UCS Sênior: aulas online movimentam alunos do programa.
Encontros virtuais ocorrem pelo Google Hangouts Meet e possibilitam espaços de interação entre participantes do Programa em tempos de pandemia.
As aulas online síncronas já fazem parte da rotina dos acadêmicos de graduação da UCS. Mas, para uma parcela específica de estudantes, essa modalidade de estudos tem um significado maior: os integrantes do Programa UCS Sênior. Com mais de 50 anos, grande parte dos alunos faz parte do chamado grupo de risco para a Covid-19. Se o isolamento social para população geral é medida indispensável para a contenção do novo coronavírus, nessa faixa etária, ela ganha em importância.
Coordenador do programa UCS Sênior, Delcio Agliardi ressalta a proposta de desenvolver encontros virtuais pelo Google Hangouts Meet como ousada e inédita. Isso porque exigiu uma mobilização tantos dos professores, preparando aulas em um novo formato, quanto dos alunos – que precisaram se adaptar às tecnologias. Além do Meet, ferramentas virtuais de aprendizagem, como videoaulas, podcasts e exercícios dirigidos pela câmera do smartphone têm engajado o grupo de estudantes.
“Manter-se ativo é importante para quem tem idade madura”.
Delcio Agliardi, coordenador do Programa UCS Sênior.
Ao todo, 73 encontros virtuais ocorrem semanalmente pelo programa UCS Sênior. E o resultado tem sido apreciado pelos alunos. De acordo com uma pesquisa online realizada entre os participantes do UCS Sênior, 93.6% dos respondentes destacaram a experiência como positiva e inovadora. “Os estudantes dizem que permanecer em atividade faz bem e encontrar a turma é, neste momento, mais importante do que aprender coisas interessantes (aprender a conviver). Ou seja, manter-se ativo é importante para quem tem idade madura”, destaca Agliardi. Ao encontro do dado anterior, 97,2% disseram que a aprendizagem nos encontros virtuais é significativa, evidenciando que do outro lado da tela de um equipamento tem um grupo de professores que planeja, organiza e faz aulas pensando nos pilares da educação para o envelhecimento.
Luciane Bertuol de Moura é uma das professoras do programa que precisaram adaptar suas aulas ao formato online. No início, ela reagiu com certo estranhamento, por ser uma experiência nova, marcada por uma interação diferente. Mas passada a primeira semana, a docente já demonstrava maior intimidade com a tecnologia. Esse roteiro é, inclusive, parecido com aquele experienciado pelo alunos.
“Na primeira semana, havia dificuldades dos alunos. Na segunda semana, tudo se resolveu e os estudantes já faziam o acesso sem problemas”, situa Luciane. Ela indica ainda que as turmas consideram positivo ter atividades online, pelo aprendizado e por causa do isolamento social.
“As aulas acabam sendo espaço de interação social”, destaca. Agliardi compartilha do mesmo pensamento e reforça que a escolha por encontros online é uma alternativa necessária nesses tempos, mas que não substitui o ensino presencial.
“Os pilares do programa estão na sociabilidade que se faz com o encontro afetivo e intelectual. Então, é um tempo anormal, de novas experiências, enquanto o isolamento social for preciso à saúde coletiva da população”, projeta.
Fotografia de casa
No curso de Fotografia Digital ministrado no Programa UCS Sênior da Região das Hortênsias, os estudantes foram desafiados a fotografar, de modo inusitado, objetos do cotidiano caseiro. Diariamente, no início da manhã, o professor João Mendes Neto sugeria um objeto a ser capturado pelas lentes dos alunos, e o resultado deveria ser compartilhado com o demais colegas. O trabalho deu origem a um vídeo, divulgado no Youtube, em uma espécie de exposição virtual.
“A realização de aulas online síncronas tem sido uma experiência com desafios, porém muito viável. Nos reunimos virtualmente uma vez por semana e temos um grupo no WhatsApp para compartilhar a produção e nos mantermos em contato. Toda semana passo uma tarefa, e à medida que vão realizando as fotos eles postam, e isso serve para incentivar e inspirar os colegas”, descreve o professor.
Para a atividade que deu origem ao vídeo, o mais difícil, explica Neto, foi pensar em objetos que todos teriam em casa, que não precisassem sair à rua e que tivessem formas e apelo fotográfico. “Como os alunos haviam aprendido sobre iluminação, cor, qualidade, contraste, intensidade e direção da luz, era preciso que eles tivessem o objeto para pensar como ele seria fotografado e iluminado”, conceitua.
Os resultados do semestre, antes expostos no Campus, agora podem ser vistos online. Na impossibilidade de fazer algo físico, explica o professor, surgiu a ideia dessa exposição virtual, com objetivo de que os estudantes possam compartilhar com filhos, netos e amigos a produção durante o curso de Fotografia Digital.