Pesquisadores estudam a aplicação de biodiesel e óleo vegetal em motores.

Engenheiros do Núcleo de Pesquisa Projeto e Fabricação em Engenharia reiniciaram, no final de abril, os testes de desempenho de motores movidos a óleo vegetal de girassol, dendê e soja e biodiesel de soja e mamona. Os testes fazem parte da segunda etapa do projeto Avaliação da utilização de biodiesel e óleo vegetal em motores estacionários de grupos geradores e tratores, encomendado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia para resolver o problema da energia em locais que precisam ser abastecidos por grupos geradores a diesel. Os pesquisadores estudam uma forma de aplicação de uma energia alternativa e mais barata. A empresa caxiense Agrale, parceira da UCS no projeto, fornece os motores para a realização dos testes (foto abaixo).

Resultados
Iniciada em 2006, a pesquisa deveria ser concluída no final de 2009, mas poderá ser prorrogada. Na primeira fase, o estudo se dividiu em duas análises. Durante mil horas, os pesquisadores testaram a utilização de biodiesel de soja e mamona e óleo vegetal de soja quanto ao desempenho e à durabilidade em motores monocilíndricos. Nesta etapa, os testes foram realizados nas proporções de 10%, 30%, 50%, 70% e 100% de biodiesel e óleo vegetal.

Quanto ao desempenho, os engenheiros concluíram que tanto o biodiesel quanto o óleo vegetal responderam bem. "O motor funciona com potência e torque mais baixos e consumo mais alto, mas funciona bem", avalia o coordenador da pesquisa, professor Paulo Wander. Já quanto à durabilidade, os testes com óleo vegetal demonstraram resultados abaixo das expectativas. "Um dos motores quebrou com 395 horas e mais duas vezes até completar as mil horas. O outro funcionou até o final, mas também estava travado e quebraria em breve".

Nesta segunda etapa, além de resolver os problemas apresentados com o óleo vegetal nos motores monocilíndricos, os pesquisadores testarão a aplicação de misturas de diesel convencional com 25%, 50%, 75% e 100% de biodisel de soja, mamona, dendê e girassol em motores bicilíndricos. "O óleo vegetal não tem uma boa combustão e o acúmulo de resíduos acaba travando os anéis e provocando a quebra do motor, por isso precisamos achar uma solução", explica o pesquisador.

Quando estiver concluído o estudo, a tecnologia financiada pelo governo federal será de domínio público e poderá ser empregada por qualquer indústria de motores.

Fonte: Boletim Atos & fatos nº807