Guia de Cuidados com a Saúde

Elaborado por professores e alunos da Área do Conhecimento de Ciências da Vida da UCS, este Guia disponibiliza orientações sobre prevenção e manejo das principais doenças advindas do cenário das enchentes.
Além das patologias, os conteúdos aqui reunidos abordam o conceito de crise humanitária, riscos ambientais, cuidados com a casa, a comunidade, a água e os alimentos e o manejo de animais em desastres. Também oferece dicas para suporte emocional, entre outros tópicos de suporte, a partir de dados de órgãos e fontes oficiais de referência em cada área.
A iniciativa tem a parceria da Sociedade Gaúcha de Infectologia e o apoio da Sociedade Brasileira de Infectologia e da Sociedade de Infectologia do Estado do Rio de Janeiro.

Você sabe o que é uma crise humanitária? Vamos explorar juntos e entender como podemos ajudar.
Uma crise humanitária ocorre quando, devido a conflitos, desastres naturais ou outras emergências, uma grande população enfrenta dificuldades extremas para atender suas necessidades básicas.
Essas crises impactam milhões de vidas. Pessoas perdem lares, acesso à água potável, comida e segurança.
A educação e a saúde também são severamente afetadas. Crianças e adultos perdem acesso a serviços essenciais.
A demanda por ajuda humanitária tem aumentado. Mais recursos são necessários a cada ano para atender todas as necessidades.
Qualquer um pode ajudar! Informar-se é o primeiro passo. Compartilhar informações, doar ou voluntariar-se faz uma grande diferença.
A sua ação importa.

Referência:
The human cost of disasters: an overview of the last 20 years (2000-2019) - CRED, UNDRR, 2020

Suporte psicológico a vítimas em tempo de enchentes.
Em momentos difíceis, o suporte psicológico é essencial para lidar com as emoções. Aqui estão algumas dicas simples para cuidar da sua saúde mental e do próximo.

Reconheça seus sentimentos.
É normal sentir medo, desesperança, tristeza ou ansiedade durante as enchentes. Reconhecer e aceitar esses sentimentos é o primeiro passo para lidar com eles.

Busque apoio.
Não tenha medo de pedir ajuda: conversar com amigos, familiares ou profissionais de saúde pode ajudar a aliviar o peso emocional. Não hesite em buscar apoio quando precisar.

Cuide do seu corpo
Mantenha-se hidratado, faça refeições saudáveis e descanse o suficiente. Cuidar do seu corpo também ajuda a fortalecer a sua mente.

Pratique a autocompaixão para depois cuidar do próximo
Seja gentil consigo mesmo: Não se cobre demais. Lembre-se de que você está fazendo o melhor que pode em uma situação difícil. Tire um momento para respirar e faça pausas para relaxar o corpo e a mente. Pratique a autocompaixão e trate-se com gentileza.

Quer ajudar o próximo?
Se estiver em uma posição de ajudar alguém emocionalmente, aqui estão algumas dicas simples:
Escute com empatia, calma e sem julgamento. Pode ser reconfortante para alguém poder expressar seus medos e angústias. Entenda a dor do próximo e acolha suas emoções com carinho, sem minimizá-las.
Ofereça apoio: ajude as pessoas a encontrar recursos básicos como comida, água e abrigo. Transmita calma e auxilie aqueles que estão passando pela dificuldade a entender que as coisas podem levar um tempo para se restabelecerem.

Se você ou alguém que você conhece estiver enfrentando sintomas intensos de estresse ou ansiedade, como dificuldade para dormir, irritabilidade ou ataques de pânico, não hesite em buscar ajuda de um profissional de saúde mental. Você não está sozinho, e existem recursos e profissionais prontos para oferecer suporte e orientação durante esse momento desafiador.

Referência:
Organização Mundial da Saúde, War Trauma Foundation e Visão Global Internacional (2015). Primeiros Cuidados Psicológicos: guia para trabalhadores de campo. OMS: Genebra.

As enchentes são mais do que apenas água subindo. Elas trazem consigo uma série de riscos ambientais que precisamos entender para proteger nossa comunidade e o meio ambiente. Vamos explorar esses riscos?

Contaminação da Água:
Durante as enchentes, a água pode misturar-se com produtos químicos tóxicos, óleo e resíduos urbanos, contaminando nossos recursos hídricos e solos.

Dispersão de Lixo:
Resíduos que não foram adequadamente descartados podem ser dispersos pelas águas, poluindo ainda mais e afetando a flora e fauna locais.

Erosão do Solo:
A força da água pode erodir o solo, dificultando o cultivo e alterando a topografia local, o que pode levar a mais inundações futuras.

Impacto na Biodiversidade:
A água que invade diferentes habitats pode prejudicar a sobrevivência de muitas espécies, além de alterar a cadeia alimentar.
Ações simples podem fazer uma grande diferença. Aqui vão algumas dicas de como você pode ajudar a minimizar os danos ambientais durante e após as enchentes:
- Preserve Áreas Verdes: Essas áreas são críticas para absorver as águas das chuvas e minimizar as inundações. Se possível, participe de ou inicie projetos de replantio em sua comunidade após a enchente.
- Colabore com Ações Comunitárias: Participar de esforços de limpeza coletiva não apenas acelera a recuperação das áreas afetadas, mas também fortalece o espírito comunitário e a resiliência local.

Se a sua casa ou sua rua foram inundadas, é importante tomar medidas para garantir a sua segurança e de sua família. Veja a seguir alguns cuidados que você deve tomar ao retornar para casa e ajudar a comunidade:

Ao retornar para casa
- Somente retorne para sua casa após liberação da Defesa Civil.
- Verifique as condições de segurança estrutural e elétrica.
- Antes de começar a limpar sua casa, coloque calça comprida, botas e luvas (ou utilize sacos plásticos). Evite o contato direto da pele com a água/lama contaminada e possíveis animais!
- Higienize toda a casa e objetos com solução de hipoclorito de sódio ou água sanitária. Avalie bem quais objetos poderão ser reutilizados!
- Não utilize equipamentos elétricos que tenham sido molhados ou inundados, pois há risco de choque elétrico
- Não consuma água, alimentos e medicamentos que entraram em contato com as águas da inundação. (Veja "Cuidados com Água e Alimentos após enchentes").
- Tenha cuidado ao utilizar as roupas, sapatos, toalhas e outros objetos no qual podem esconder animais (Veja "Cuidado com Animais Peçonhentos").
- Afaste as camas e os berços das paredes. Evite que roupas de cama e mosquiteiros encostem-se ao chão.
- Lave e guarde os objetos dos animais domésticos durante a noite.
- Mantenha a bandeja externa da geladeira limpa e retire o líquido acumulado pelo menos uma vez na semana.
- Não deixe água acumulada abaixo das torneiras e bebedouros.
- Vede buracos entre as telhas, paredes, rodapés para evitar a entrada de animais.
- Use telas em ralos do chão, pias e tanques. Ralos entupidos devem ser limpos semanalmente, e caso não sejam utilizados, deixe-os tampados.
- Produtos para desinfestação do ambiente (como inseticidas, raticidas e larvicidas) e produtos de limpeza (água sanitária, alvejante, etc) devem ser mantidos em lugares elevados e longe do alcance de crianças e animais domésticos.

