Iphan e Iphae realizam na UCS evento sobre patrimônio imaterial no Brasil.
A Universidade de Caxias do Sul irá sediar, nos dias
15 e 16 de outubro, no auditório do Bloco H,
o seminário "O desafio da diversidade: práticas
culturais e o patrimônio imaterial no Brasil", promovido
em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico do Estado (Iphae) e o Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Veja a programação completa do evento
O objetivo do evento é divulgar conceitos e critérios
que orientam a política de salvaguarda do patrimônio
cultural imaterial no Brasil. A escolha da UCS para sediar o
seminário coincide com os 30 anos do
Programa "Elementos Culturais das Antigas
Colônias Italianas do Nordeste do Rio Grande do Sul – Ecirs,
desenvolvido pela Instituição desde 1978 e que se dedica ao
levantamento sistemático dos bens e valores culturais
das comunidades rurais da região, servindo de ponto de
partida para o resgate, a preservação e a valorização
dessa cultura. O Ecirs nunca se referiu a uma
cultura italiana na região. Sempre a definiu como
uma cultura da imigração italiana, ou seja, uma
cultura que foi construída em terras brasileiras,
associada ao processo de imigração italiana, num
contexto de trocas culturais. Para o programa,
coordenado pela professora Cleodes Maria Piazza Julio Ribeiro,
"toda cultura é um processo em transformação permanente".
Estudar a cultura não tem como objetivo petrificá-la,
mas compreender o seu fluxo para, em última instância,
cada indivíduo saber quem é, qual a sua identidade.
Segundo a professora Luiza Horn Iotti, diretora do
Instituto Memória Histórica e Cultural, que abriga o
programa Ecirs, "esta Universidade tem direcionado,
desde sua criação, suas atenções para a identificação de
suas raízes culturais, prevalecendo a vertente italiana,
e a análise científica da cultura da região, das
influências sofridas e da permuta de valores
culturais que passaram a ser constantes nas últimas décadas.
O levantamento e a definição de identidade cultural de
uma região desperta, no mundo antropológico e na história
da cultura, atenções pela diversidade e pela
transitoriedade que tais culturas podem enfrentar.
No caso específico de nossa região, o perfil cultural
que estudamos e conhecemos em nossas casas e famílias é um;
o perfil que estamos investigando sempre é outro e está
em constante mutação".
O trabalho de pesquisa desenvolvido nesta área fez com
que, em 2002, a UCS implantasse o
Mestrado em Letras,
Cultura e Regionalidade, com linhas de pesquisa que privilegiam
o estudo das identidades regionais e suas expressões,
analisando a problemática da região e das diversidades
regionais no contexto brasileiro e internacional.
Seminário
Falar em patrimônio é falar em escolhas: a
salvaguarda do patrimônio imaterial propõe o
reconhecimento de práticas culturais que os
diferentes grupos formadores da sociedade consideram
referências de sua identidade, o que demanda uma intensa
documentação e a definição de formas de apoio à
continuidade dessas referências, cujo reconhecimento
pode culminar com a inscrição em um ou mais Livros de
Registro: Celebrações, Formas de Expressão, Saberes e
Lugares.
Patrimônio Cultural Imaterial
A Unesco define como Patrimônio Cultural Imaterial
"as práticas, representações, expressões, conhecimentos e
técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e
lugares culturais que lhes são associados - que as
comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos
reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural".
O Patrimônio Imaterial é transmitido de geração em geração e
constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de
seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua
história, gerando um sentimento de identidade e continuidade,
contribuindo assim para promover o respeito à diversidade
cultural e à criatividade humana.
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