Entrevista com o secretário de Estado de Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico.
Cleber Cristiano Prodanov, secretário de Estado de
Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico,
conversou com jornalistas após a sua palestra no
evento de recepção aos professores da Universidade, nesta
quarta-feira (22).
Leia abaixo a entrevista concedida ao jornalista
Claiton Stumpf do Setor de Imprensa da UCS.
UCS - No início do mês,
o governador Tarso Genro anunciou o lançamento de todos
os editais da FAPERGS (Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado do Rio Grande do Sul) para este ano,
totalizando R$ 29 milhões. Mas este valor não atende à
legislação, que determina que o estado invista 1,5% do
orçamento em pesquisa. Ao longo do ano haverá mais
investimentos em pesquisa?
Prodanov – Atinge bem menos de 1,5%, mas
vai haver mais investimentos. Nós lançamos todo o
recurso agora justamente para colocar a máquina a
funcionar e agora estamos trabalhando tanto com
recursos internos quanto com a captação de recursos do
governo federal e organismos internacionais para
colocar recursos na pesquisa. Só que não é só na FAPERGS.
Vamos colocar recursos em projetos como os parques
tecnológicos, os projetos voltados à inovação dentro da
FAPERGS, o projeto de banda larga, o projeto do polo de
petróleo e do polo naval. Então é um grande esforço na
captação de recursos. Simbolizando: temos só R$ 30
milhões. Vamos colocar tudo agora e trabalhar c
aptando mais porque isso é 10% do que a gente precisa.
UCS – O senhor falou que o governo
está pensando em mecanismos para recuperar os oito anos em que
houve pouco investimento do governo estadual na
pesquisa e inovação. De que forma isso será feito?
Prodanov - Mudando a visão da secretaria sobre pesquisa, que
é uma visão de desenvolvimento. A pesquisa e inovação
são hoje vetores do desenvolvimento regional local.
O governador está bem ciente disso. Com isso a
gente começa a entrar em financiamentos e recursos
que tradicionalmente não eram alocados para esse tipo
de investimento. Então, o Ministério de Ciência e Tecnologia,
FINEP, CNPq, Petrobras, Eletrobrás, CAPES. Em todas as
empresas que a gente pode, está captando recursos
para projetos voltados à inovação trazendo tecnologia. Então
é uma maneira de captar recursos e injetar no sistema
regional de pesquisa e tecnologia e inovação. O sistema
não é só FAPERGS. FAPERGS é uma operação. A gente tem que
capitalizar a FAPERGS e capitalizar todo o sistema.
UCS - Além do financiamento via FAPERGS,
o que mais está sendo pensado como incentivo à pesquisa?
Prodanov - A FAPERGS
é uma das maneiras que a secretaria induz a
pesquisa científica. Eu tenho recursos que são
operados dentro da própria secretaria. Por exemplo:
os parques tecnólógicos - a gente está
pensando em mais de R$ 100 milhões – eles vão ser operados
dentro da secretaria, mas eles têm que ser somados. Os projetos
da FAPERGS são estes seis, mas nós vamos buscar mais.
Vamos criar programas e projetos dentro da
Secretaria, capitalizá-los. A FAPERGS
cuida um pouco mais da questão relação universidade,
mas a própria Secretaria pode induzir, por exemplo,
todos os projetos de parque tecnológico,
de polo de inovação não saem pela FAPERGS,
saem pela própria Secretaria, mas têm que ser somados.
Então são R$ 29 milhões aqui mais aquilo tudo que nós vamos
somar no conjunto da Secretaria.
UCS - Na UCS Há 10 programas de
pós-graduação. O governo está planejando algum tipo de
incentivo, por meio de bolsas ou outro tipo de financiamento?
Prodanov - Tem um programa forte que nós
estamos discutido com a CAPES. Não gostaria de dizer o
número (valor), que depois não fecha... Mas é um
programa muito forte que vai impactar bastante as
universidades e todo o setor universitário do estado.
Um programa fortíssimo em termos de recursos.
UCS - O fato do senhor ter vindo de
uma universidade comunitária pode influenciar no
direcionamento dessas ações e investimentos para as instituições comunitárias?
Prodanov - Eu acho que sim porque o
próprio governador já determinou que nós temos que ter
um olhar para o sistema estadual de educação superior. E o
sistema educacional tem a UERGS,
as comunitárias e as federais, então tenho que ter um
olhar até para apoiar aqueles programas de pós-graduação e
de pesquisa que são nascentes. E estes nascentes
estão principalmente nas comunitárias. É tratar os
diferentes iguais, mas percebendo que são diferentes.
UCS - Em síntese, o que os
pesquisadores podem esperar da Secretaria?
Prodanov - Que terão um parceiro. Não vamos
abrir mão de montar uma política de Estado para a pesquisa, a
ciência, a tecnologia e a inovação. Agora, não é apenas
dinheiro. É criação de uma política e o compromisso de captar
juntamente com as universidades recursos para isso. Não é
a teta do governo. É uma questão de ser um parceiro
nos projetos, mas projetos alinhados com a política de
desenvolvimento do Estado. O Estado está sinalizando: vai
apoiar projetos que foquem no desenvolvimento científico e
tecnológico e da sociedade e é por aí que nós vamos
buscar os investimentos.
UCS - Sempre se fala - e o senhor
tem ressaltado - sobre a importância da interação
universidade-empresa-governo para o progresso da pesquisa
e consequente desenvolvimento. Mas de que forma isso se dá?
Prodanov - Por exemplo, os editais serão
direcionados para projetos de transferência de
tecnologia. O negócio é o seguinte: a universidade e
nós (governo) temos que dar resposta para a sociedade e
a resposta se dá por meio da transferência de tecnologia.
|