Cuidados fora de Casa e na Comunidade:
- O quintal de casa e as ruas, terrenos baldios e praças devem estar livres de entulhos para evitar:
- Criadouros do mosquito da dengue (aedes aegypti).
- Surgimento de animais peçonhentos (serpentes, aranhas, escorpiões etc.).
- Surgimento de ratos (transmissor da leptospirose e outras doenças).
- Acidentes que possam provocar tétano.
Para manter a limpeza adequada da parte externa de sua casa e da sua comunidade, atente para os seguintes cuidados:
- Limpe as calhas para que a água possa correr. Retire folhas e galhos.
- Recolha objetos espalhados no quintal e nas ruas.
- Evite plantas com folhagens densas e que acumulem água. Mantenha a grama cortada.
- Guarde baldes, garrafas e latas viradas para baixo.
- Evite acumulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e material de construção.
- Combata a proliferação de insetos, como baratas, para evitar aparecimento de seus predadores (aranhas e escorpiões).
Para manter a limpeza adequada da parte externa de sua casa e da sua comunidade, atente para os seguintes cuidados:
- Limpe periodicamente terrenos baldios vizinhos próximos de sua casa (1 a 2 metros).
- Caso você possua em sua casa produtos como agrotóxicos, fertilizantes e outros agroquímicos, mantenha-os em locais elevados e bem ensacados para evitar contaminações.
- Não acumule em casa produtos como pilhas, baterias, pneus, lâmpadas fluorescentes, levando-os para coleta apropriada do município.
- Ensaque o lixo doméstico e coloque fora de casa, de preferência em local alto fechado, e pouco tempo antes de passar o caminhão de coleta de lixo.
- Lembre-se! Mantenha o lixo em lugar protegido de enchentes e enxurradas, pois podem acumular em bueiros e córregos, agravando a situação!

Referências:
Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador. Cartilha de orientação à população no período de alerta de chuvas intensas [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador. Brasília: Ministério da Saúde, 2017.
Site da Defesa Civil RS.
Folder Cuidados Básicos em Situações de Enchentes. Ministério da Saúde. Vigilância em Saúde.

Atenção!
Os alimentos que entraram em contato direto com a água da enchente podem estar contaminados. Carne, peixe, frango, ovos e vegetais folhosos que entraram em contato com a água de enchente não devem ser consumidos;
Mantenha os alimentos guardados em recipientes bem fechados, resistentes e em locais altos, fora do alcance dos roedores, insetos e outros animais para que a água da enchente e a lama não os alcancem;
Mantenha a cozinha limpa e sem restos de alimentos;
Retire as sobras de alimento ou ração dos animais domésticos antes do anoitecer;
Preparar somente a quantidade de comida necessária para consumo imediato;
Os alimentos devem ser bem cozidos;
Alimentos industrializados podem ser aproveitados, mas com atenção ao prazo de validade;
Lavar frutas e verduras com água tratada com hipoclorito de sódio (2 gotas a 2,5% por litro de água)e deixar de molho por 30 minutos antes de consumir;
Guarde os alimentos e a água engarrafada longe de produtos de higiene pessoal (sabonete, xampu, condicionador), produtos de limpeza (detergente, sabão, amaciante, alvejante, água sanitária),produtos para desinfestação do ambiente domiciliar (inseticida).

Referências:
Ministério da Saúde - Cartilha de Orientação à População no Período de Alerta de Chuvas Intensas

A água é essencial para a vida e o seu consumo deve ser seguro. Lembre-se que a água de enchentes pode transmitir doenças, portanto preste atenção às orientações a seguir:
- Não consuma água que entrou em contato com as águas da inundação;
- Se possível, mantenha engarrafada a água para beber em quantidade suficiente para alguns dias e observe a higienização adequada dos recipientes de armazenamento;
- Sempre filtre e ferva a água (por 5 minutos) antes de beber, isso elimina vírus, bactérias ou parasitas que podem causar doenças.
- Evite beber água de outras fontes que não sejam da rede de abastecimento local.
- Na ausência de água da rede de abastecimento local, filtre e desinfete a água disponível com solução de hipoclorito de sódio (2 gotas a 2,5% por litro de água) e só a consuma após 30 minutos, lembrando que deve consumí-la no mesmo dia.
- Se a sua casa recebe água de sistema de abastecimento, use somente essa água. Se observar alguma alteração na água, tais como odor, cor e/ou gosto, entre em contato com a companhia responsável pela sua distribuição e/ou com a Secretaria de Saúde do seu município.
- Limpe e desinfete a caixa-dágua a cada seis meses e mantenha-a sempre protegida e tampada.
- Caso a família use água de poço ou cisterna, estes devem ficar protegidos, longe do esgoto, do lixo e da criação de animais.

Referência:
Ministério da Saúde - Cartilha de Orientação à População no Período de Alerta de Chuvas Intensas

A escovação dos dentes e uso do fio dental deve ser diário!
Mesmo em tempos difíceis, não podemos esquecer da saúde bucal! Uma boa higiene oral é essencial para prevenir a doença cárie e doenças da gengiva. O indicado é escovar os dentes após as refeições e fazer o uso do fio dental pelo menos uma vez ao dia, porém, novos estudos comprovam que uma escovação diária, principalmente nesses momentos excepcionais, já consegue um bom nível de prevenção.

E se não tiver escova de dentes?
Faça bochechos com água pois tanto na água de abastecimento quanto na água fornecida em garrafas temos o flúor que evita o enfraquecimento do esmalte dentário, consequentemente prevenindo a doença cárie. Se possível faça o uso do fio dental, pois é um instrumento de higiene interdental que é fácil de levar a todos os lugares e reduz a quantidade de placa bacteriana existente nesses sítios.

Cuide da sua escova
- Guarde sua escova de dentes limpa e seca;
- Mantenha a sua escova longe de lugares com sujidade, pois nesses lugares podemos ter bactérias e fungos que poderão contaminar a sua escova;
- Não compartilhe sua escova, ela é de uso individual.

Qual a quantidade correta de creme dental?
- Bebês (0 a 3 anos) = metade de um grão de arroz cru
- Crianças que não sabem cuspir (3 a 7 anos) = 1 grão de arroz cru
- Crianças que já sabem cuspir (acima 7 anos) = um grão de ervilha
- Adultos = um grão de ervilha
- Não se descuide, pois, precisamos estar bem para continuarmos cuidando dos outros. Em caso de dor ou desconforto procure a unidade de saúde mais próxima ou as Unidades de Pronto Atendimento - UPAS. E assim que possível retome todos os seus cuidados diários.

Referências:
MAGALHÃES, Ana C. Cariologia: da base à clínica. Editora Manole, 2021. E-book. ISBN 9786555764246. Acesso em: 06 mai. 2024.
BERGLUNDH, Tord; GIANNOBILE, William V.; Niklaus P. Lang; et al. Lindhe Tratado de Periodontia Clínica e Implantologia Oral. Grupo GEN, 2024. E-book. ISBN 9788527740050. . Acesso em: 06 mai. 2024.

Antecipe os cuidados em áreas de risco!
- Planeje uma evacuação para uma área segura
- Utilize guias e coleiras com identificação - escreva à lápis ou plastifique: nome do animal e tutor, números de telefone, endereço e cidade
- Tenha um kit de emergência para seu animal de estimação, contendo água, ração, toalhas e brinquedos
- Não mantenha seu pet acorrentado ou em gaiolas
- Permita que ele tenha uma chance de se salvar!

Cuidados no momento do resgate
- Providencie coleiras, guias, caixas de transporte e cobertores para contenção do animal
- Para evitar piorar a situação, aproxime-se dos animais com cuidado e sem fazer barulho.
Além disso, lembre-se de acalmar cães e gatos assustados
Use métodos, como conversas, para ganhar a confiança do animal e evitar mordidas ou arranhões que possam ser fonte de transmissão de doenças
Após o resgate, ofereça abrigo ou encaminhe os animais para um local seguro
Animais machucados, devem receber atendimento veterinário!

