Alunos
O conhecimento sem fronteiras

"As pessoas vivem na universidade, pela universidade". É assim que a acadêmica do curso de Farmácia, Ariane Schiavenin, descreve uma de suas primeiras impressões ao chegar na Saint John's University, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Ela está lá por meio do Programa Ciência Sem Fronteiras, do governo federal, que busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e da tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional.

No caso de Ariane, que está no sexto semestre do curso na UCS e embarcou para estudar na instituição americana em setembro passado, onde vai permanecer por um ano e quatro meses, estudar no exterior sempre foi um sonho. "A partir desta motivação passei a buscar oportunidades como esta."

A primeira aula foi marcante, com a sala de aula repleta de colegas de diferentes países e culturas. "Os primeiros dias foram de adaptação, reconhecimento e integração", conta. Há dois meses estudando em outro país, ela considera estar adaptada à rotina de aulas. "Tudo se torna mais fácil e tranquilo depois que você começa a ter domínio da língua e conhece o sistema universitário", afirma Ariane, que reside em um complexo para estudantes dentro da própria Saint John's.

"Estudante de profissão"

Estudante do curso de Engenharia Mecânica, Felipe Meneguzzo Pasquali participou do edital número um do Ciência sem Fronteiras, sendo o primeiro aluno da UCS a participar do Programa. Ele foi selecionado para estudar na Western Michigan University, na cidade de Kalamazoo, em Michigan, nos Estados Unidos.

No período em que fez intercâmbio - agosto de 2012 a maio de 2013 -, percebeu as diferenças entre a vida acadêmica no Brasil e nos EUA. "A rotina de estudante de graduação dos norteamericanos é bastante pesada. Eles podem ser chamados de estudantes de profissão. Diferente daqui, onde a maioria dos alunos estuda e trabalha", compara.


Ciência sem Fronteiras

Desde a criação do Ciência sem Fronteiras, em 2011, mais de 100 alunos da UCS já participaram ou participam do Programa, que inclui bolsa com passagem aérea, bolsa mensal, seguro-saúde, auxílio instalação, e taxas de uso de infraestrutura. O aluno faz a inscrição pela internet e após passa por uma seleção da instituição a qual estuda, quando se verifica se está de acordo com as exigências para continuar no processo. Seu nome é encaminhado para o país desejado e o estudante é selecionado por uma das universidades que são credenciadas para receber alunos pelo Ciência sem Fronteiras.

(Texto: Wagner Júnior de Oliveira)



Engenharia a serviço da modernidade

O interesse pela eletrônica, uma área que sempre fascinou Ricardo Augusto Borsoi, 22 anos, o levou a cursar Engenharia de Controle e Automação e a se dedicar à iniciação científica. O aluno, que se forma no início do próximo ano, tem em seu currículo acadêmico o envolvimento em duas pesquisas, ambas coordenadas pelo professor Guilherme Holsbach Costa. Em 2012, atuou na criação de um sistema de transparência virtual aplicado a um dispositivo de apoio ao motorista, que destina-se, por exemplo, à melhora da visibilidade em condições de neblina ou à noite. "A ideia de utilizar um sistema para auxiliar motoristas surgiu a partir de uma necessidade do professor Guilherme, quando, em uma viagem em noite com cerração, percebeu que uma câmera infravermelha propiciava melhor visibilidade do que a olho nu."

Na segunda pesquisa, o estudo trata da adaptação de métodos de melhoramento de qualidade de imagem utilizados em sistemas ópticos para o sistema do tomógrafo por impedância elétrica. Ele esclarece que "esse tomógrafo gera imagens de natureza semelhante a um tomógrafo por raio-X encontrado nos hospitais, porém possui um custo muito menor e apresenta imagens de qualidade também inferior. São captadas várias imagens deste tipo de tomógrafo (com qualidade ruim) e dispostas em uma única imagem com melhor qualidade, adaptando técnicas de melhoramento de imagens que foram desenvolvidas para câmeras digitais".

A característica multidisciplinar do profissional de Controle e Automação, segundo Ricardo, permite um mercado de trabalho mais aberto: "Esse engenheiro pode trabalhar desde a parte da automatização pura de processos, passando por programação, até em projetos na área de eletrônica."

(Texto: Cristina Beatriz Boff)


Retrato da essência

Como fazer um autorretrato hoje? Foi esta a questão que o acadêmico do curso de Artes Visuais Thiago Quadros, 27 anos, tentou responder na obra Autorretrato do artista. Sua composição foi a vencedora do 7º Salão Campus 8, que tem como objetivo valorizar e discutir as produções dos alunos de Artes Visuais, Música, Tecnologias Digitais, Design, Tecnologia em Design de Moda e Arquitetura e Urbanismo.

O processo de criação teve início com um estudo. A obra foi criada com influências e inspirações em outros artistas. A partir daí, Quadros começou a pensar em como fazer um autorretrato. Artistas com traços tradicionais, como Pablo Picasso e Vincent Willem van Gogh, passaram pela mente de Quadros. Porém, ele queria construir um autorretrato contemporâneo. E, o resultado foi um móbile - inspirado nas obras de Alexander Calder - confeccionado em ferro zincado, frascos de vidro e fluidos orgânicos humanos. A opção pelo formato da obra foi o movimento. Como cada fluido tem sua cor específica, o movimento do móbile provoca uma dança entre as cores.

"A problematização chama a atenção. A obra é difícil de ser assimilada e causa alguns questionamentos. Quis tirar o espectador da zona de conforto do pensamento e deixar que ele construa um significado para a obra", relata. Mas, conforme ele, a obra tem uma relação forte com a história da arte, o momento social no contexto cultural e com a construção da identidade. "Fugi da forma comum de ver externamente o corpo humano. O autorretrato não tem a minha morfologia. O espectador está vendo a essência da pessoa", completa.

(Texto: Ana Carolina Vivan)



Revista UCS - Publicação da Universidade de Caxias do Sul, de caráter jornalístico para divulgação das ações e finalidades institucionais, aprofundando os temas que mobilizam a comunidade acadêmica e evidenciam o papel de uma Instituição de Ensino Superior.

O texto acima está publicado na sétima edição da Revista UCS que já está sendo distribuída nos campi e núcleos.

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