Universidade recebe carta-patente do processo de produção de extrato de Araucaria angustifolia.
Extrato, desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Estresse Oxidativo e Antioxidantes do Instituto de Biotecnologia, mostrou atividade antioxidante e anti-tumoral em células de câncer de laringe.
O Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) concedeu à Fundação Universidade de Caxias do Sul, em 24 de setembro deste ano, a patente de invenção – Carta Patente Nº PI 1001084-0 – sobre a tecnologia desenvolvida para a obtenção de compostos com atividade biológica a partir de resíduos pinha de Araucária Angustifolia.
A pesquisa foi desenvolvida pelos pesquisadores do Laboratório de Estresse Oxidativo e Antioxidantes do Instituto de Biotecnologia e do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, sob a coordenação da professora Mirian Salvador. O pedido de patente foi submetido ao INPI em 2010, pelas pesquisadoras Mirian Salvador, Patrícia Kelly Wilmsen Dalla Santa e Fabiane Michelon.
Em junho de 2016, em uma matéria com os pesquisadores que davam continuidade a esses estudos, já se anunciava que as falhas (brácteas) na pinha possuíam compostos fenólicos capazes de modular o metabolismo de células tumorais e não tumorais.
Situada no campo da Farmacologia, a invenção descreve:
– o processo de produção de produção de extrato de brácteas estéreis (falhas), eixo central e/ou nós de Araucaria Angustifolia;
– o extrato obtido por esse processo; e
– uma composição desse extrato.
Atividade antioxidante, anti-tumoral e neuroprotetora
A Araucaria angustifolia é uma árvore predominante no do sul do Brasil, popularmente conhecida como pinheiro brasileiro ou pinheiro-do-paraná. Sua pinha fornece os pinhões, mas a maior parte da pinha é formada por sementes não germinadas, chamadas brácteas ou falhas de pinhão, que não eram aproveitadas até então.
A professora Mirian Salvador, coordenadora do Laboratório de Estresse Oxidativo e Antioxidantes, explica que se desenvolveu um método para aproveitar esses resíduos, extraindo das brácteas compostos fenólicos, que têm importante atividade biológica. “O extrato obtido mostrou atividade antioxidante e anti-tumoral em células de câncer de laringe, que é responsável por cerca de 30% do total de cânceres de pescoço e cabeça”. A pesquisadora acrescenta que o extrato desenvolvido também mostrou atividade neuroprotetora, e está, atualmente, sendo estudado como um potencial coadjuvante no tratamento da depressão por uma estudante de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia.
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Fotos: Claudia Velho