O que fazer quando meu pet estiver seguro?
- Alimentação fracionada ao longo do dia e evitar deixar sobras, pois podem atrair roedores e outros animais transmissores de doenças.
- Água limpa, evitando se possível que o animal entre em contato com água contaminada.
- Aquecimento seque e mantenha seu animal aquecido, especialmente filhotes e idosos para impedir a diminuição da temperatura corporal.
- Ambiente garanta que seu pet tenha acesso à áreas seguras e elevadas. Siga as orientações das autoridades e aguarde autorização para retornar à sua residência
Cuidados veterinários e doenças transmissíveis
Após o resgate, encaminhar o animal para uma clínica veterinária é muito importante. O profissional irá examiná-lo em busca de algum problema de saúde. Além disso, algumas doenças podem surgir em consequência das fortes chuvas, sendo algumas transmitidas a humanos:
Leptospirose, Toxoplasmose, Hantavirose, Doenças gastrointestinais e Pneumonias

Como podemos prevenir zoonoses?
- Evite que você e seus animais de estimação tenham contato com a água e lama das enchentes.
- Se houver inundação na casa, aguarde a água baixar e depois desinfete o local protegendo seu corpo com botas e luvas, se não tiver, use sacos plásticos duplos
- Alimentos que entraram em contato com a água da enchente devem ser descartados, mesmo que estejam embalados com plástico
- Caso a caixa da água seja atingida, descarte a água e desinfete o reservatório com água sanitária ou algum produto que contenha hipoclorito de sódio
- Verifique móveis e roupas para evitar picadas de aranhas, escorpiões e cobras.

CONTATOS DE EMERGÊNCIA
Em caso de emergência entre em contato com a defesa civil competente da sua região:
CAXIAS DO SUL - 54 98432 8221
FARROUPILHA - 54 99629 8205
FLORES DA CUNHA - 54 98432 8437
BENTO GONÇALVES - 54 99222 0944
SÃO MARCOS - 54 99975 2431
VACARIA - 54 99636 4835
VERANÓPOLIS - 54 99656 3935
LAGOA VERMELHA - 54 98414 1193
GRAMADO - 54 98434 8016

Lembrando que as linhas emergenciais do 193 estão fora de operação em toda serra gaúcha!

Referências:
American Red Cross. Pet Disaster Preparedness & Recovery.
ARRUDA, E. C.; ARAUJO, G. D.; SOUSA, M. G. Plano de ação para resgate de animais em desastres ambientais. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 13, n. 3, 2015.
CRMV-SP. O que fazer ao resgatar um pet.
Defesa Civil de Santa Catarina. Chuvas: como evitar a disseminação de doenças. Disponível em: Chuvas: como evitar a disseminação de doenças - Defesa Civil de SC.

Orientações para manejo de animais de grande porte em desastres naturais. (equinos, bovinos, ovinos e outros)

Em casos de desastres naturais, os animais ficam em estado de pânico e/ou feridos e isto pode trazer riscos à saúde deles e para quem faz o resgate. Então a primeira orientação é fazer contato com as equipes de defesa civil para resgates seguros. Se o animal já foi resgatado, procure os hospitais veterinários de campanha. Enquanto aguarda a equipe habilitada para o resgate ou se não há equipe, seguem algumas orientações para cuidados básicos iniciais.

Ao se aproximar do animal, fazer movimentos com o máximo de cuidado e paciência, sem gritos, pois os animais estarão assustados e muitas vezes com dor. Os equinos podem demonstrar agressividade com sinais básicos como orelhas voltadas para trás, narinas dilatadas e dentes expostos. Fique atento.
Ao conseguir conter o animal, procurar abrigos temporários, secos e ventilados, para conforto e segurança deles até a chegada de equipe especializada. Nestas equipes, os Médicos Veterinários serão os profissionais responsáveis pelos cuidados médicos.

Enquanto aguarda a equipe, inicialmente forneça água para o animal, assim como alimentação adequada como pasto, feno e silagem. Lembrando que a silagem não deve ser fornecida aos equinos. Evite ração e farelos, pois isto pode complicar a função digestiva dos animais.
Com segurança, observe se o animal possui ferimentos como cortes, sangramentos ou semelhantes. Em caso de ferimentos, limpe o local com água limpa e se possível mantenha protegida com ataduras ou semelhantes para evitar mais sangramentos e contaminações. Em suspeitas de fraturas, manter o animal em restrição de movimento, com pouca movimentação, para que não agrave a situação.

Estas orientações podem garantir o conforto e segurança dos animais e das pessoas até a chegada das equipes da defesa civil. Lembrando que o Médico Veterinário é o profissional responsável por exames e tratamentos especializados. Não medique os animais sem orientações.

Referências:
GOMES, L.B. et al. Plano Nacional de Contingência de Desastres em Massa Envolvendo Animais. Acessado em 04 de maio de 2024.
SENAR, Equideocultura: manejo e alimentação. / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. - Brasília: Senar, 2018.
SPEIRS, V. C. Exame Clínico de equinos. Porto Alegre: Artmed, 1999.

O que fazer para evitar acidentes com animais peçonhentos após enchentes

Os desastres climáticos, como as enchentes que o Rio Grande do Sul enfrenta atualmente, provocam impactos nos ecossistemas e interferem nos habitats de diversas espécies de animais.
Logo após enchentes, animais como serpentes, aranhas e escorpiões podem buscar abrigo e alimento em locais mais secos, incluindo diferentes tipos de habitação e peridomicílio.
Situações como essa podem levar esses animais a adentrar nas residências em locais próximos de matas e córregos tanto em áreas rurais quanto urbanas.

Dessa forma, é necessária atenção à possibilidade de eventuais encontros com algum animal peçonhento em áreas afetadas pelas enchentes.
Alguns cuidados são fundamentais e podem prevenir e/ou reduzir as chances de acidentes. É importante ressaltar que nas circunstâncias atuais o socorro pode demorar a chegar, agravando o quadro clínico do paciente.
- Verifique os cômodos da residência, com especial atenção a frestas, buracos e outros locais que possam servir de abrigo ou acesso a animais possivelmente peçonhentos. Vedar soleiras de porta e outras frestas no local. Evite deslocar móveis e movimentar objetos com a mão desprotegida. Utilizar luvas, cabos de vassoura, enxadas ou outros instrumentos para afastar móveis e retirar entulhos em casa ou ao redor da residência.
- Afaste a cama da parede e verifique os travesseiros, lençóis e cobertores antes de utilizá-los.
- Evite andar descalço dentro de casa ou arredores. Também é importante bater seus calçados e outras peças de roupa antes da utilização delas.

Caso encontre alguma serpente dentro ou em volta de sua residência, não tente capturá-la e entre em contato imediatamente com a PATRAM, o Batalhão Ambiental da Brigada Militar, através do telefone (51) 98594 1007, ou a Secretaria do Meio Ambiente do RS, no telefone (51) 98593 1288.
Com relação a aranhas e escorpiões, quando possível e com os devidos cuidados, após o acidente tentar localizar e capturar o animal com um recipiente para identificação. Uma identificação correta do animal pode ajudar na tomada de decisão em futuros cuidados médicos.

