Nascido em Buenos Aires e prestes a completar, no próximo mês de julho, 14 anos morando no Brasil, o professor e pesquisador Carlos Alejandro Figueroa tem em seu currículo diversos prêmios conquistados ao longo de sua carreira. Na lista dos mais recentes estão: Prêmio Petrobrás de Tecnologia (2013), concedido a partir da orientação do trabalho de um aluno de graduação, e Prêmio Pesquisador Gaúcho, concedido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) alcançado em 2011, na categoria "Pesquisador na Empresa", em razão do desenvolvimento de processos na área de materiais que beneficiam a indústria metalmecânica.
Figueroa é graduado em Ciências Químicas, pela Facultad de Ciencias Exactas y Naturales da Universidad de Buenos Aires e doutor em Física pela Universidade de Campinas. "Escolhi fazer Física por dois motivos: o projeto de pesquisa do curso, que me interessou muito, além, é claro, da oportunidade de estudar Física, já que havia escolhido me graduar em Química por uma questão de contexto e facilidade", conta. Ele afirma que as duas áreas são indispensáveis para o desenvolvimento de seus trabalhos nas áreas de Superfícies e Materiais. "São 100% complementares."
Filho único - seu pai era zelador de prédio e sua mãe empregada doméstica -, o pesquisador destaca a sua infância pelas ruas da capital argentina. "Tive uma infância feliz andando de bicicleta pelo bairro e pelas praças. Jogava futebol com os amigos e nas férias viajava para casa de familiares."
Além do Prêmio Pesquisador Gaúcho, Figueroa conquistou os prêmios Siemens, de Ciência e Tecnologia (2008), na modalidade Energia; Santander, de Ciência e Inovação (2007), na categoria Indústria; e AGA-LINDE (2006) à Liderança em Tecnologias de Tratamento Térmico, na 3ª Conferência de Temas de Tratamento Térmico. No seu currículo, não estão apenas prêmios nacionais. Exemplo disso é a medalha de bronze na 27ª Olimpíada Internacional de Química (1995), realizada na China. "Desde pequeno sempre pensei o seguinte: na hora de começar alguma coisa e não interessava qual coisa era, ela tinha que ser bem feita, com a melhor qualidade possível e com comprometimento sério e profundo (sem medir tempo nem esforço). Com os anos, entendi que aquilo que fazia quando criança se chama: excelência. Acredito que esse seja o segredo dos prêmios, fazer um trabalho visando a excelência. No final das contas, a excelência se destaca sozinha."
O professor faz parte do corpo docente de cursos de graduação do Centro de Ciências Exatas e Tecnologias da UCS e também no Programa de Pós-graduação em Materiais. "Essa é uma área de forte atuação em pesquisa e desenvolvimento, como também para as indústrias. O profissional formado em Materiais está capacitado para desempenhar em diversas indústrias. Todos os anos a demanda aumenta", ressalta.
Para o professor, que ocupa o tempo livre jogando futebol com o filho e viajando com a família, a pesquisa no Brasil é madura, competitiva e tem padrão internacional.
"Percebo que a pesquisa precisa ser mais curiosa e ousada e sair do arroz com feijão. O Prêmio Nobel é para ousados e corajosos."
(Texto: Wagner Júnior de Oliveira)
A decisão de morar no Brasil surgiu no término do período de seis meses necessários para desenvolver a pesquisa do doutorado na Austrália. Seu orientador lhe fez uma proposta de trabalho temporário por dois anos. "Acredito que foi aí que decidi morar no Brasil, porque a minha resposta foi: agradeço a proposta, mas já estou comprometido a voltar e, após a defesa do meu doutorado, realizar o pós-doutorado (realizado também na Unicamp). Em paralelo, vou colaborar na criação de uma empresa", recorda.
Revista UCS - Publicação da Universidade de Caxias do Sul, de caráter jornalístico para divulgação das ações e finalidades institucionais, aprofundando os temas que mobilizam a comunidade acadêmica e evidenciam o papel de uma Instituição de Ensino Superior.
O texto acima está publicado na oitava edição da Revista UCS que já está sendo distribuída nos campi e núcleos.