Pesquisa do Instituto de Biotecnologia visa à qualificação dos vinhos produzidos na Serra Gaúcha.
Elevar a qualidade dos vinhos finos produzidos na
Serra e, consequentemente, torná-los mais
competitivos no mercado. Com esse duplo objetivo,
o
Instituto de Biotecnologia, em parceria com o
Programa
de Pós-Graduação em Biotecnologia, desenvolve o projeto
de pesquisa Qualificação da Vitivinicultura para a
Região Serrana do Rio Grande do Sul.
O estudo é financiado pela Secretaria de Ciência e
Tecnologia do Rio Grande do Sul, dentro do Projeto
Estruturante Pólo Tecnológico Estadual.
Coordenado pelo
professor Dr. Sergio Echeverrigaray, o
projeto tem duração prevista de três anos e apresenta
dois enfoques: a identificação de populações de leveduras
nativas e o seu melhoramento, e a determinação da
diversidade da entomofauna (fauna de insetos da região),
da microbiota (microrganismos responsáveis pela
decomposição da matéria orgânica e reciclagem de nutrientes) e
da contaminação do solo, tanto em sistemas de produção
convencional quanto em agroecológicos. Echeverregaray
completa que dois aspectos, apresentados na forma de
sub-projetos, foram elaborados pela equipe de nove
pesquisadores. São eles: a biodiversidade e
melhoramento genético de leveduras enológicas
para a qualificação da produção de vinhos Cabernet
Sauvignon, e os bioindicadores para qualificação da
viticultura na região.
O resultado do trabalho está focado no desenvolvimento de
leveduras nativas e leveduras melhoradas para a
vinificação em tinto. "Está previsto o monitoramento dessas
populações de leveduras antes, durante e após a
vinificação, visando a redução de riscos decorrente
do desenvolvimento de microorganismos indesejados", explica o
professor.
Outros resultados previstos pela pesquisa são a
qualificação da produção sustentável de uvas para a
vinificação e produção de sucos e o desenvolvimento de
métodos de condução. "Isso vai contribuir para adequar a
produção de uvas e seus derivados às exigências
internacionais, impulsionando a competitividade e uma maior
entrada no mercado", avalia o professor.
Investimentos e parcerias
Serão investidos pela Secretaria de Ciência e Tecnologia do
RS um total de R$ 199.975,44. Esse valor irá contemplar a
instalação de uma cantina experimental para testes e a
instrumentalização de laboratórios para o desenvolvimento
de trabalhos relacionados à enologia e viticultura no Instituto
de Biotecnologia. O projeto também tem como parceiros o
Laboratório de Referência em Enologia da Secretaria de
Agricultura e Abastecimento (LAREN) e o
Instituto Brasileiro do Vinho (IBRAVIN), além das
vinícolas Miolo, Giacomin, Don Afonso e Vinhos Finos
Juan Carrau. A participação do LAREN e do IBRAVIN se
dará na forma de análises cromatográficas de mostos e vinhos.
Já a contrapartida da UCS equivale à disponibilização
da equipe de pesquisadores, material de consumo e
serviços terceirizados. Por fim, as empresas vinícolas
participam oferecendo áreas experimentais e de aporte
de uvas para os processos de vinificação em escala piloto.
A produção
O Rio Grande do Sul é responsável pela produção
de cerca de meio milhão de toneladas/ano de uva (IBGE, 2003)
e 90% de todo o vinho elaborado no Brasil, envolvendo
em torno de 20 mil famílias de produtores de uva e
700 empresas que elaboram vinhos e sucos. Em 2007,
foram produzidos cerca de 465.591.000 de litros de vinho
no RS, principalmente na região nordeste do Estado,
conforme dados de 2008 da Secretaria da Agricultura e
do Abastecimento do Estado do Rio Grande do Sul.
Fotos, no Laboratório, de Clayton Stumpf e de um
vinhedo na Serra, de Aldo Toniazzo.
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