Em caso de acidente com um animal peçonhento é recomendado lavar o local da picada com água utilizando um sabão neutro e procurar uma unidade de saúde mais próxima para atendimento. A pessoa envolvida no acidente deve ser medicada nas primeiras horas. Dessa forma, é fundamental buscar informações sobre hospitais com estoque estratégico de soros antiveneno da sua região.
Não é recomendado furar, espremer ou cortar o local da picada. Não realizar a sucção do local ou utilizar torniquete. Também é importante evitar colocar qualquer tipo de substância sobre o local da picada.

Para maiores informações sobre os animais peçonhentos ocorrentes no Estado, bem como orientações sobre como prevenir acidentes e tratar os casos que envolvem essas espécies, é possível consultar o Centro de Informação Toxicológica (CIT) do Rio Grande do Sul, que dispõe de plantão 24 horas no telefone 0800 721 3000, e também via WhatsApp através do número (51) 98405 2368 ou (51) 98405 1994, ou pelo site.

Referências:
CARDOSO, J.L.C.; FRANÇA, F.O.S.; WEN, F.H.; MÁLAQUE, C.M.S.; HADDAD Jr.,V. Animais peçonhentos no Brasil: biologia, clínica e terapêutica dos acidentes. São Paulo: Sarvier; FAPESP, 2003. 468p.
Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul.
Instituto Butantan - Primeiros Socorros em Acidentes com Animais Peçonhentos.
Ministério da Saúde - Orientações para prevenção de acidentes por animais peçonhentos durante e após períodos de enchentes (2016).
Ministério da Saúde - Hospitais de referência para atendimento no Rio Grande do Sul.
Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul e Centro de Vigilância em Saúde - Prevenção de acidentes por animais peçonhentos durante e após enchentes.

Fique atendo ao perigo de leptospirose
O que é?
A leptospirose é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Leptospira, transmitida ao homem pela urina de roedores através do contato com a pele com lesões (mesmo pequenas) e pelas mucosas (olhos, nariz e boca).
Outros animais (bois, porcos, cavalos, cabras, ovelhas e cães) também podem adoecer e, eventualmente, transmitir a bactéria para seres humanos.

Quando suspeitar?
Deve-se suspeitar de leptospirose quando houver contato com águas contaminadas com urina e fezes de animais e apresentar sintomas como:
Febre; Náuseas/vômitos; Dor muscular, principalmente nas panturrilhas; Falta de apetite; Dor de cabeça intensa; Lesões hemorrágicas na pele e Amarelão na pele e mucosas

Quando procurar ajuda?
Caso você tenha sintomas como febre, dor de cabeça e dores no corpo e ter entrado em contato com águas de enchente, procure imediatamente o centro de saúde mais próximo de você! O tratamento orientado pelo médico é muito importante para evitar que a doença piore.

Depois que entrei em contato com a água, em quanto tempo posso ter a doença?
Esse período pode ser de até 30 dias, mas normalmente os sintomas aparecem em até 14 dias após a exposição à água da enchente.

Como prevenir?
A prevenção da leptospirose ocorre por meio de medidas como:
- Evitar o contato da sua pele com água ou lama de enchentes usando botas de plástico altas e luvas de borracha
Se você está sendo voluntário em resgates e não consegue usar esses recursos, entre em contato com o serviço médico para buscar maiores orientações em como se proteger corretamente.
Nem todas as pessoas podem usar medicamentos por questões de alergia e danos no fígado, assim, apenas use medicamentos para prevenção com indicação médica.

Cuidados no período de recuperação:
Medicação: siga as orientações do médico quanto ao uso de medicamentos prescritos, como antibióticos ou analgésicos, para controlar os sintomas e tratar a infecção.
Atenção aos sinais de complicações: esteja atento a sinais de complicações, como febre persistente, dor intensa, icterícia (pele e olhos amarelados), dificuldade respiratória, entre outros, e procure assistência médica imediatamente se surgirem sintomas preocupantes.

Informações relevantes:
Conforme o Ministério da Saúde, não é indicado o uso de antibióticos como medida de prevenção para toda a população que teve exposição a enchentes. Mas se você é voluntário para resgates, ou ficou exposto à água parada por muito tempo, busque informação médica para avaliar se necessita receber alguma medicação.

O que é?
A hantavirose é uma doença cardiopulmonar causada por um vírus denominado Hantavírus.
O vírus é transmitido pela urina, saliva ou fezes de roedores.
A doença pode aparecer de 3 a 60 dias após a exposição ao vírus.

Como é a transmissão?
A transmissão acontece através da inalação de partículas contaminadas com o vírus, ao fazer a limpeza em locais que tenham fezes ou urina desses roedores.

Outras formas de transmissão:
- Pela pele: por meio de escoriações cutâneas ou mordedura de roedores
- Contato do vírus com mucosa (do olho, da boca ou do nariz): por meio de mãos contaminadas com excretas de roedores
- Transmissão pessoa a pessoa: pessoa doente com hantavirose pode transmitir ao tossir ou espirrar

Quando suspeitar?
Os sintomas iniciais da hantavirose podem incluir febre, dores articulares, de cabeça, lombar e abdominal, além de sintomas gastrointestinais (dor abdominal e diarreia).
Na fase mais avançada, os sintomas podem se agravar, manifestando-se com febre persistente, dificuldade para respirar, taquipneia (respiração rápida), taquicardia (batimentos cardíacos acelerados), tosse seca e pressão arterial baixa. Também a quadros que causam problemas renais e hemorragias na pele. Fique atento e busque auxilio médico imediato.

Quando procurar ajuda?
Procure ajuda médica imediatamente se você apresentar sintomas como febre persistente, dificuldade para respirar, dores musculares intensas e histórico de exposição a roedores ou ambientes rurais. Esses sinais podem indicar uma possível infecção por Hantavírus, que requer diagnóstico e tratamento precoces para evitar complicações graves. 

Como prevenir?
- Utilize luvas e botas de borracha para realizar a limpeza de sua residência após a enchente
- Mantenha os alimentos em locais fechados
- Mantenha os ambientes arejados, com janelas abertas
- Tomar medidas para evitar a aproximação de roedores, como remoção de entulhos próximos às casas

Referências:
Ministério da Saúde: Hantavirose
Centro Estadual de Vigilância em Saúde do RS (CIEVS)
Ministério da Saúde: Vigilância Hantavirose

O que é?
Uma zoonose (doença infecciosa transmitida entre animais e pessoas) ocasionada por um protozoário.

Quando suspeitar?
- Aumento dos linfonodos ('ínguas') do pescoço ou surgimento em outras partes do corpo.
- Diminuição súbita da visão.
Pacientes com AIDS ou baixa imunidade - dor de cabeça, perda de força, convulsões.

Quando procurar ajuda?
Gestantes e pessoas com imunidade baixa (câncer, AIDS, etc) com sintomas;
Pessoas com diminuição visual súbita.

Como prevenir?
- Lavar as mãos com sabão.
- Evitar o consumo de alimentos crus ou malcozidos.
- Higienizar vegetais antes de consumir.
- Tratar a água para consumo (após filtrar, ferver ou colocar duas gotas de solução de hipoclorito de sódio a 2,5% para cada litro de água, aguardar por 30 minutos antes de usar).

Cuidados no período de recuperação:
A maioria das pessoas se recupera bem com tratamentos sintomáticos apenas.
Gestantes, recém-nascidos, pessoas com imunidade baixa ou doença específica (como olhos), devem ser tratados com medicação específica e acompanhados por médicos.

Observações relevantes:
Gestantes não tratadas podem transmitir a infecção para o bebê. O pré-natal cuidadoso ajuda a diagnosticar e tratar quando necessário.

