O surgimento do material plástico, encontrado em grande variedade de produtos, tem feito crescer pesquisa na área e a procura por profissionais qualificados.
O copo, a caneta, o mouse, a cadeira. Grande parte dos objetos que utilizamos no nosso dia a dia é feito de plástico. "O futuro está no segmento de material plástico", atesta Gabriela Antonioli, acadêmica do segundo semestre do curso de Tecnologia em Polímeros. Mas quem pensa que a estudante de apenas 18 anos faz essa afirmação por ser uma entusiasta do curso, está enganado. O correto seria dizer que ela é entusiasta da área de Exatas, já que Gabriela também é aluna de Engenharia Química.
A afinidade com a área impulsionou a acadêmica a ir além dos dois cursos. Há três meses ela é bolsista no projeto de pesquisa "Incorporação de nanocargas ao prolipopileno", o qual estuda alternativas para a produção de fitas de borda para a indústria moveleira. O projeto é desenvolvido no Laboratório de Polímeros.
Motivada a continuar os dois cursos, Gabriela busca aliar os conhecimentos teóricos e práticos para se diferenciar de outros profissionais quando ingressar no mundo do trabalho. "O perfil do profissional do curso de Engenharia é mais teórico. Já o da área de Polímeros é mais prático, uma particularidade do currículo do curso da UCS, que é 50% prático e 50% teórico."
O professor Diego Piazza, coordenador do curso de Tecnologia em Polímeros, ressalta que o segmento de materiais plásticos está aquecido e que o curso deve contribuir com esta realidade. "Por ser uma graduação tecnológica, o curso deve estar sempre se moldando às demandas do mercado", complementa. Piazza ainda afirma que o curso conta com dois perfis de aluno: o que já atua na área e busca ampliar o seu conhecimento na Universidade e também aquele que concluiu o Ensino Médio recentemente.
Dados do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás) indicam que o setor movimentou mais de R$ 2 bilhões em negócios no último ano. Segundo o presidente do Simplás, Jaime Lorandi, nos últimos três anos o setor cresceu de 5 a 7% a cada ano. "Os números mostram o aumento do consumo de plástico no País. O plástico está tomando lugar de outros materiais como o metal, a madeira e o vidro", destaca.
Com o setor aquecido, as indústrias estão em busca de mão de obra especializada. De acordo com o professor Diego Piazza, os alunos da área de Polímeros conseguem uma colocação profissional logo no início do curso.
O profissional que possui graduação na área de Polímeros pode atuar em diversos setores, como: automobilístico; calçadista; metalmecânico; têxtil; transformação de polímeros; pesquisa; desenvolvimento e caracterização.
Para o presidente do Simplás, o mundo dos negócios está cada vez mais competitivo. "Temos que apresentar produtos novos, bons, bonitos e baratos, mas para isso precisamos de profissionais que entendam o processo." Ele enfatiza que as empresas procuram profissionais que apliquem com criatividade e liderança os conhecimentos adquiridos em sala de aula. "É preciso fazer disso a carreira profissional."
A Universidade conta com um dos mais bem-equipados laboratórios de Polímeros do Sul do Brasil. Esse laboratório é espaço de aquisição de conhecimento prático para os bolsistas de Iniciação Científica e é onde os alunos de mestrado e doutorado desenvolvem os seus projetos.
No espaço, são realizadas atividades ligadas ao curso de Tecnologia em Polímeros e também aos Programas de Pós-graduação Stricto Sensu nas áreas de Engenharia e Ciência dos Materiais (com as linhas de pesquisa em Metais e Ligas; Cerâmicas, Polímeros e Compósitos; e Materiais para Engenharia Ambiental) e em Engenharia de Processos e Tecnologias (com as linhas de pesquisa em Processos Químicos e Físicos; e Processos Bioquímicos). Todas as linhas de pesquisa têm o apoio de empresas da região.
As parcerias, porém, não se restringem às empresas, como é o caso do doutorando em Engenharia de Minas e Metalúrgica e de Materiais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Heitor Ornaghi Junior.
Ele escolheu a UCS para desenvolver as pesquisas do seu trabalho sobre o aproveitamento de fibras vegetais em substituição à fibra de vidro ou outros materiais convencionais. "A minha pesquisa é realizada aqui, pois a Universidade conta com um dos mais completos laboratórios se comparado a outras instituições", conta o egresso do curso de Polímeros, que desenvolve o seu trabalho com co-orientação do professor Ademir Zattera.
(Texto: Wagner Júnior de Oliveira, Fotos: Daniela Schiavo)
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O texto acima está publicado na quarta edição da Revista UCS que já está sendo distribuída nos campi e núcleos.