Estudantes de graduação apresentam sua
produção científica. De 21 a 24 de setembro, na
Cidade Universitária.
Mais de 300 estudantes de graduação apresentam
seus trabalhos de iniciação científica durante a
17ª edição do Encontro de Jovens
Pesquisadores da UCS,
que se realiza até quinta-feira, dia 24, na
Cidade Universitária.
O encontro, um dos mais importantes eventos
do calendário acadêmico,
busca não somente reunir a produção científica dos
estudantes em um espaço propício para o exercício
da capacidade criadora e inovadora, mas é também uma forma de
tornar visível a missão da Universidade de contribuir para
a construção e socialização do conhecimento.
Paula Tibola Bertuoli (BIC/FAPERGS) e Arthur Susin Neto (PIBIC-CNPq) apresentam suas pesquisas nesta edição do encontro.
Programação
Durante quatro dias, serão apresentados 312 trabalhos,
resultado das pesquisas realizadas dentro dos diferentes
programas institucionais de estímulo à iniciação científica,
com o acompanhamento de seus respectivos orientadores.
Serão 96 trabalhos na área das Ciências Exatas, 109 na de
Ciências Humanas e Sociais e 107 em Ciências da Vida.
Além da exposição oral (Bloco 46) e da apresentação de
pôsteres (Bloco J), a programação
prevê duas palestras,
na abertura e no
encerramento do encontro. Na cerimônia de abertura, o diretor-
técnico-científico da Fundação de Apoio
à Pesquisa do Rio Grande do Sul, Dr.Osvaldo Luiz Leal
de Moraes discorrerá sobre O Papel da
FAPERGS na Formação de Pesquisadores no RS. Na
quinta-feira, a partir das 9h30min, no Bloco J, onde se realizará a
sessão de apresentação de pôsteres, o educador Roque Moraes abordará
a Pesquisa com
Produção Escrita: Modo de Qualificação do Ensino e da
Aprendizagem na Universidade.
Os estudantes Ricardo Baiotto (PIBIC/CNPq) e Juliana Zardo (BIC/UCS) também irão apresentar suas pesquisas.
Espaço da excelência acadêmica
Mais do que uma iniciativa
para despertar a importância
da iniciação científica, o Encontro de Jovens
Pesquisadores é um espaço de excelência acadêmica,
onde os alunos têm a oportunidade de demonstrar uma
visão mais crítica e apurada de sua futura profissão.
Para a doutora em Educação
Nilda Stecanela e coordenadora do
Observatório de Educação, Infâncias e Juventudes (foto à direita), a pesquisa
tem um valor inestimável na formação dos estudantes,
tanto do ponto de vista do futuro exercício profissional
como dos aspectos pessoais e da sua forma de ler e
de interpretar os fenômenos relacionados à sua área. "Os
estudantes que se envolvem com pesquisa diferenciam-se
dos demais, seja na produção escrita, na construção de
argumentos e, principalmente, na reflexividade.
A iniciação à pesquisa mobiliza à construção de perguntas e
desafia para a busca de respostas. É isso que oxigena a
identidade dos alunos", avalia Nilda.
O pró-reitor Acadêmico,
professor Evaldo
Antonio Kuiava (foto à esquerda) vê a pesquisa na graduação como um ótima possibilidade para que os
acadêmicos não apenas estudem o conhecimento produzido
por terceiros, mas também produzam esse conhecimento.
"O Encontro de Jovens Pesquisadores é a oportunidade
para que esses conhecimentos sejam mostrados e disponibilizados à
comunidade. Essa é a missão da UCS", completa.
Atualmente, a UCS oferece 150 bolsas de iniciação
científica (BIC/UCS). Com a participação dos diversos
órgãos de fomento à pesquisa, são concedidas mais
55 bolsas PIBIC/CNPq, 33 BIC/FAPERGS e 67
bolsas na modalidade iniciação técnico-científica.
Grupo de Usinagem
Em um polo metal-mecânico do porte de Caxias do Sul,
muitas pesquisas desenvolvidas pelos bolsistas de iniciação
científica em Engenharia contribuem para suprir as demandas
do setor. Visando assessorar fabricantes de
moldes e matrizes, por exemplo, foi criado em 2002 o
Grupo de Usinagem, ligado ao Centro de Ciências Exatas e
Tecnologia e coordenado pelo professor
Dr. Rodrigo Zeilmann (foto à direita).
Integrante do grupo, o acadêmico de
Engenharia Mecânica Alfredo Tomé (foto à esquerda)
apresenta durante a 17ª edição do Encontro a pesquisa "Melhoria do Processo de
Fresamento com Ferramentas de Metal Duro". O estudo engloba a
otimização dos parâmetros de
corte utilizados por diversas empresas parceiras da UCS.
A Randon é uma delas. Duas vezes por semana,
Tomé e o colega Fernando Bordin visitam a fábrica
para analisar as condições das ferramentas de corte.
Eles conferem o resultado da aplicação dos testes
validados nos laboratórios da UCS, buscando adequações
na forma de fabricação das peças e no tempo gasto. "Todo
esse trabalho já resultou na redução dos custos da
empresa, sem alterar a qualidade do produto", completa
Zeilmann.
Atualmente, o Grupo de Usinagem reúne sete professores, um aluno de Mestrado e nove
acadêmicos de graduação em Engenharia Mecânica,
Engenharia Química, Engenharia de Produção e Engenharia de
Materiais. Para Zeilmann, o grupo é um espaço para a
formação diferenciada dos futuros profissionais. "A aplicação
prática dos estudos realizados dentro da UCS é
o que mais empolga os estudantes", avalia o professor Rodrigo,
que também é o atual diretor do Centro
de Ciências Exatas e Tecnologia.
Na edição 2008
do Encontro de Jovens Pesquisadores, o grupo de Usinagem
recebeu um prêmio especial do Sindicato das Indústrias
Metalúrgicas, Metal-Mecânicas e de Material Elétrico de
Caxias do Sul (SIMECS) pelos trabalhos desenvolvidos.
Trajetória de sucesso
Realizado anualmente desde 1992, o evento foi
criado para atender às exigências do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq.
Dezessete anos depois, o encontro está consolidado como
um evento institucional de grande relevância para a UCS, marcando a
trajetória acadêmica de centenas de estudantes. Muitos deles,
inclusive, continuam a participar do evento, agora na condição
de professores-pesquisadores, atuando como orientadores de
uma nova geração de estudantes. É o caso da professora e
pesquisadora
Janete Eunice Zorzi, integrante do corpo
docente dos cursos de Engenharia Química e de Materiais.
Bolsista de iniciação científica em 1992, durante a graduação em
Engenharia Química, Janete salienta a importância do
encontro para uma aprendizagem e um planejamento bem mais abrangentes.
"Atuando como bolsistas de iniciação científica somos
instigados a pensar de forma independente, a planejar as
várias etapas de uma pesquisa, seguindo uma metodologia
específica. Isso possibilita o aprofundamento de
diversos conceitos importantes para a atuação profissional", avalia.
A atuação como bolsista impulsionou o gosto pela pesquisa acadêmica,
tanto que logo após a graduação Janete emendou
um Mestrado em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais e
um Doutorado em Ciências dos Materiais. Hoje, atua na
orientação de diversos bolsistas. "A pesquisa amplia o aprendizado,
todos deveriam incluí-la na sua formação", enfatiza a pesquisadora
da UCS.
Fotos: Daiane Nardino
|