Referências:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde e Ambiente. Guia de vigilância em saúde : volume 1 [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde e Ambiente. - 6. ed. - Brasília: Ministério da Saúde, 2023.

O que é a Raiva?
É uma zoonose grave, causada por um vírus, que pode levar à morte, tanto para os humanos, quanto para os animais.
É transmitida para o homem através da saliva de animais infectados como cães, gatos, bovinos, equinos, suínos, caprinos, macacos, morcegos, dentre outros animais silvestres, por meio da mordedura, lambedura de mucosas e/ou arranhadura.
Após o acidente o local afetado deve ser lavado com água e sabão neutro e deve-se procurar imediatamente o serviço de saúde mais próximo para orientações.
Apenas os mamíferos transmitem e são acometidos pelo vírus da raiva.

Quando suspeitar?
Devemos suspeitar quando houver acidente com animal potencialmente transmissor e aparecimento dos seguintes sinais e sintomas:

No período de incubação, considerado de 2 a 10 dias após o acidente:
Febre baixa; mal-estar gera; náuseas; diminuição do apetite; cefaleia; dor de garganta; confusão, angústia, irritabilidade e/ou inquietação; na região da ferida - ínguas aumentadas e dolorosas, aumento da sensibilidade e dormência.

Quando procurar atendimento?
Procure atendimento logo após acidente com animal potencialmente transmissor da doença, seja através de mordedura, arranhadura ou lambedura de mucosas. Todos os casos deverão ser investigados e acompanhados.

Quem recebe a profilaxia pós-exposição? Tabela 1
A profilaxia é feita através do uso de vacinas e de soro, o mais precocemente possível nas seguintes situações:
Acidente leve:
- Ferimentos superficiais, pouco extensos;
- Geralmente em tronco e membros (exceto mãos, dedos e pés).
Acidente grave:
- Ferimentos profundos, extensos, em qualquer região do corpo;
- Ferimentos em cabeça, face, pescoço, mão, dedos, pés;
- Lambedura de mucosas;
- Lambedura de pele que já possua lesão grave;
- Ferimento profundo causado por unha de animais transmissores;
- Qualquer ferimento causado por morcegos
- Contatos indiretos, como manipular utensílios contaminados, lambedura de pele íntegra não são considerados acidentes de risco, não sendo necessária a profilaxia.

Tabela 1:
Indicação de profilaxia da raiva após a exposição a acidente com animal potencialmente transmissor da doença

Exposição Contato indireto Leve Grave
Cão ou gato sem sinais de raiva e passível de observação por 10 dias Não indicada Iniciar profilaxia com vacina apenas em caso de sintomas de raiva, morte ou desaparecimento do animal no período de observação Iniciar profilaxia com vacina e SAR ou IGHAR em caso de sintomas de raiva, morte, desaparecimento do animal no período de observação
Cão ou gato com sinais de raiva ou sem observação por 10 dias Não indicada Iniciar profilaxia com vacina imediatamente Início precoce da profilaxia com vacina e SAR ou IGHAR
Animais de interesse econômico (bovídeos, equídeos, caprinos, ovinos, suínos Não indicada Iniciar profilaxia com vacina imediatamente Início precoce da profilaxia com vacina e SAR ou IGHAR
Mamífero silvestre (raposa, sagui, macaco, etc) Não indicada Início precoce da profilaxia com vacina e SAR ou IGHAR Início precoce da profilaxia com vacina e SAR ou IGHAR
Morcegos Início precoce da profilaxia com vacina e SAR ou IGHAR Início precoce da profilaxia com vacina e SAR ou IGHAR Início precoce da profilaxia com vacina e SAR ou IGHAR

O que fazer com animal potencialmente transmissor após o acidente?
- Não matar o animal - ele deve ficar em observação por 10 dias em local seguro e isolado de pessoas e outros animais, recebendo água e alimento normalmente;
- Caso o animal desapareça, mude o comportamento, adoeça ou morra, retornar ao serviço de saúde e avisar;
- Nunca interromper o tratamento proposto;

Como posso prevenir?
- Vacinação anual dos animais domésticos contra o vírus da raiva;
- Não tocar em animais estranhos, feridos, doente e/ou mortos;
- Não deixar os animais soltos na rua; use sempre guias ou coleiras;
- Não separar animais que estejam brigando;
- Evite entrar em grutas, cavernas ou qualquer ambiente habitado por morcegos;
- Evite criar animais silvestres ou retirá-los de seu habitat natural;
- Notificar o serviço de saúde sobre a existência de animais errantes, com comportamento anormal na vizinhança;
- Informar sobre a existência de morcegos de qualquer espécie;
- Providenciar a entrega de animais para a coleta de exames em caso de óbito;

Informações adicionais
A vacina antirrábica é de vírus inativado e não tem contraindicações, é utilizada em pessoas expostas ao vírus após acidente com animais potencialmente transmissores, ou por exposição ocupacional.
Pacientes imunossuprimidos ou com incerteza sobre o esquema profilático anterior fazem a profilaxia o soro antirrábico (SAR).
Deve-se realizar a profilaxia do tétano em todas as situações.

Referências bibliográficas:
Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de vigilância em saúde: volume único. [versão eletrônica].5a ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2022
Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Protocolo de tratamento da raiva humana no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2011

O que é?
Aumento do número de evacuações, com fezes amolecidas ou até aquosas. Pode ser causada por vírus, bactérias e parasitas.

Quando suspeitar?
Quando há 3 ou mais evacuações por dia com fezes amolecidas ou aquosas.
Pode estar associado com náuseas, vômitos, dor abdominal, cólicas e febre.
Nos casos mais graves pode aparecer muco e/ou sangue nas fezes.

Quando procurar ajuda?
A principal complicação é a desidratação.

Procurar ajuda sempre que houver:
Piora da diarreia; vômitos repetidos; muita sede; recusa de alimentos; sangue nas fezes; diminuição da urina.
Atenção! Crianças e idosos tem maior chance de desidratação!

Como prevenir?
- Lavar as mãos com sabão.
- Desinfetar superfícies e utensílios durante a preparação de alimentos.
- Tratar a água para consumo (após filtrar, ferver ou colocar duas gotas de solução de hipoclorito de sódio a 2,5% para cada litro de água, aguardar por 30 minutos antes de usar).
- Guardar a água tratada em garrafas limpas e com tampa.
- Evitar o consumo de alimentos crus ou malcozidos.

Cuidados no período de recuperação:
- A infecção é causada por consumo de água e alimentos contaminados e pode ocorrer pelo contato com outras pessoas, por meio de mãos contaminadas.
- O tratamento é a hidratação adequada para prevenir a desidratação.
- Beba água tratada, filtrada e/ou fervida.
Caso a diarreia seja um sintoma comum para várias pessoas, deve ser notificado a um agente de saúde.  

Observações relevantes:
Atenção: o tratamento com antibiótico deve ser reservado para casos de diarreia com sangue ou muco (disenteria) e comprometimento do estado geral.
O acompanhamento médico é obrigatório nestes casos.

Referências:
Guia de vigilância em saúde: volume 1 [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde e Ambiente. - 6. ed. - Brasília: Ministério da Saúde, 2023.
Ministério da Saúde - DDA.

O que é?
É uma infecção causada pelo vírus da hepatite A, que causa inflamação no fígado. Na maioria das vezes tem caráter benigno, com recuperação total.

Como ocorre a transmissão?
A transmissão é fecal-oral, ou seja, quando há contato com fezes contaminadas de uma pessoa infectada. Durante o período de enchentes, a água do esgoto pode carregar o vírus da hepatite.

Quando suspeitar e procurar ajuda?

