Projeto de acadêmicas de Arquitetura e Urbanismo é premiado na II Bienal da Sustentabilidade.
As acadêmicas do curso de Arquitetura e Urbanismo Ane
Gabriela Liposki e Viviane Baron conquistaram o 2º lugar
na II Bienal de Sustentabilidade José Lutzenberger,
evento que ocorreu paralelamente
ao III Encontro Latino-Americano sobre Edificações e
Comunidades Sustentáveis (ELECS 2009), realizado em
Recife (PE), no final de outubro. Elas concorreram na categoria
Estudante, com
o projeto "Loteamento Popular de Baixa Renda", desenvolvido
na disciplina "Projeto de Arquitetura
Bio-Climática", sob a orientação dos professores Maria
Fernanda de Oliveira Nunes e Paulo Rogério De Mori.
O trabalho procurou enfatizar a relocação de uma comunidade
do interior em um ambiente sustentável na área urbana,
com foco tanto na residência como no entorno do loteamento
e em uma possível fonte de renda para as famílias. Viviane
explica que a casa apresenta a característica modulada,
mesclando elementos da arquitetura moderna
com traços coloniais. "Como essas comunidades que vêm
do interior sempre agregam pessoas de tempos em tempos,
optamos por esse conceito modulado, em que é possível
acrescentar mais quartos", completa.
Outra preocupação das alunas foi com o menor impacto
ambiental, daí a escolha da alvenaria regional, do
reaproveitamento da água da chuva e do conforto térmico.
"Uma barreira vegetal protege do sol no verão. Já no outono
e inverno, com a queda das folhas, a casa recebe mais
iluminação e calor", explica. Indo ao encontro da
identidade rural dessas famílias, as acadêmicas também
contemplaram no projeto uma horta orgânica para plantio de
verduras e hortaliças e um cercado para
a criação de pequenos animais. "Criamos um lote maior que o
convencional, pois um espaço como esse contribui para o
aumento da renda e também para a subsistência dos grupos",
avalia Ane.
Para as estudantes, o tema sustentabilidade e a utilização
de técnicas e materiais ecologicamente corretos são
preocupações constantes. "O emprego desses conceitos se reflete
em todas as áreas e vai nortear nossos futuros trabalhos
como profissionais", completa Viviane. "Independentemente de
renda ou classe social, todos já têm de avaliar questões como
melhor aproveitamento, reaproveitamento e
reutilização de materiais", completa Ane. Aliás, conforme a
professora Maria Fernanda de Oliveira Nunes, uma das
orientadoras da disciplina, atualmente não existem mais os
termos arquitetura e arquitetura sustentável. "Se não for
sustentável, não é arquitetura. Esse é o diferencial de
conhecimento que os acadêmicos possuem agora", avalia.
Para a professora, em função de uma arquitetura mal planejada,
muitas edificações geram ônus desnecessários, decorrentes de
desperdício de água e pouca iluminação natural. "Através de
trabalhos como esse, nossos alunos já chegam ao mercado
focados na importância da manutenção e aproveitamento dos
recursos naturais, atendendo sempre a princípios sociais,
econômicos e culturais de cada região", completa
Maria Fernanda.
Na foto, as acadêmicas Ane Gabriela Liposki e Viviane Baron,
ladeadas pela professora Maria Fernanda e pelo professor Paulo
De Mori.
O curso
Implantado em 1996, o curso de Arquitetura e
Urbanismo funciona no Campus 8, em Caxias do Sul, e já
formou um total de 308 profissionais em seus 13 anos de
existência. Atualmente, é coordenado pelo professor
Pedro Augusto Alves de Inda, tem duração média de cinco anos
com aulas nos turnos da tarde, vespertino e noite.
A bienal
A Bienal da Sustentabilidade tem por objetivo a incorporação
de iniciativas sustentáveis nos ambientes construídos,
buscando retroceder e minimizar os impactos ambientais e,
assim, qualificar a construção. Nesta edição, a Bienal
contou com a participação de palestrantes de diversos países,
como o pesquisador Dr. Nikos Salingarros, dos Estados
Unidos, e as arquitetas Chisna Du Pleiss, da África do Sul,
e Liliana R. Miranda Sara, do Peru.
Foto: Ben Hur Ribeiro
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