Pesquisadores do CCET estudam o uso de
nanomateriais na produção de elementos filtrantes.
Pesquisadores do
Núcleo de Pesquisa - Projeto, Fabricação e Engenharia,
vinculado ao Centro de Ciências Exatas e
Tecnologia, desenvolvem estudos sobre como utilizar pós cerâmicos
em escala nanométrica para a produção de elementos filtrantes.
O projeto tem financiamento
da Secretaria da Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul,
através do Projeto
Estruturante Polo Tecnológico Estadual, e é realizado em
parceria com a
Hidro Filtros do Brasil, empresa caxiense fabricante de
elementos filtrantes. O objetivo é
desenvolver tecnologia que possa ser utilizada para
a filtração de gases em altas temperaturas, líquidos e
possivelmente até microrganismos como bactérias.
Nanomateriais são materiais formados por componentes que têm dimensões
nanométricas. Um nanometro (nm) corresponde à milionésima parte de um
milímetro. Esses materiais têm grande aplicação em áreas
como a indústria química, petroquímica e automotiva, na área
farmacêutica e médica e na microinformática. Devido a
suas propriedades e características, podem ser usados como
elementos filtrantes, na fabricação de fibras, em
material de revestimento ou como reforço polimérico.
A relevância dos estudos realizados na Universidade
justifica-se pelo fato de, no Brasil, ainda não
se produzirem filtros em escala nanométrica. Os pesquisadores
esperam assim que os
resultados da pesquisa possam abrir um novo nicho de mercado para filtros cerâmicos, colocando a
indústria nacional em condições de competir com as empresas
multinacionais na fabricação desse
material.
"O material cerâmico é um dos poucos materiais resistentes aos gases
corrosivos, especialmente quando em altas temperaturas, por isso
o domínio dessa tecnologia tem tanta importância no cenário nacional",
justifica o coordenador do projeto, professor
Robinson
Carlos Dudley Cruz, (na foto acima). Além de apoiar
o desenvolvimento e a produção de elementos filtrantes, a pesquisa
tem, adicionalmente, a vantagem de impactar positivamente
o cenário ambiental. A tecnologia em estudo deverá
ser utilizada na indústria petroquímica, na filtragem de gases, o que se refletirá diretamente na qualidade
do ar dos grandes centros industriais.
O projeto, ainda em fase inicial,
terá duração de 36 meses e fará uso de outras tecnologias
complementares para o seu desenvolvimento, como a que
está disponível no
Laboratório de Prototipagem Rápida, estrutura que integra o mesmo
Núcleo de Pesquisa.
Além da equipe de professores, o grupo conta com dois bolsistas -
um estudante do
Mestrado em Materiais e um estudante de graduação em atividades
de iniciação científica. Para a
realização dos testes está sendo montado um laboratório,
onde se fará a caracterização das
partículas nanométricas.
O governo do Estado investirá recursos aproximados de 199 mil
reais a serem utilizados
na compra de um equipamento de medição, capaz de
medir partículas de 0,6 nanometros até 6 micrometros. A
Hidro Filtros do Brasil
investirá 109 mil reais e a UCS dará uma contrapartida de 80,8 mil
reais, custeando as atividades dos
pesquisadores envolvidos no projeto.
Acima vemos duas fotos de partículas nanométricas. Cada
esfera mede 50 nanômetros. No detalhe, ao lado de cada foto,
pode ser vista a representação esquemática dessas estruturas em um
sistema disperso (à esquerda) e em um sistema coagulado (à direita).
Esses
dois estados de estabilidade das partículas possibilitam configurar
uma estrutura no material cerâmico mais ou menos porosa, daí a
aplicabilidade destes materiais para a produção de filtros.
|