Sintomas típicos:
Perda de apetite; febre; sensação de mal-estar geral; vômitos; dor abdominal; urina escura; icterícia (amarelamento da pele e da parte branca dos olhos amareladas)
Outros sintomas: fezes esbranquiçadas e coceira generalizada
OBS: crianças de até 6 meses podem não apresentar sintomas e aquelas que apresentarem raramente têm icterícia (pele amarelada).
Pode demorar de 15 a 30 dias para que os primeiros sintomas apareçam

Como prevenir?
Como a transmissão é feita pelo contato da boca com fezes, devemos tomar alguns cuidados para prevenirmos a doença:
- Se possível, evitar contato direto com a água vinda de enchentes ou áreas de esgoto, para isso deve-se utilizar botas de borracha e luvas ao manipular entulhos.
- Lavar as mãos após utilizar o sanitário, trocar fraldas e antes de manipular alimentos.
- Lavar os alimentos que serão consumidos crus com água tratada, clorada ou fervida, deixando-os de molho por cerca de 30 minutos.
- Cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los.
- Lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras.
- Adotar medidas de higiene como a desinfecção de objetos, bancadas e chão.
- Use preservativos durante as relações sexuais, especialmente com parceiros cujo status de hepatite A seja desconhecido.
- Certifique-se de consumir água potável e alimentos de fontes seguras, especialmente em áreas onde a qualidade da água pode ser duvidosa.
A vacina da Hepatite A é altamente eficaz, deve ser realizada aos 15 meses de idade e é a melhor forma de prevenção da doença. Deve-se enfatizar que a vacina pode ser realizada a partir dos 12 meses de idade até os 4 anos incompletos.

Cuidados no período de recuperação:
A recuperação irá ocorrer por completo entre 3 a 6 meses. Nesse período, para se recuperar da hepatite A, é essencial:
- Descansar: permita que seu corpo se recupere descansando o máximo possível.
- Alimentação saudável: consuma uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais, proteínas magras e carboidratos complexos para ajudar na recuperação do fígado.
- Evitar álcool: abstenha-se de consumir álcool durante a recuperação, pois pode sobrecarregar ainda mais o fígado.
- Evitar medicamentos desnecessários: consulte um médico antes de tomar qualquer medicamento, pois alguns podem ser prejudiciais ao fígado.
- Higiene pessoal: Lave as mãos com frequência e evite compartilhar objetos pessoais para evitar a propagação do vírus para outras pessoas.
- Seguir orientações médicas: siga as instruções do seu médico sobre repouso, dieta, medicamentos e quando é seguro retornar às atividades normais.
- Hidratação: beba bastante líquido, como água, sucos naturais e sopas claras, para evitar a desidratação, especialmente se houver náuseas, vômitos ou febre.
- Isolamento: durante o período de infecção aguda, é importante evitar o contato próximo com outras pessoas para evitar a transmissão do vírus.

Atenção: não há nenhum tratamento específico para hepatite A. Além disso, o tratamento deve ser realizado em casa, a hospitalização só ocorrerá em casos de insuficiência hepática aguda.

Observações relevantes:
ATENÇÃO: idosos, pessoas com problemas de imunidade e com doenças prévias no fígado correm maior risco de complicação.
A Hepatite A pode culminar em insuficiência hepática, por isso, em caso de qualquer suspeita é imprescindível buscar atendimento médico.

Referências:
Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Hepatite A.
UpToDate. Hepatite A Virus Infection: Treatment and Prevention. UpToDate, 2024. Acesso em: 4 maio 2024.
"Hepatitis A." World Health Organization (WHO). Acesso em 04 maio 2024.

O que é?
A ascaridíase é uma infecção causada pelo Ascaris lumbricoides, conhecido popularmente como "lombriga" ou "bicha". A contaminação pelo verme ocorre através da ingestão dos ovos do parasita, presentes em água ou alimentos contaminados .

Quando suspeitar?
Na maioria dos casos, as pessoas não tem sintomas, são assintomáticas, mas, em alguns casos, podem aparecer sintomas como:
- Suor, fraqueza, palidez, náuseas e tosse, principalmente na fase inicial
- Após o surgimento das formas adultas do verme no intestino, pode ocorrer dor abdominal, cólica, perda de apetite, diarreia, dores musculares e anemia. Pode ocorrer também tosse, quando as larvas atingem os pulmões.
Nas infecções mais intensas (com 100 ou mais vermes), pode ocorrer complicações como déficit nutricional e obstrução intestinal

Quando procurar ajuda?
Procure atendimento médico em caso de suspeita ou piora dos sintomas, para que o diagnóstico seja feito e a infecção tratada de maneira correta, garantindo assim seu bem estar e evitando complicações.

Como prevenir?
Hábitos adequados de higiene, como:
- lavar as mãos após usar o banheiro
- lavar as mãos antes de preparar e ingerir alimentos
- lavar os alimentos adequadamente
- evitar o consumo de legumes crus ou não lavados

Cuidados no período de recuperação:
Após o atendimento médico e a confirmação do diagnóstico, o tratamento pode ser realizado de forma simples e em casa , se não houver nenhuma complicação.
É importante fazer a limpeza adequada das mãos e alimentos, além de evitar o consumo de água não tratada ou filtrada para evitar a contaminação novamente.

Observações relevantes:
Atenção: A transmissão dos Ascaris lumbricoides está relacionada aos hábitos, práticas e atitudes da população, portanto, o seu controle requer atitudes preventivas individuais, bem como a participação comunitária.
Atenção: Um importante grupo de risco são as crianças, por deterem as maiores prevalências da doença, devido ao contato frequente com o solo, que muitas vezes está contaminado.

Referências bibliográficas
GUIA Prático para o Controle das Geo-helmintíases. [S. l.]: Ministério da Saúde, 2018. Acesso em: 4 maio 2024.
ASCARIDÍASE, HIMENOLEPÍASE, AMEBÍASE E GIARDÍASE: UMA ATUALIZAÇÃO. Educação, ciência e saúde, [s. l.], 2020. DOI. Acesso em: 4 maio 2024.

O que é?
É uma doença transmissível e causada pela bactéria corynebacterium diphtheriae, que atinge as amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, outras partes do corpo, como pele e mucosas. Ela é transmitida de pessoa para pessoa por gotículas respiratórias ou contato com lesões da pele.
É mais frequente quando há aglomeração em ambientes fechados, áreas com precárias condições socioeconômicas e com baixas coberturas vacinais.

Quando suspeitar?
Os sintomas surgem em torno de seis dias após a contaminação. O principal sinal é a presença de membrana grossa e acinzentada cobrindo as amígdalas, inchaço do pescoço e dos gânglios linfáticos.
Nos casos mais graves a pessoa pode sentir dificuldade para respirar.

Quando procurar ajuda?
Mal-estar geral; dor de garganta discreta; membrana grossa e acinzentada, cobrindo as amígdalas e podendo cobrir outras estruturas da garganta; gânglios inchados no pescoço; dificuldade em respirar ou respiração rápida em casos graves; palidez; febre não muito elevada.
Ao surgimento de qualquer sinal, é fundamental procurar ajuda médica para iniciar o tratamento o mais breve possível. A difteria é uma doença grave que pode levar à morte.

Como prevenir?
A difteria pode ser prevenida com a vacina tríplice bacteriana (DTP) contra Difteria, Tétano e Coqueluche.
Com o calendário vacinal em dia, as crianças receberam 3 doses da vacina tríplice, aos 2, 4 e 6 meses de vida, seguidos de dois reforços, um aos 15 meses e outro aos 4 anos. Após esse período, é recomendado que as vacinas de reforço sejam administradas a cada 10 anos.

