Pós-Graduação em Biotecnologia: nível 5 é comemorado por professores, alunos e egressos.
Gustavo Scola, 29 anos, fez
graduação em Fisioterapia na
FEEVALE e iniciação científica no Laboratório de Fisiologia
Celular da UFRGS. É mestre em Biotecnologia pela UCS, com a
dissertação "Avaliação da atividade antioxidante,
antiinflamatória e
analgésica de sementes de resíduos de vinificação" com
orientação da professora Mirian Salvador. Ingressou no doutorado
em 2009 e seus estudos sobre a "Atividade
biológica de resíduos de vinificação de Vitis
labrusca" realizam-se no Laboratório de
Estresse Oxidativo e Antioxidante, também com a
orientação da professora Mirian Salvador. Gustavo é o
representante dos alunos do PPGBio
no Colegiado e representante dos alunos
de todos os programas de pós-graduação na Câmara de Pesquisa e
Pós-Graduação. Ele nos dá um depoimento sobre a relação
professor-aluno no âmbito do Programa.
Como representante do corpo discente, como você avalia o
relacionamento entre professores e alunos? Os alunos têm
suas expectativas atendidas?
As relações entre docentes e discentes
são peças fundamentais na realização comportamental e
profissional do aluno de mestrado ou doutorado, pois envolvem
interesses e intenções de extrema relevância pessoal e
científica. Esta interação é o expoente de intensa agregação
de valores. O aluno chega ao Programa determinado a executar um
distinto estudo para sua formação e com o tempo se
depara com um amplo espectro de possibilidades científicas e
tecnológicas que o entusiasmam a descobrir "biotecnologias".
Penso que com o desenvolver de seus projetos, os alunos do
PPGBIO aprendem a observar o mundo com outros olhos e
fazem das suas expectativas seus objetivos de pesquisa e
de vida.
E porque é importante fazer um mestrado/doutorado?
A escolha do ingresso na vida acadêmica é uma
importante decisão na vida do estudante, essa é sempre
acompanhada de dúvidas e questionamentos, como na
citação de Pedro Demo, que diz: é normal que a primeira
impressão seja de perplexidade. Não sabemos por onde começar,
sobretudo se nunca nos tínhamos metido antes do assunto.
Todavia, é a situação normal de quem se julga pesquisador e
não detentor de saber evidente e prévio. (...) O processo de
superação dessa perplexidade inicial é algo central na
formação científica de uma pessoa.
Enfim, o importante de se
fazer um mestrado ou doutorado é o aprimoramento intelectual
que nos possibilita uma melhor forma de
execução profissional na área em que se atuará".
Sergio Echeverrigaray é
mestre e doutor em Agronomia pela
USP (1986) e está na UCS desde 1992. Participou das ações de
implantação e consolidação do Programa de Pós-Graduação em
Biotecnologia e já orientou algumas dezenas de estudantes. Como
os demais integrantes do corpo docente, Sérgio
também comemora a progressão do Programa perante a avaliação
da CAPES. Ela fala sobre as particularidades da biotecnologia e
sobre o perfil do estudante de pós-graduação.
O PPGBio recebe profissionais com formação em
diferentes áreas de conhecimento, que particularidade é essa?
A biotecnologia é uma área multidisciplinar que abriga a
atuação de profissionais
das mais diversas áreas. A abrangência da biotecnologia
pode ser facilmente percebida na amplitude das linhas
de pesquisa do Programa, as quais transitam de estudos bioquímicos e genéticos básicos
até a aplicação de conhecimentos biológicos na saúde e meio
ambiente. Assim sendo o PPGBio tem contado coma a participação
de biólogos, biomédicos, bioquímicos, farmacêuticos, médicos,
agrônomos, veterinários, químicos, engenheiros químicos, engenheiros de alimentos,
e informatas e este espectro vem se ampliando
constantementecom a consolidação de grupos de pesquisa e
linhas de atuação.
O que diferencia (modo de atuação, competências, percepção)
um profissional com mestrado e doutorado daquele que tem
somente a graduação?
O profissional que cursa mestrado ou doutorado desenvolve
novas habilidades, mas principalmente adquire uma nova forma
de pensar e agir frente aos problemas teóricos e práticos. A visão
atualizada e inovadora, com forte suporte científico abre novas
portas aos profissionais com pós-graduação em biotecnologia.
