmente com a bióloga Cláudia Borges Machado, que estava presente quando o animal chegou, em 2003, e desde então passou a acompanhar seu desenvolvimento”, conta Fiamenghi.

Cláudia acrescenta que o felino, provavelmente retirado da toca extremamente pequeno, era muito carismático e manteve um temperamento dócil durante toda a vida. Ela considera que a longevidade do animal foi uma consequência do tratamento de excelência que recebeu dentro do Zoo. Para além do contexto profissional, a bióloga responsável técnica pontua a dor pela perda em função da relação de muito afeto estabelecida. “Criei ele com grande proximidade desde que chegou. Foram 19 anos de convivência diária”, contextualiza, em luto.

 Manejo preventivo em 2022 identificou insuficiência renal crônica

Acolhimento

Em setembro de 2003, o exemplar da espécie Puma concolor foi resgatado pela Patrulha Ambiental (PATRAM) de Vacaria. Desde então, residia no Jardim Zoológico da Universidade de Caxias do Sul. Quando chegou, com idade entre os dois e três meses de vida, identificou-se que estava domesticado, motivo pelo qual não pôde ser reinserido em seu habitat. Na natureza, esses animais passam de um a dois anos sendo treinados pelos pais, aprendendo técnicas de caça e defesa.

Saiba mais sobre a história do felino.

Zoológico da UCS

O JAZO segue com projetos de conservação ex situ – que significa conservação fora do local de origem – de felinos selvagens. Hoje, acolhe um gato maracajá e uma jaguatirica.

A UCS é referência regional e estadual no acolhimento de animais para tratamento, destinados, protocolarmente, pelos órgãos públicos. A Instituição, que mantém o Zoológico – inaugurado em 1997 – com recursos próprios, trabalha em projeto de modernização da infraestrutura do espaço, para o qual busca estabelecer parcerias públicas e privadas. “Nosso objetivo é revitalizar a infraestrutura do Jardim Zoológico para ampliação das ações de conservação da fauna silvestre do bioma da Mata Atlântica com foco na ecorregião da Serra Gaúcha”, explica o coordenador do JAZO, professor Leandro do Monte Ribas, que acrescenta o movimento realizado pela gestão acadêmica no sentido de apresentação do projeto a ministros e deputados, que incluiu reunião em Brasília, nesta semana, com a participação do reitor da UCS, professor Gelson Leonardo Rech.

Fotos: Claudia Velho, Acervo JAZO e Acervo Pessoal