Cuidados no período de recuperação:
- Tratamento da difteria é com soro antidiftérico e deve ser realizado apenas em hospitais.
- Antibiótico pode ser indicado algumas vezes.
- Repouso e hidratação.
- Isolamento para evitar a propagação secundária.
Após a recuperação do paciente, a imunização é necessária.

Observações relevantes:
Difteria é uma doença bacteriana, transmissível, pode ser grave podendo obstruir a via aérea e levar à morte.
Após o surgimento da vacina tríplice bacteriana (DTP), o número de casos de difteria se tornou muito raro no Brasil. A vacina é a melhor, mais eficaz e principal forma de prevenir a difteria.
Algumas pessoas podem apresentar sintomas leves ou até mesmo não ter nenhum tipo de sinal da doença.
A vacinação é o principal meio de controle e prevenção da difteria. É preciso manter o esquema vacinal de crianças, adolescentes e adultos sempre atualizado.

Referências:
MURRAY, R. Patrick; ROSENTHAL, S. Ken; PFALLER, A. Michael. Microbiologia médica. 9 ed. Rio de Janeiro: Gen, 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do ministro. Difteria. Brasília, 2020.

O que é?
Coqueluche ou a "tosse comprida" é uma infecção respiratória transmissível, causada pela bactéria Bordetella pertussis e transmitida por gotículas eliminadas na tosse, espirro e até mesmo fala. É altamente contagiosa e os sintomas aparecem após 5 a 10 dias a partir do contágio.

Quando suspeitar?
- Acomete principalmente os bebês, antes de 1 ano de vida.
- Inicialmente aparecem tosses seca, febre baixa, mal estar, corrimento nasal mais aquoso.
- Com o tempo, a tosse seca piora e começa a ficar severa e descontrolada, podendo ser tão intensa que pode comprometer a respiração e levar a vômito ou cansaço extremo.

Quando procurar ajuda?
É importante procurar atendimento assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas.
Cuidados intensivos podem ser necessários, especialmente se houver pausas na respiração ou falta de ar, cianose (coloração azul ou arroxeada da pele, unhas ou lábios), convulsão, vômito frequentes após crises de tosse.
A coqueluche pode progredir rapidamente em bebês pequenos.

Como prevenir?
A prevenção é através da vacinação infantil. Mantendo calendário vacinal em dia, as crianças irão receber 5 doses ao longo da infância (no formato da penta, hexa ou DTP - Difteria, Coqueluche e Tétano).
Evitar contato com pessoas sintomáticas, se possível.
Cuidados no período de recuperação
O tratamento é feito com antibióticos, que devem ser prescritos pelo médico.
As crianças infectadas devem ser afastadas da escola ou da creche até que tenham completado o tratamento.
Necessitam observação permanente, em internação hospitalar.

Observações relevantes:
- Os contatos de uma criança infectada devem ser cuidadosamente observados quanto ao desenvolvimento de sintomas respiratórios durante pelo menos 21 dias.
- A maioria das pessoas consegue se recuperar da coqueluche sem sequelas e maiores complicações, mas também podem evoluir com quadros graves.

Referências:
Infecção por coqueluche em bebês e crianças: características clínicas e diagnóstico
Infecção por coqueluche em adolescentes e adultos: tratamento e prevenção

O que são?
As doenças virais respiratórias são enfermidades agudas e sua transmissão ocorre de pessoa a pessoa, atingindo os órgãos e as estruturas do sistema respiratório. Essas doenças causam inflamações e provocam a obstrução das vias aéreas, dificultando a passagem do ar e impedindo a respiração adequada.
As infecções virais do trato respiratório melhoram sem tratamento.

Quando suspeitar?
Alguns sintomas característicos de doenças virais respiratórias podem indicar que o paciente está infectado. Os sintomas mais comuns são:
Tosse; febre; congestão nasal; coriza; dor de garganta; dor muscular; cansaço.

Quando procurar ajuda?
Sinais de agravamento das doenças respiratórias:
- Dificuldade para respirar ou falta de ar: notar respiração rápida ou com dificuldade, fala entrecortada, lábios ou ponta dos dedos azulados, ou afundamento da pele entre as costelas ou no pescoço;
- Dor ou pressão no peito ou no abdome;
- Tontura;
- Confusão mental ou sonolência;
- Vômitos intensos ou persistentes;
- Dificuldade de manter a criança hidratada (não aceita líquidos/alimentos ou vomita).

Como prevenir?
- Evitar permanecer em em locais fechados;
- Manter os locais bem ventilados (janelas abertas);
- Higienizar regularmente as mãos e as superfícies de uso comum;
- Cobrir o nariz e boca ao espirrar ou ao tossir (preferencialmente com o cotovelo);
- Não compartilhar objetos de uso pessoal;
- Não tocar o rosto se as mãos não estiverem limpas.

Vacinas disponíveis:
Influenza: uma dose anual, de acordo com a variante circulante, disponível gratuitamente em postos de saúde.
COVID-19: uma dose anual, com intervalo de seis meses. Para imunocomprometidos, gestantes e idosos a partir de 60 anos, dose semestral. Para crianças, consultar o calendário vacinal.
Obs.: a disponibilidade das doses pode ter sido afetada devido aos recentes acontecimentos climáticos.

Cuidados na recuperação:
- Seguir as orientações médicas e o tratamento indicado;
- Repouso adequado;
- Hidratação constante;
- Alimentação saudável;
- Monitorar os sintomas da doença;
- Lavar bem as mãos e evitar tocar diretamente nos olhos, boca e nariz.

Observações relevantes
ATENÇÃO: Estas doenças têm muitos sintomas em comum e são persistentes, então busque um profissional caso perceba sinais de agravamento da doença, para que ele possa fornecer as informações e o tratamento correto.
ATENÇÃO: A gravidade da doença respiratória viral varia amplamente, com probabilidade de ser mais grave em idosos e crianças menores de dois anos.
ATENÇÃO: Os antibióticos NÃO são eficazes contra vírus e devem ser administrados somente quando houver desenvolvimento de infecções bacterianas secundárias.
Enquanto grande parte das infecções virais respiratórias melhora sem tratamento específico, existem duas mais graves: a Influenza e a COVID-19. Para estas, existem vacinas gratuitas.

Referências:
Prefeitura de São Paulo. Cidade de São Paulo. Acesso em: 04 de maio de 2024.
Brasil. Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica. Acesso em: 04 de maio de 2024.
Brasil. Ministério da Saúde. Nota informativa sobre os dados do painel da campanha região norte 2023- 2024 vacina de influenza. Acesso em: 04 de maio de 2024.
Brasil. Ministério da Saúde. Esquemas vacinais. Acesso em: 04 de maio de 2024.
Brasil. Prefeitura de Aparecida. Doenças de transmissão respiratória. Acesso em: 04 de maio de 2024.
Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Secretaria da Saúde. Escola de saúde pública. Acesso em: 04 de maio de 2024.

O que é?
Meningite é a inflamação das membranas que envolvem o cérebro e protegem o encéfalo, a medula espinhal e outras partes do sistema nervoso central.
A causa mais frequente da inflamação das meninges é a infecção por um vírus ou por uma bactéria.
Raramente pode ser provocada por fungos ou pelo bacilo de Koch, causador da tuberculose.
As Meningites causadas por parasitas acontecem pela ingestão de produtos ou alimentos contaminados que tenha a forma ou a fase infecciosa do parasita.