De que maneira a formação de mestres e doutores em
Biotecnologia
contribui para impulsionar o desenvolvimento, seja ele em nível
local, regional, nacional, ou mundial?
Ao longo destes anos, a pós-graduação em Biotecnologia da UCS
tem
contribuído de forma efetiva para o conhecimento científico com
centenas de trabalhos publicados em periódicos nacionais e
internacionais de renome,
para a formação profissionais
qualificados atualmente em atividade em instituições de
ensino e pesquisa no Brasil e no exterior, assim como
contribui para o
desenvolvimento
nacional e regional através de pesquisas aplicadas na área
de saúde, meio ambiente, agropecuária e na indústria. Além disso,
o convívio constante entre alunos de pós-graduação e de graduação
tem contribuído para a criação de uma consciência científica
e uma mentalidade quastionadora e inquisidora entre alunos de distintos níveis de formação, o que
pode ser facilmente observado na qualidade dos trabalhos de
iniciação científica desenvolvidos na Instituição.
Fernanda Bettin
entrou na UCS em 1995. Da graduação em Ciências
Biológicas ao Doutorado em Biotecnologia - sua defesa de Tese
ocorreu no dia 27 de agosto de 2010 - passaram-se 15 anos.
Recém-doutora, Fernanda deseja firmar-se na carreira docente
e dar continuidade às suas pesquisas na área da microbiologia
industrial e bioprocessos. Ela também nos dá um depoimento sobre
sua passagem pelo Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia.
O que a motivou a ingressar em um curso de pós-graduação
stricto sensu?
Como meu curso de graduação foi Ciências Biológicas, o
caminho natural que os profissionais biólogos buscam é a
pós-graduação, visto que a Biologia é extremamente ampla.
Com a finalidade de me especializar e de aprofundar os
conhecimentos na minha área de interesse, ingressei no
Mestrado em Biotecnologia, mesmo tendo trabalhado em outra
área durante cinco anos de iniciação científica na UCS.
Por que a escolha do Mestrado em Biotecnologia da UCS?
A Biotecnologia já despertava meu interesse durante a
graduação. Atualmente, está em franca expansão e as
pesquisas realizadas em diferentes áreas trazem benefícios para
vários setores da sociedade, mesmo que, muitas vezes, a
longo prazo. Além da vontade concluir os cursos de mestrado e
doutorado, que sempre foi meu desejo pessoal e profissional, a
ideia inicial era de realizar um trabalho que pudesse ter
alguma relevância do ponto de vista ambiental. Como o PPGBio
oferecia essa possibilidade, resolvi encarar o desafio. Hoje,
vejo que a importância da Biotecnologia vai muito além das
minhas aspirações iniciais, vigorando nos âmbitos acadêmico,
científico e tecnológico com um grande impacto.
Como você via a Biotecnologia,
como área de atuação profissional, quando entrou no Mestrado e
como vê agora?
Que análise você faz da progressão do Programa, durante o
tempo em que foi aluna?
Na realidade, inicialmente, não tinha uma ideia concreta
sobre a dimensão real da Biotecnologia. Com o passar do tempo,
adquiri muitos conhecimentos não somente a respeito da minha
linha de pesquisa, mas também das diferentes áreas que
integram a Biotecnologia. Para qualquer aluno de pós-graduação,
o amadurecimento ocorre pela convivência com colegas e
professores, que realizam pesquisas diversas, pela participação
em eventos científicos e, principalmente, pela busca de
soluções e respostas para os problemas que ocorrem durante a
realização da sua própria pesquisa. Acredito que essa área de
atuação profissional oferece muitas oportunidades, tanto
acadêmicas quanto técnico-científico-tecnológicas. O Programa,
desde o meu ingresso, em 2003, melhorou muito em diversos
aspectos, como grade curricular, estrutura, equipamentos de
laboratório e viabilidade para a divulgação dos resultados
obtidos nas pesquisas, especialmente, sob a forma de artigos
científicos, patentes e processos.
Quais são as suas perspectivas futuras?
A busca pelo conhecimento deve ser constante e ilimitada.
Portanto, pessoalmente, pretendo ser professora/pesquisadora
na área de Biotecnologia. Como filha da UCS, desde 1995,
gostaria de ver a Universidade melhorando continuamente,
como já vem ocorrendo, e que os alunos busquem cada vez mais a
pós-graduação como um instrumento de aprendizado,
aperfeiçoamento e crescimento pessoal e profissional.
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