Professor da Unicamp realiza conferência no Encontro de Jovens Pesquisadores.
O professor do Instituto de Química da Unicamp,
Marco-Aurelio De Paoli, realizou conferência na manhã
desta terça-feira, na Sala 419 do Bloco J, sobre
"Por que, para que e como fazer Iniciação Científica",
no
Encontro de Jovens Pesquisadores. Entre os presentes no
evento, estiveram alunos de iniciação científica, professores,
coordenadores de curso e de programas de pós-graduação da
Universidade. O reitor Isidoro Zorzi, na ocasião, falou
da importância do encontro. "Os jovens pesquisadores são o
futuro da Universidade. A UCS, em conjunto com órgãos
fomentadores da pesquisa, como CNPq e FAPERGS, tem na
pesquisa o fator principal de sua qualificação", avaliou.
As apresentações de trabalhos seguem até às 12h desta
quinta-feira, no Bloco J da Cidade Universitária.
Iniciação científica e qualificação
profissional
O professor do Instituto de Química da Unicamp Marco-Aurelio
De Paoli é bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq -
Nível 1A. Já publicou mais de 230 trabalhos e conta,
atualmente, com 4.555 citações científicas. O
docente realiza pesquisa há 30 anos e, durante a graduação,
também foi bolsista de iniciação científica. Confira a
entrevista que o professor concedeu à jornalista Juliana Rossa,
do Setor de Imprensa da Universidade.
Qual é a resposta para a pergunta tema da sua palestra no
Encontro de Jovens Pesquisadores "Por que, para que e como fazer
Iniciação Científica?"
>>Talvez o foco mais importante da iniciação científica para o
aluno de graduação é ele melhora a sua qualificação profissional.
Hoje o mercado de trabalho é muito competitivo, exige pessoas
cada vez mais qualificadas. Aqueles que além da grade
curricular passam pela experiência da iniciação científica,
saem com uma qualificação a mais e isso abre as portas para o
mercado de trabalho. Afinal de contas todo mundo quer
encontrar um trabalho melhor, ser melhor remunerado e ter uma
melhor produtividade.
Na sua visão, qual é a importância da pesquisa dentro de
uma Universidade?
>> Essa é uma pergunta tão antiga quanto à universidade.
A resposta é sempre a mesma: fazer pesquisa na universidade faz
com que o nível do conhecimento acadêmico dentro da instituição
seja mais elevado, com isso você consegue formar melhores
alunos e, paralelamente, também atender a questões da sociedade
e do setor produtivo.
Um dos focos das suas pesquisas é a utilização de
"materiais poliméricos de baixo impacto ambiental". Quais
são as novidades nesta área?
>> Hoje em dia existe uma grande tendência em nível
mundial de se usar matérias-primas de fontes renováveis.
Aqui no Brasil nós temos um grande número de matérias-primas
disponíveis que ainda são pouco aproveitadas do ponto
de vista da produção de materiais. O nosso objetivo é tentar
substituir materiais poliméricos que já estão no mercado por
outros que tenham as mesmas propriedades, porém que sejam
provenientes de fontes renováveis. O Brasil hoje é uma
referência nesse sentido, no entanto, ainda falta maior
penetração no setor produtivo. Muitos empresários ainda não se
convenceram da importância em se investir em matérias-primas
renováveis. Mas isso é uma coisa que vem com o tempo.
O senhor tem uma larga experiência como professor e
pesquisador. O que o senhor deixaria como mensagem para
aquela pessoa que quer seguir um percurso acadêmico.
>> Eu acho que uma coisa importante é a pessoa ter
entusiasmo e
ter uma certa ambição positiva e nunca deixar de assumir
riscos. Sem assumir risco ela nunca vai conseguir as coisas que
ela ambiciona.
O que dizem os jovens
pesquisadores que estão participando do encontro
Ciências da Vida
Lucas dos Reis Izolan, acadêmico de Ciências Biológicas,
apresentou trabalho sobre "Avaliação de parâmetros químicos e microbiológicos em solos de vitis labrusca sob manejo de produção convencional e agroecológico na Serra Gaúcha e sua relação com
sequestro de carbono". Para ele, participar de atividades de
iniciação científica contribui, entre outros fatores, com o
seu desejo pessoal de que os agricultores utilizem o sistema
agroecológico em suas plantações.
Ciências Exatas
Maísa Trevisan Antunes, acadêmica de Engenharia Ambiental,
apresentou trabalho sobre "Determinação de espécies metálicas
potencialmente disponíveis em sedimentos dos rios Tega e Antas
(Caxias do Sul/RS e região)". Para a estudante, a
participação em projeto de pesquisa trouxe mais autonomina,
conhecimento, organização e visão geral sobre a estrutura
de um trabalho científico.
Ciências Humanas
Allana Ariel Dalla Santa, acadêmica de Direito,
apresentou o trabalho "Sociedade de consumo e os riscos gerados
pela produção de energia". Ela diz que sempre gostou de estudar
e saber o porquê das coisas. "Quero seguir carreira acadêmica.
A iniciação científica possibilita que eu trabalhe com mais
profundidade com a teoria de autores importantes", afirma.
Fotos: Jonas Ramos
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