Quando suspeitar?
A meningite é uma doença grave. Os sintomas iniciais podem ser semelhantes aos sintomas das doenças respiratórias como gripes ou resfriados, associados a febre, náuseas e vômitos, dor de cabeça, diminuição do apetite, irritabilidade ou sonolência

Quando procurar ajuda?
Sempre que os sintomas não melhoram ou se agravam: febre alta e persistente, comprometimento do estado geral, náuseas e vômitos, dor de cabeça e no pescoço, sonolência, confusão mental e irritabilidade
A rigidez de nuca é um sinal de gravidade da doença - pode ser testado pedindo que a pessoa encoste o queixo no peito.

Como prevenir?
- A transmissão é de pessoa para pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta.
- Também pode acontecer a transmissão fecal-oral, através da ingestão de água e alimentos contaminados e contato com fezes.
- Recomenda-se a notificação às autoridades de Saúde, no setor de vigilância epidemiológica, para investigação do agente infeccioso e prevenção da doença bacteriana seus contatos.
- Higienização das mãos, dos alimentos.
- Manter o ambiente limpo e arejado.
- A melhor forma de prevenção é estar vacinado. As vacinas estão disponíveis nos serviços públicos de saúde, à todas as pessoas. Elas previnem as meningites causadas por bactérias que desenvolvem doença grave e podem deixar sequela.

Cuidados no período de recuperação:
Sempre que existe uma suspeita de Meningite, a investigação para confirmação da doença é realizada com internação hospitalar para acompanhar os sintomas e realizar exames.
O tratamento depende do agente infeccioso.
É fundamental manter a hidratação e realizar repouso.
As Meningites bacterianas são mais graves e devem ser tratadas imediatamente, com antibiótico endovenoso, em ambiente hospitalar.

Observações relevantes:
No Brasil a Meningite é considerada uma doença endêmica. As meningites virais acontecem principalmente nos meses de primavera e verão e as bacterianas nos meses de outono e inverno.
Procurar imediatamente um médico para um diagnóstico seguro e tratamento eficiente na presença dos sintomas.
Todos os exames necessários para fazer o diagnóstico e o acompanhamento dos casos de meningite estão disponíveis no SUS e são solicitados pela equipe médica ou pela equipe de vigilância epidemiológica.
A meningite em lactentes e crianças menores de 5 anos é considerada doença grave a avaliação do pediatra é imprescindível.

Referências:
Saúde de A a Z - Meningite
Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Meningite. Brasília. 2007.
RS, Secretaria da Saúde do. Meningite. Acesso em: 04 maio 2024.

O que é?
Tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível pela via aérea, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. A doença afeta principalmente os pulmões e pode atingir outros órgãos do corpo como rins e ossos.

Quando suspeitar?
- Tosse crônica, febre vespertina, perda de peso e sudorese noturna.
- Tosse por mais de três semanas na população em geral.
- Tosse seca ou acompanhada de secreção purulenta em grupos de risco (imunossuprimidos, privados de liberdade, moradores de rua, usuários de drogas).

Quando procurar ajuda?
Tosse, febre e sudorese noturna persistentes por mais de duas semanas.

Como prevenir?
A vacina BCG é a principal forma de prevenir formas graves da tuberculose (meningite e TB miliar) em crianças. A vacina está disponível no SUS e deve ser aplicada em crianças de até 5 anos.
O fundamentar é diagnosticar e tratar a população infectada, encontrando precocemente as pessoas doentes.
Como medidas de segurança deve-se manter os ambientes ventilados, proteger a boca ao tossir ou espirrar e manter bons hábitos de vida, como alimentação saudável e prática de exercícios físicos.

Cuidados no período de recuperação
- A tuberculose é uma doença curável com tratamento em torno de 6 meses, sendo realizado em duas etapas: a fase intensiva (ou de ataque), e a de manutenção com medicamentos que são distribuídos gratuitamente na rede básica dos municípios.
- Realizar adequadamente o tratamento
- Permanecer afastado das atividades por 15 a 30 dias após o início do tratamento.

Por que devemos nos atentar à tuberculose em casos de enchentes?
Quando ocorrem enchentes, várias condições podem facilitar o aumento da incidência de tuberculose:
- A permanência temporária em alojamentos e abrigos, com uma grande quantidade de pessoas convivendo em um mesmo espaço;
- As enchentes podem dificultar o acesso às instalações de saúde, o que afeta o diagnóstico de novos casos e aumenta o risco de interrupção do tratamento de alguns pacientes que já estavam tratando;
- As enchentes podem expor as pessoas a condições que comprometem o sistema imunológico, podendo aumentar a suscetibilidade a infecções como a tuberculose.

Referências
Manual de Recomendações para controle da Tuberculose no Brasil. 2 ed. Atualizada - Brasília, 2019.

Quem somos

Somos professores e acadêmicos voluntários dos cursos da Área da Vida da UCS e nosso objetivo é levar a informação confiável a população que está sofrendo com os impactos das inundações em todo o RS.

Docentes da Universidade de Caxias do Sul na Área da Vida:

Ana Paula Agostini, Ana Paula Martinez Jacobs. Rodrigo Letti, André Felipe Streck, Antonella Souza Mattei, Bruna Kochhann Menezes, Fabrício Diniz Kleber, Fernanda de Oliveira Chiaradia, Fernanda Marçolla Weber, Gabriel Guerreiro Fiamenghi, Guilherme Brambatti Guzzo, Janaina Brollo, Júlio César Bebber, Karen Margutti, Karina Affeldt Guterres, Leandro do Monte Ribas, Lessandra Michelin Rodriguez Lins, Luciana Benfica Abrão, Luciana Laitano Dias de Castro, Maximiliano Cassilha Kneubil, Milena Rodrigues Agostinho Rech, Pâmela Antoniazzi dos Santos, Rafaela de Moura Sartori, Vanessa Piccoli, Viviane Raquel Buffon, Wilson Sampaio de Azevedo Filho

Discentes da Universidade de Caxias do Sul na Área da Vida:

Adriéli Gonçalves, Amanda Molon, Arthur Boscato Tams, Brenda Indicatti, Bruna Marcon Paniz, Catarina Galafassi, Clara Salles Biavaschi, Eduarda Sonda de Godoy, Enrico Torresini Ribeiro, Fabricio Ribeiro, Francine Fonseca, Gabriela Canali Locatelli Bellini, Gabriela Paim, Giovana Gobbato, Giulia Andreazza, Gustavo D'Ambrós, Helena Casagrande, Helena Marca, Isa Otoboelli , Isabela voltolini, Jeorgea Betiollo, João Miguel Grossi, Júlia Perozzo, Júlia Toigo, Júlia Tonett, Karine Somacal, Laura Finn, Laura Sartor, Leo Pizzolo, Luís Felipe Antolini, Luiza Maria de Lima Marschall, Luiza Simionato, Manuela Sais Bittencourt, Maria Eduarda Vacaria, Maria Fontanive, Marieli Milani, Marina Buzzetto, Martín Rech Ramos, Nathália Rech, Nicolas Gabriel Mattana Piccoli, Nicole Pressi, Rafaela Fabro, Rodrigo Giovanardi Pandolfo, Taíza Fontana Capeletti, Valentina Schumacher, Victoria Sozo, Vitória Chiela, Eduarda Theodoro, Gabrielly Haremi Shiraishi, Luísa Stradioto Sartor

E-book: Guia de cuidados com a saúde

Mais fontes de informação

Em caso de urgência, ligue: SAMU: 192 - Bombeiros: 193 - Polícia Civil: 190