CETEC Festival 2013
Estudantes levam a África e a Cultura Afro-Brasileira para o palco do UCS Teatro.
Com o UCS Teatro lotado, teve início na noite de ontem, 25
de junho,
o
CETEC Festival 2013. Pais e
familiares dos alunos, ex-alunos e
alguns convidados especiais, entre eles a museóloga Márcia
Bibiani, assessora de Projetos Especiais da Secretaria de
Cultura do
Estado do Rio de Janeiro, que colaborou com a escola durante
a preparação
do Festival, estavam na plateia.
Surpresa com a criatividade dos alunos, Márcia Bibiani
elogiou a
organização Festival e o trabalho dos
professores na orientação das turmas. "Percebe-se que
as histórias aqui contadas, a escolha dos
materiais para compor os cenários e os figurinos, o
cuidado em buscar na matriz africana as músicas e as
danças, resultam de uma
pesquisa sobre o tema da África e da Cultura Afro-Brasileira,
mas mostram também que houve uma
compreensão da sua importância
para a formação da nossa cultura. O CETEC está de parabéns!".
Na noite de ontem, três turmas apresentaram suas peças criadas
a partir do
tema "África, sua história e cultura, e sua contribuição para a
formação da identidade cultural brasileira". O Festival prossegue até sexta-feira, dia 28, com
a apresentação das treze turmas da escola, inclusive as
duas que funcionam no CETEC Santa Fé. Cada turma apresenta
uma peça teatral, concebida e produzida inteiramente pelos
estudantes sob a supervisão dos professores.
Cultura africana e Vinícius de Moraes, na abertura.
O professor de música Luiz Ortiz, um dos responsáveis
pela orientação
do espetáculo de abertura, explica que a escolha de
repertório contempla o tema e homenageia o centenário de
Vinícius de Moraes, poeta que construiu
capítulos definitivos da história da música popular
brasileira e que se definia como "capitão do mato, poeta e
diplomata, o branco mais preto do Brasil, na linha direta de
Xangô, saravá"!
"Construímos uma coreografia de duas músicas de ritmos
semelhantes e totalmente influenciadas pela rítmica africana.
Começamos com a música Afro Blue - composta pelo percussionista
e compositor cubano Mongo Santamaria em 1959 e que passou a
ser conhecida internacionalmente após gravação do importante
saxofonista do jazz norte-americano John Coltrane - onde as
entradas sucessivas dos instrumentos de percussão formam uma
trama rítmica complexa que serve de sustentação para uma
melodia simples e alegre que se repete enquanto a harmonia se
desenvolve dando novos coloridos à melodia. Em seguida,
entramos com Canto de Xangô, de Vinícius de Moraes e
Baden Powell (Disco Afro Sambas, de 1966). Nos seus aspectos
rítmicos, Canto de Xangô mantém a mesma trama percussiva
composta sobre compasso composto, o que é usual na cultura
musical africana".
Aprendizagem através da Arte
A professora de Artes, Liliane Maria Viero Costa, acompanhou
diretamente o trabalho de todas as turmas. "Nesta etapa final,
as turmas que ainda não se apresentaram fazem os últimos
ajustes a partir do que foi visto na primeira noite. Sempre há
um pouco de tensão, mas isso é bem normal. Muitos sobem ao
palco pela primeira vez e vivem uma
experiência totalmente nova. Nosso papel é orientá-los e
também estabelecer um clima de autoconfiança que deixe aflorar
a criatividade individual mas que também
fortaleça o sentido de grupo.
A aprendizagem através da Arte deve, antes de tudo, deve
ser uma experiência agradável, cheia de significados.
E esta tem sido uma marca do CETEC Festival, possibilitar ao
aluno explorar talentos e habilidades que contribuam para seu
crescimento e autonomia".
Educar para a diversidade cultural
Sobre a escolha do tema, a diretora do CETEC, professora
Ana Cesa, explica que escola é um espaço privilegiado para a
formação da cidadania. "Nós fazemos parte de uma região com
forte ascendência da cultura da imigração italiana,
por isso, trabalhar com o tema da história e cultura
africana e afro-brasileira, além de atender ao que
preconiza a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, é
sobretudo, propor ao nosso aluno novos conhecimentos,
aprendizagens e vivências que possam contribuir para a
afirmação da diversidade cultural e étnico-racial do
nosso país. Nós acreditamos que educar para a diversidade
pode ser um excelente antídoto para o preconceito e para a
discriminação, que muitas vezes são consequência do
desconhecimento de realidades diferentes da nossa".
O CETEC Festival prossegue até sexta-feira, sempre
com início às 19 horas, no UCS Teatro.
Fotos: Berenice Stallivieri.
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